O homem que sabe servir-se da pena, que pode publicar o que escreve e que não diz a seus compatriotas o que entende ser a verdade, deixa de cumprir um dever, comete o crime de covardia, é mau cidadão. Por Júlio Ribeiro.

Uma Leitura no Século 21 sobre o Racionalismo Cristão - Por Flávio Faria


FLAVIO FARIA

UMA LEITURA NO SÉCULO 21
SOBRE  O
RACIONALISMO CRISTÃO


DEDICATÓRIA

Este livro é dedicado aos meus pais, Fernando e Sonia P. Faria, que mesmo desencarnados, continuam trabalhando em prol da humanidade,
 através do Racionalismo Cristão.

SUMÁRIO
                                                                                                                 
Prólogo........................................................................................
O Surgimento do Racionalismo Cristão.....................................
Princípios Doutrinários...............................................................
Sobre a Força e Matéria..............................................................
A Raça Humana na Terra............................................................
A História do Pensamento Humano............................................
Considerações sobre a Moral .....................................................
O Bem e o Mal............................................................................
Sabedoria.....................................................................................
A Condição de Encarnado...........................................................
Cérebro, o Receptor das Vibrações da Inteligência Universal....
Práticas Facilitadoras da Recepção..............................................
Interferências ...............................................................................
Desejos.........................................................................................
Pensamentos e suas Consequências.............................................
Sofrimentos..................................................................................
Sobre a Morte e o Morrer.............................................................
Psicologia Transpessoal e o Racionalismo Cristão......................
Contribuições da Neurolinguística para o Racionalista Cristão...
Limpeza Psíquica..........................................................................
Importância do  Trabalho..............................................................
Nas Horas de Lazer.......................................................................
Conduta Racional..........................................................................
Sobre a Intelectualidade e Espiritualidade....................................
Evolução Espiritual.......................................................................
O Cidadão Cósmico Universal......................................................
Conclusão......................................................................................
Apêndices......................................................................................
Citações.........................................................................................
Referências Bibliográficas ...........................................................


PRÓLOGO

Após a desencarnação de minha mãe, Sonia P. Faria em janeiro de 2008, que atuou como militante da Doutrina Racionalista Cristã na Filial Santos-SP, foram iniciados estes escritos pelo autor, apoiado em pesquisas feitas na Internet, através das quarenta obras publicadas pelo Racionalismo Cristão e disponíveis na página, http://racionalismocristao.net/, dentre outras.

Por ter sido criado em berço Racionalista Cristão, participado desde tenra idade como ouvinte, das longas conversas sobre esta Doutrina, feitas pelo seu pai Fernando Faria com os amigos que sempre o procuravam nos momentos de dificuldade ou mesmo nos referidos processos de estudo da Doutrina Racionalista Cristã, o autor foi neste ano (2008), na medida em que estudava obra por obra, reavivando o conteúdo teórico da Doutrina Racionalista Cristã proferido pelo seu pai, propostos por Luiz de Mattos desde meados do século passado e também lembrando dos momentos agradáveis vividos nos anos setenta e oitenta.

Visando proporcionar um quadro geral básico da Doutrina Racionalista Cristã em uma obra apenas; do surgimento às propostas atuais de uso prático do pensamento apoiado na razão, lógica e moral cristãs, às pessoas que chegam a uma Casa Racionalista Cristã e, ao assistirem a reunião pública, adquiram a obra básica e manifestem posteriormente, o desejo de continuar o processo de familiarização com as proposições Racionalistas Cristãs.

Podendo vir a fazer parte da lista de títulos à disposição do internauta na biblioteca virtual da página http://racionalismocristao.net/ como uma das obras introdutórias da Doutrina Racionalista Cristã, uma vez que os assuntos tratados estão com as devidas citações dos autores Racionalistas Cristãospara que venham a ser aprofundados pelos interessados, conforme seu grau de interesse.

Foi possível o levantamento de hipóteses pelo autor, traçando paralelos, conforme o tema,  com demais áreas da ciência a que pôde ter contato até então e este trabalho foi tomando corpo naturalmente.

“Foi exposto pelo autor o desejo de escrever à esposa, a qual o apoiou inteiramente, em seguida ao presidente da Filial Santos do Racionalismo Cristão Haroldo Reis,  e ao Sr. Ulisses Cláudio Pereira, também presidente da Filial  Santos no período (1980-2004), hoje residindo e trabalhando na Filial Dracena-SP; ambos deram total apoio e incentivo. Contou-se também com a preciosa orientação técnica do presidente e da diretoria da Filial Santos do Racionalismo Cristão, sugerindo as devidas alterações, tanto do ponto de vista teórico como de grafia e gramática, acatadas pelo autor; nas pessoas dos Srs. Haroldo Reis, Filiogonio Gonsalves, C. L. B”.

 Conseguiu-se também o relevante auxílio de amigos queridos e parente, de grande capacidade intelectual e conhecimentos filosóficos cristãos de fora da Doutrina Racionalista Cristã, são eles; a pedagoga Maristela da Silva Ramos,  o jornalista e escritor Paulo Rodrigues Mota, revisando e preparando o texto e o administrador de empresas, professor universitário Ferdinando Faria, cujas colocações pertinentes e fornecimento de material didático foram importantes no processo de finalização deste; isto porque, tal trabalho tem a finalidade de mostrar ao simpatizante o que vem a ser o Racionalismo Cristão.

Em seguida, cópia deste trabalho foi enviada para apreciação do autor Racionalista Cristão Caruso Samel, uma das principais fontes de consulta deste, que mui gentilmente, efetuou o trabalho de revisão técnica graciosamente.


O SURGIMENTO DO RACIONALISMO CRISTÃO
Antônio do Nascimento Cottas

       Antonio Cottas assumiu a presidência do Racionalismo Cristão após o falecimento de Luiz de Mattos em 1926, escreveu um pequeno compêndio sobre o surgimento desta Doutrina, relatado pelo autor a seguir:

          Diz Antonio Cottas que o surgimento do Racionalismo Cristão,  confunde-se com a história de seu codificador, LUÍZ DE MATTOS. Veremos a seguir resumidamente como aconteceu.
Nasce Luiz José de Mattos Chaves Lavrador, na Vila de Chaves, Província de Trás-os-Montes, Portugal, em 5 de janeiro de 1860; filho de José Lavrador, espanhol e de D. Casemira Julia de Mattos Chaves.
Aos 13 anos, em 1873, veio para o Brasil, desembarcando no Rio de Janeiro, onde o esperava o seu irmão Victorino de Mattos Lavrador, negociante em Santos, que o internou no Colégio São Luiz, em Botafogo, para seguir os estudos.
O desejo de Luiz de Mattos era de vir para Santos-SP para ficar na companhia dos seus tios Victorino e João de Mattos Chaves.
Partiu assim, autorizado por seus tios, para Santos, empregando-se  numa importante casa de estivas – secos e molhados no atacado – e da qual se passou, mais tarde, para o comércio de café, desenvolvendo aí grande atividade.
Dotado de uma inteligência incomum, assimilou tudo com incrível facilidade, neste novo rumo de comércio, nada havendo que Ele não soubesse fazer com perfeição, inclusive ensacar, empilhar, separar e qualificar o café.
Seus chefes, que muito o estimavam e admiravam, despacharam-no para o interior de São Paulo e Minas, com a incumbência de comprar e obter consignações de café.
Entregue a essa nova atividade, fez ele as mais elevadas relações com políticos, fazendeiros, negociantes, industriais, literatos, etc., chegando a alcançar as maiores simpatias entre compradores e vendedores de café, sendo, em breve, o mais considerado dentre os seus colegas.
Despedindo-se da casa em que trabalhava, para se estabelecer, iniciou-se, como comissário de café; seu capital era pequeno, mas as excelentes relações que tinha no interior e a sua grande simpatia concorreram para que, ao saberem-no estabelecido, os fazendeiros mandassem-lhe a maior parte das suas colheitas, e assim foi fazendo uma casa importante, a ponto de tornar-se a maior casa portuguesa em Santos, naquela época, exportadora de café.
Conhecedor profundo da matéria, prestimoso e pontualíssimo na prestação de contas aos seus comitentes, alastrou-se a propaganda da sua casa de tal forma que os fazendeiros, mesmo os que não o conhecessem, lhe faziam grandes consignações.
Sempre ativo e trabalhador, Luiz de Mattos chegou logo a possuir considerável fortuna. Foi fundador de diversas empresas no Rio de Janeiro e em Santos; dentre elas a Companhia Industrial, a Companhia Carris de Ferro, etc. Convém observar que esta última foi organizada em época de grandes dificuldades financeiras. Só mesmo seu irresistível prestígio poderia conseguir traduzir em realidade uma idéia que demandava de pronto avultado capital.
 Além destas e outras empresas, Luiz de Mattos foi igualmente o fundador da Sociedade Humanitária dos Empregados do Comércio, do Real Centro da Colônia Portuguesa, etc.
Entre outros serviços humanitários, destacam-se os que desveladamente fez à Sociedade Portuguesa de Beneficência de Santos. Achava-se em completa decadência essa instituição benemérita, quando Luiz de Mattos, ainda materialista, mas impulsionado pela grande generosidade de sua alma, pôs ombros à espinhosa e árdua tarefa de levantá-la da prostração em que se achava.
Foi tanta a sua dedicação, tão desvelado, tão intenso o ardor com que se atirou a esse trabalho, que em pouco tempo conseguia ver coroados do melhor êxito os seus nobilíssimos esforços. A Sociedade Beneficente de Santos ficou em ótimas condições, no mesmo pé de igualdade das mais importantes agremiações congêneres existentes no Brasil. Nessa sociedade teve ele o título de Benemérito.
Eleito Diretor da Associação Comercial de Santos, por diversas vezes, a
ininterrupta recondução ao cargo era a melhor prova da estima que os brasileiros e portugueses lhe tributavam.
Benemérito, por índole, de tudo que dava não admitia alarde; os beneficiados, porém, não se podiam conter e de boca em boca tornavam conhecido o bem que ele fazia.
No Asilo da Infância Desvalida de Santos, desde jovem, foi ele incluído no número de seus grandes Benfeitores.
A todas as instituições humanitárias ele comparecia, com prazer, auxiliando-as tanto quanto lhe era possível.
Grande abolicionista, amigo dedicado de José do Patrocínio, Júlio Ribeiro, Chico Glicério, Campos Sales, Bernardino de Campos, Santos Pereira, Luiz Gama e outros, bateu-se sempre pela abolição. Quando promulgada a lei de 13 de maio, ele, o Dr. Manoel Homem de Bittencourt e outros brasileiros e portugueses, realizaram em Santos esplêndidas festas em comemoração ao grande acontecimento, que fazia entrar definitivamente o Brasil no convívio das nações civilizadas.
Embora havendo nascido em Portugal, era tão brasileiro como os aqui nascidos, visto ter desde criança, acompanhado, com vivo interesse, o progresso e trabalhado pela felicidade do povo brasileiro, com ele e por ele se batendo ao lado dos nacionais honrados daquele tempo, que acima dos interesses do bolso sabiam colocar os da Pátria.
Esquivou-se, embora descontentando muito os amigos, de aceitar o lugar de representante do povo paulista, como Deputado, por não querer deixar o cargo de Vice-Cônsul de Portugal, que vinha exercendo, nobremente, desde 1887, e mesmo por entender que não devia naturalizar-se, pois um ato desse praticado por ele, naquele tempo, reputava indigno. Dizemos naquele tempo porque depois que descobriu a Verdade e passou a explanar a Doutrina de Cristo, compreendeu e se convenceu de que Pátria apenas uma existia – O UNIVERSO – e que a seleção de povos e raças era, como continua a ser, uma consequência da ignorância em que viviam, e vivem ainda, todos os povos do planeta Terra.
Como autoridade consular em Santos, deve-se a Luiz de Mattos o fim das cenas desagradáveis havidas naquela cidade, entre trabalhadores e praças de polícia ali destacadas. Com o entendimento havido entre ele e o Dr. Bernardino de Campos, então Chefe da Polícia, em São Paulo, viram-se serenar os ânimos, restabelecer-se a ordem e voltar à calma e ao trabalho a cidade de Santos, sendo Luiz de Mattos alvo de grande manifestação popular.
Na Capital Federal, tinha ele também casa filial à de Santos para negócios de café, cuja direção estava confiada a um seu irmão. Em café, por mais de uma vez, perdeu e ganhou fortunas.
Era um empreendedor, um criador, um reformador. No comércio de café, foi criador do hoje desenvolvido sistema denominado café “a termo”, que, executado dentro dos seus moldes, é um negócio lícito, inteligente, moderno e de grande vantagem para o lavrador, o intermediário e o comprador.
Entre comerciantes e corretores da praça de Santos, nada era resolvido sem que primeiro fosse ouvido o Luiz, como na intimidade comercial de café o tratavam.
Qualquer negócio de vulto em café, não era resolvido sem o seu conselho. Era voz geral: “Vai consultar primeiro o Luiz”.
Deixou os negócios de café, mais tarde, para recolher-se à vida privada,
comprando então grandes áreas de terras em Santos e no Rio de Janeiro. Homem de vistas largas, previdente com relação ao futuro, tinha a certeza do grande valor que iam adquirir os terrenos, quer urbanos ou rurais.
Estando ainda cheio de vitalidade, sentiu-se mal fora da atividade comercial, e daí o ter deixado Santos para organizar e criar, na Capital Federal, a Empresa de Lixo e o Monopólio das Carnes Verdes, empresas estas entre as mais importantes daquela época, que produziam rendas colossais.
 Confiava em demasia nos outros, e daí o ser por vezes furtado nos seus haveres e no seu sossego.
Luiz de Mattos era escravo dos seus deveres, quer para com os seus negócios, quer para com a sua família, e mesmo para com os amigos.
Quando fora dos seus negócios, vivia exclusivamente para a família. Nessas horas de repouso, entregava-se à leitura de obras de autores recomendáveis, e pessoa alguma era capaz de o encontrar sem uma ocupação útil.
Sua biblioteca era rica;aproximadamente dois mil exemplares e já quando rapaz era mais fácil vê-lo agarrado a um livro, a devorar-lhe os ensinamentos, do que a palestrar.
A educação dos filhos foi esmerada; não consentia que lhes pousasse uma mosca. E não era só aos filhos, mas também aos sobrinhos que lhe eram entregues para, como homem de princípios, zelar pela sua educação e instrução.
Acompanhando o desenvolvimento de todos, ia fazendo um estudo psíquico de cada um. O seu enlevo, a sua preocupação era um filho varão, a quem ele queria preparar para o substituir nas suas grandes empresas.
Somente permitia a frequência à sua casa de pessoas portadoras de qualidades e virtudes comprovadas.
Era austero, mas de uma bondade sem limites, metódico e disciplinado. Tinha horas para tudo. Com os filhos brincava, fazia ginástica, ensinava-lhes tudo quanto era preciso fazer, quer para estar em sociedade, como para se defender dela e assim dos perversos, ensinando-lhes a manejar desde a arma branca até às armas de fogo.
Às filhas vestiam todas por igual. Mandava ensinar-lhes tudo quanto quisessem aprender, e esses ensinos eram ministrados em casa por professores ou professoras, na presença de uma pessoa de respeito, da família. A sós, com professores ou professoras, pessoa alguma era capaz de vê-las.
Tinha a noção exata da moral cristã. Suas filhas ou sobrinhas à rua não saíam sozinhas, nem tão pouco passavam dias em casa de família alguma, por mais íntima que fosse.
Desde o calçado ao penteado, tudo ele observava, e quando alguma coisa estava fora dos seus princípios, imediatamente mandava modificar.
À sua mesa de refeições, todos tinham que se sentar com compostura e ordem. Cada filha servia à mesa uma semana. Suas filhas sabiam tudo, desde a cozinha à pintura, à música e aos trabalhos de labor; sabiam manejar instrumentos, não só na cozinha, como na sala de visitas.
Em sua casa, nunca se podia estar sem uma ocupação: lendo, bordando, pintando, costurando, etc.
Não tinha religião alguma. Materialista que foi até aos 50 anos, analisou as diversas religiões, através da história, e concluiu que as que não eram filhas da mitologia eram animalizadas.
Luiz de Mattos, sendo um homem de ação, um lutador incondicional, não podia aceitar tamanha monstruosidade, e daí o quedar-se livre pensador, materialista honrado, criando para si a religião da família e do dever, para qual vivia.
Acometido de um colapso cardíaco, esteve às portas da sepultura alguns dias e noites, não vendo na sua frente mais que sete palmos de terra gélida, onde iria terminar o corpo. Questionou a vida e o viver, raciocinou e analisou que não era possível, na sepultura, extinguir-se a vida do homem; algo mais importante devia existir, que era a alma: o que ela era porém, não sabia.
Melhorou ele, mas adoeceram seus filhos; o médico assistente, seu velho amigo Dr. Oliveira Botelho, aconselha-o a não lhes dar remédios e sim uma alimentação escolhida, pois era caso perdido, estavam tuberculosos, mas, se houvesse cuidado na alimentação, ainda poderiam prolongar a existência, mas por pouco tempo.
Entristecendo-se com que o seu velho camarada lhe disse, retrucou-lhe Oliveira Botelho: — Luiz, a Medicina nada sabe, vive ainda às apalpadelas e suposições; eu, se não fosse diabético e ignorasse que estou para morrer dentro de meses, ia estudar o ESPIRITISMO, pois lá algo de científico existe.
Luiz de Mattos, que abominava o Espiritismo ao ponto de fazer suas filhas copiarem obras contra o mesmo, censurou o médico, e disse-lhe que parecia ter perdido o juízo, pretendendo ser espírita. Botelho confirmou o que dissera, e aconselhou Luiz de Mattos a estudar o Espiritismo. Este, que já não suportava sectaristas e muito menos ainda espíritas, pois nessa gente via muitos bêbados, monstrengos, doidos varridos, julgou um absurdo o conselho de Botelho.
Andam os tempos, Luiz de Mattos estuda Medicina para curar os seus, e chega à conclusão de que o Botelho lhe dissera a verdade com respeito à Medicina, pois, analisando o corpo humano pelo estudo anatômico concluiu não passar este de uma série de engrenagens, tão artisticamente ligadas que a menor molécula afetada, todo o organismo tinha de ressentir-se.
O dentista Fonseca, de quem a família de Luiz de Mattos era cliente, frequentava assiduamente o Espiritismo Racional e Científico, e aconselhou-o a que tirasse lá receitas e que havia de colher resultado satisfatório, pois curas extraordinárias já se tinham constatado. Acedendo aos seus conselhos, foram as receitas tiradas sem que disso soubesse Luiz de Mattos, à medida que os enfermos iam usando os remédios, melhoras sensíveis obtinham.
Certo dia, o seu amigo M., negociante laborioso, proprietário de uma torrefação de café, o estava esperando para pedir-lhe que fosse com ele ao Espiritismo praticado por certa gente honesta, adiantando que curas importantes estavam sendo feitas. Disse mais, que tendo gasto uma fortuna com o tratamento de sua esposa, sem obter melhoras, estava esperançado de lá encontrar o remédio para curar o mal que avassalava a sua companheira.
Ouvindo-o, atentamente, Luiz de Mattos diz-lhe:
— Mas então tu M., queres perder toda a tua fortuna? Não sabes que os praticantes do Espiritismo são uma corja de patifes? Toma juízo M., e deixa-te disso; eu não te posso acompanhar a tais antros, onde só se encontram bugigangas, bêbados, exploradores e patifes da pior espécie. Não te metas com semelhante gente, que acabas mal.
O amigo ficou muito entristecido, mas não perdeu a esperança de conseguir a sua companhia.
Todos os dias Luiz de Mattos por ali passava, e sempre entrava para cumprimentar o amigo M. E assim é que no outro dia este volta a pedir-lhe, com insistência, que fosse com ele, não acedendo ainda desta vez Luiz de Mattos, que sustentou o que anteriormente dissera. Ao terceiro dia, como de costume, entra Luiz de Mattos no estabelecimento do amigo M.; sentado a ler o jornal encontrava-se Luiz Alves Thomaz, vindo de Portugal para tratar da saúde, que há esse tempo não mantinha relações íntimas com Luiz de Mattos, mas, assistindo à reiteração insistente do pedido que M. fazia a Luiz de Mattos, disse-lhe Thomaz:
— Se o Sr. Comendador Mattos for com o M., eu vou também. Mattos, à vista do exposto e da insistência, disse:
—Pois bem, eu vou. Às tantas horas passem lá por casa, para seguirmos.
Felizes pela resposta despediram-se, e à hora marcada partiram para a casa de Luiz de Mattos; este já estava preparado; saíram então a caminho do Espiritismo, ainda desconhecido por eles, movidos mais por curiosidade do que pela vontade de praticá-lo.
Ao chegar à porta dum “casebrezinho”, já o estava esperando um homem que lhe diz:
— Sr. Comendador, o nosso Presidente Astral, Padre Antônio Vieira, ordenou-nos que, quando o senhor chegasse, lhe déssemos a Presidência dos Trabalhos.
— Está maluco, homem, eu não entendo disso, eu fico mesmo aqui da porta a presenciar. Mas, diante da insistência, quer do homem que o esperava à porta, quer dos seus dois amigos, lá foi ele para a cabeceira da mesa.
Aberta a sessão, feitas as preces (irradiações), atua o Guia Médico no médium sentado à direita, e lidos diversos nomes, a cada um eram prescritas instruções.
Curioso e investigador, Luiz de Mattos que, atentamente, presenciara tudo, pede, após o término dos Trabalhos, os originais das receitas levando-os para a sua casa, em cujo escritório se fecha e, dirigindo-se à sua mesa de trabalho, senta-se e procura concentrar-se, fechando os olhos para fazer o mesmo que havia visto; mal sabia ele que estava correndo um grande risco.
Examinando o que havia escrito, verificou que o que o médium deixara no papel estava escrito em ordem, os tt traçados, os ii ponteados.
Procurou fazer o mesmo, e não o conseguiu.
Principiou aí o início do seu raciocínio sobre a Força fora da Matéria. Ele conhecia medicina, era inteligente e nada pudera fazer, ao passo que o médium, quase analfabeto, tinha produzido trabalho admirável.
No dia seguinte, já não eram os amigos M. e Luiz Thomaz que precisavam pedir o seu comparecimento; era ele que, desejoso de estudar, os avisava para, às horas certas, não faltarem.
Chegada a hora, de novo partiram para o Espiritismo e, como anteriormente, havia ordem, no Centro, dada pelo Presidente Astral, para que assumisse a presidência Luiz de Mattos, logo que chegasse.
Assumida por ele a presidência, na hora dos Trabalhos, após o receituário e algumas instruções, o Presidente Astral pede que se concentrem e é dada, por escrito, uma comunicação em francês legível, livre de erros, causando sério espanto a Luiz de Mattos, e tanto, que este chegou a perguntar, após a Sessão, se o médium tinha ilustração, e mandando-o escrever, após os trabalhos, a fim de se certificar se era verdade ou não. Não fosse estar sendo vítima de alguma mistificação …
Informado das condições morais, materiais e intelectuais do médium, certo ficou de que fenômeno importante se passava.
Conversando com Luiz Thomaz e outro amigo, disse-lhes que o que vinha observando causava-lhe grande espanto, forçando-o a meditar sobre a causa dos efeitos que observava.
Novamente, no dia seguinte, para lá foram.
Iniciados os trabalhos, pede ele receita para os seus filhos e, após receitar, o Guia Médico, Dr. Custódio Duarte, diz-lhe: “Já são meus enfermos, estão melhorando e hão-de ficar bons”. Admirou-se, e só nesse dia ficou sabendo que, de fato, já os seus se estavam tratando lá.
Dada também uma comunicação em inglês, ele a analisou e verificou estar claramente legível.
No fim da sessão que Luiz de Mattos, sem interrupção vinha presidindo, atua um espírito num dos médiuns ao lado dele e insulta-o barbaramente. Desconhecendo esse fenômeno e supondo fosse o médium o insultador, prepara-se para o devido revide, quando rapidamente fica atuado o outro médium, e falando-lhe Padre Antônio Vieira:
— Acalma-te! Pois então não vês que o médium é um simples porta-voz dos espíritos? Como querias agir por essa forma, se no espírito não podias atingir?
— Tem paciência, estuda, eu te ajudarei; porém, é a ti que compete doutrinar, não só esse, como tantos milhares de outros que te irão aparecer, e assim precisa ajudar-me a limpar a atmosfera da Terra dos jesuítas que nela se tem quedado para a prática, ainda mais desenvolvida de crimes, que também já praticavam quando encarnados. Acordaste tarde; era para aos 26 anos teres iniciado comigo estes trabalhos, mas já que despertaste agora, e foi preciso que te sacudisse o ataque cardíaco para te lembrares que a vida não desce à sepultura e sim ascende ao Espaço, a ligar-se a outras vidas, não podes mais perder tempo. Ajuda-me, pois, meu filho, estuda, e outros a ti se juntarão para levar por diante a bela doutrina de Cristo.
— Esse espírito que acabou de manifestar-se é Ignácio de Loyola, teu e meu companheiro em diversas encarnações. Há 400 anos que ele se queda na atmosfera da Terra, como terrível obsessor e chefe de grandes falanges.   Cabe a ti doutriná-lo e mostrar-lhe o erro em que vive.
            Acalmado tudo e encerrada a Sessão, não mais faltou Luiz de Mattos aos trabalhos, nesse Centro, pobre materialmente falando, mas riquíssimo de luz, de inteligência, de saber, enfim.
Nas sessões seguintes, novamente se manifesta Loyola e, prevenido que estava Luiz de Mattos pelo Guia Padre Antônio Vieira, deixou Loyola falar à vontade. De súbito, Luiz de Mattos entra numa longa dissertação da Natureza, referindo-se a Deus, não à semelhança do homem, mas como Inteligência Universal, a irradiar por toda a parte onde existe vida.
Loyola espanta-se do que ouve do seu ex-companheiro jesuíta, quando Frei Bernardo ou São Bernardo, e pergunta-lhe:
— Mas tu que, como eu, não acreditavas em Deus, tu que até há pouco eras ateu, eras materialista, como e onde foste aprender coisas tão belas, como as que me explicaste?
— Amigo, o grande Padre Antônio Vieira, de nós muito conhecido, disse-me ser preciso acordar, que no Universo apenas existem Força e Matéria e que na Terra, os encarnados são instrumentos simplesmente do bem ou do mal. Portanto, se o que eu te disse te espantou, eu nada mais fui que porta-voz das Forças Superiores, que a seu encargo têm a remodelação do planeta e tu a elas precisas pertencer.
Grande foi o diálogo havido, porém, o resumimos e damos apenas uma idéia de como se iniciou o Chefe do Racionalismo Cristão nesta bela doutrina:
Enquanto Luiz de Mattos dissertava, com a sua voz de trovão, de orador, de impulsionador, Loyola cada vez mais iluminava a sua alma e, rompendo o véu de negrura em que estava envolvido ia vendo, luminoso, radiante, o espírito de Luiz de Mattos, assistido por Antônio Vieira, Camões, São Pedro, Custódio Duarte e tantas outras almas suas conhecidas.     
Reconhecendo-se vencido pelas verdades que havia proferido Luiz de Mattos, pede-lhe que irradie sobre a sua alma, reconhecendo que foi o maior dos desgraçados, que se sentia sem coragem para olhar para o quadro das suas obras, já agora tão nitidamente gravadas na sua aura e que, ao rememorar o passado, não via outra coisa senão barbaridades; que o ajudasse, com sua irradiação de valor, pois queria, desejava, precisava, entrar em lutas para o bem geral, onde mais depressa pudesse descontar as suas faltas.
Retirando-se Loyola, esclarecido, havia dado Luiz de Mattos o primeiro passo para a explanação da Verdade, tão desejada por Cristo.
Os companheiros e amigos de Luiz de Mattos, presentes àquela Sessão, disseram-lhe que estavam impressionados com o que dele ouviram ao que ele respondeu não mais se recordar do que dissera, e que tudo aquilo lhe viera de momento, não sabendo mesmo explicar como se prestara a definir a Inteligência Universal, quando nem em Cristo ele acreditava.
Agora, porém, analisando a sua obra, concluía ter sido ele um homem lutador, valoroso e apto a reagir a todos os insultos no terreno da luta.
Além destes fenômenos, muitos outros foram precisos para que a alma investigadora de Luiz de Mattos não vacilasse. E assim levou ele ano e meio em consecutivos estudos, até que um dia o Guia, Pinheiro Chagas, lhe disse:
— Meu filho, é necessário que te disponhas a iniciar a Obra, pois estás demorando muito.
Nessa altura já o Centro não era no casebre, mas sim numa boa casa, de propriedade de Luiz Thomaz.
Luiz de Mattos, entretanto, ressentia-se ainda da prevenção que tinha com o baixo Espiritismo e, como via todos que nele se metiam acabar na miséria, pensava na Família, pensava no que era preciso despender com a criação de um Centro à altura de tão bela Doutrina, e receava não poder arcar com tamanha responsabilidade.
 O Astral Superior, vendo-lhe na aura a preocupação, insiste, por intermédio do Guia, Custódio Duarte, em que era preciso caminhar. Assim assediado, responde Luiz de Mattos.
—Sim…estou pronto para a luta, contando que aos meus nada venha a faltar. — Satisfaz-nos a tua resposta, disse Custódio Duarte, e certo podes estar, que nada te faltará a ti nem aos teus, tudo há de aumentar e àqueles que junto de ti viverem nada faltará. A ti, a parte espiritual, a Luiz Thomaz, a parte material. Sois os dois responsáveis por esta Doutrina. Caminhai unidos, e por vós zelaremos, uma vez que em pensamentos procureis religar-vos a nós.
Assim foi iniciada a Doutrina da Verdade, em 1910, na cidade de Santos, construindo-se um edifício para a sua explanação na Avenida Ana Costa, 67, inaugurado em 1912, ano em que foi inaugurado também o Racionalismo Cristão, no Rio de Janeiro, na Rua Jorge Rudge, 121, para onde, por ordem Superior, passou a Chefia da Doutrina Racionalista Cristã, visto ser a Capital do país.
Compreendida esta Doutrina por Luiz de Mattos, a ela se entregou, de corpo e alma, como lutador incansável, sem a menor dúvida ou vacilação.
Luiz de Mattos desencarnou no dia 15 de janeiro de 1926, quando completava, exatamente, 66 anos e 12 dias de vida física.

            Esta bela história continua e encontra-se na íntegra no livro cujo título Assim Surgiu O Racionalismo Cristão, esta a disposição do leitor na internet, http://racionalismocristao.net/biblioteca.


PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS
           
O Racionalismo Cristão é uma escola, que fomenta o uso de princípios e de moral cristã no cotidiano dos seus adeptos; muito embora a arquitetura de algumas casas possam fazer lembrar aos desavisados tratar-se de uma  igreja ou mesmo uma loja maçônica.

Enquanto escola necessita de pessoas dispostas a estudar, fazer largo uso do raciocínio lógico, trabalhar o pensamento adequadamente, perceber as falhas de conduta adotadas até então e esforço próprio no sentido de modificá-las, na medida em que forem sido internalizados conscientemente seus conceitos.

Inicialmente, o Racionalismo Cristão era denominado Espiritismo Racional e Científico Cristão, pois valia-se da mediunidade de pessoas bem intencionadas e da prática rudimentar do espiritismo, para poder firmar as suas bases. Porém, à medida que foi evoluindo científica e espiritualmente, tomou a designação própria e passou a cuidar única e exclusivamente do esclarecimento da humanidade.

            Nas primeiras palavras sobre o livro A Morte Não Interrompe A Vida de Luiz de Souza (1), lê-se que A Doutrina Racionalista Cristã vem editando há algumas décadas, livros que versam sobre assuntos de ordem espiritual, com o intuito de alertar os seres encarnados para o problema máximo de nossa existência, que é o de preparar, através da dedicação diária constante, uma jornada terrena de excelência, objetivando um futuro florescente, ameno e feliz.

Os assuntos desenvolvidos a seguir, dizem respeito ao procedimento racional a ser utilizado, por basearem-se em preceitos espiritualistas, necessários e suficientes para o  processamento esperado da evolução.

 Tem-se como condição basilar deste, a aceitação pelo autor  dos seguintes postulados:

            - A convicção de ser uma partícula de Força  que anima e mantém um corpo de Matéria, num processo de evolução cósmica permanente.
            - De ser uma partícula do Todo, do Grande Foco Vida do Universo, implicando estar provido de forma latente, dos mesmos atributos deste, guardadas as devidas proporções.
            - A reencarnação como um dos instrumentos, no processo evolucional.
            - Constatar o poder do pensamento e suas consequências na vida do ser.
            - Aceitar os diferentes estágios de evolução espiritual  propostos, a serem alcançados pelo ser.
            - Acreditar nas energias transformadoras provenientes da Luz e da Sombra.
            - Estar convicto da necessidade de usar a Moral Cristã em seus níveis máximos possíveis, norteando os pensamentos e as consequentes ações na vida.

O autor recomenda o estudo da obra básica da Doutrina Racionalista Cristã intitulada   Racionalismo Cristão bem como  A Vida Fora Da Matéria e A Morte Não Interrompe A Vida como instrumentos básicos para melhor elucidação das proposições deste trabalho.

            Do estudo e análise reflexiva das obras disponíveis no endereço eletrônico do Racionalismo Cristão, http://racionalismocristao.net/, - biblioteca digital -  até então quarenta  títulos, além de outras editadas pela Casa Chefe, disponíveis nas diversas filiais do Racionalismo Cristão e mesmo de obras antigas, não mais editadas pela Casa Chefe, surgiu a idéia de compilar algumas jóias Racionalistas Cristãs, com as devidas citações,  inserir contribuições de autoridades reconhecidamente competentes quando o assunto permite, também da Psicologia Transpessoal, da Neurolinguística além de pontos de vista próprios do autor,  para a formação deste  apanhado.

            As contribuições da Psicologia, mais especificamente da Escola Transpessoal, surgida nos anos setenta; estudadas pelo autor e comprovadas através de mais de quinze anos de  prática profissional, visam facilitar a aquisição e manutenção de um estado de serenidade mental, em conformidade com os preceitos Racionalistas Cristãos, há muito compilados por Luís de Mattos.

No entendimento do autor, isto se faz necessário nos dias de hoje, onde as pessoas recebem poderosa ingerência dos meios de comunicação, principalmente da televisão, rádio, jornais,  revistas e mais recentemente da Internet; podendo influir inadequadamente todo um pensar, desprovido de Moral Cristã; alterando de forma significativa costumes, normalmente para pior, dos menos atentos.

Buscou-se também as contribuições da Neurolinguística, e sua forma eficiente de nortear pensamentos, linguagem, escrita e consequentes ações no cotidiano do ser, quando em processo de mudança de atitudes.

Conforme o assunto, procurou-se colher opiniões em forma de obras editadas e/ou artigos científicos, palestras e conferências de autoridades de fora do Racionalismo Cristão, porém reconhecidamente competentes em suas respectivas áreas de atuação, objetivando a complementação ou mesmo a verificação da similaridade dos preceitos racionalistas cristãos com as demais áreas da ciência.

  Da obra racionalista  O Meu Depoimento Sobre O Todo  de Henrique Carlos Sequeira (2), parafraseamos:  A capacidade de perguntar e a busca de êxito na resposta são ilustradas a seguir através da imagem do discípulo que pergunta ao mestre: De onde vem o Universo? De onde vem a Vida? De onde vem o espírito? E do mestre que responde, perguntando ao mesmo E de onde vem a sua pergunta?”

O nosso intelecto alonga-se entre o de onde e o Para onde, diz Sequeira. Ambicionamos identificar a fonte e a foz, acompanhando e explicando o percurso feito entre eles. Porém, a capacidade da mente impede-nos por hora de satisfazer a ambição da identidade e do trajeto total pretendidos, permitindo-nos apenas uma visão panorâmica parcial do que buscamos encontrar e entender, limitando-nos sempre à consecução do objetivo.

É um fato inevitável aos que exercitam o intelecto pensando, nos depararmos com a grande questão do fundamento da existência do Universo e da potencialidade de resposta em nós disponível. Tais respostas ainda escapam à nossa condição humana; destacamos a seguir dois pensadores na história da evolução do homem:

Heráclito (AC 544 – 488 AC), pensador jônico deixou dito que “ A natureza gosta de ocultar-se, de tal maneira que o paradoxo consiste em que quanto mais aumenta o nosso conhecimento neste domínio, mais se agiganta a nossa ignorância”

Borel (1871 – 1956) grande matemático, afirmou que “Quaisquer que sejam os progressos e os conhecimentos humanos, haverá sempre lugar para a ignorância”

A Física Quântica (séc XX) acrescentou ás hipóteses explicativas, a capacidade de exprimir a indeterminação parcial da própria natureza e do seu comportamento aberto, no quadro do entendimento humano, agora disponível.

Antes de chegar aos problemas máximos do Universo, o ser apenas precisa adquirir os conhecimentos necessários à sua evolução espiritual; esforçando-se por apreender as inúmeras lições que ainda não absorveu.

Na Doutrina Racionalista Cristã, o ser encontra uma interpretação do Universo que tem consequências concretamente úteis para a validação da maneira como se deve comportar perante as coisas e os outros seres vivos, seus semelhantes, escreve com muita propriedade, Sequeira.

O Racionalismo Cristão parte da evidência de que existe o Universo Físico e Espiritual, (ponderável e imponderável), constituído por Força e Matéria, disponível no ser humano ( espírito encarnado em um corpo físico, ligado por um  corpo astral), a quem se dirige como Doutrina emanada do Astral Superior, explanando os princípios que o ser humano deve seguir na sua qualidade de cidadão do Universo, habitante temporário do planeta Terra, aqui imigrante, sendo este o mundo escola da evolução do espírito associado a cada ser humano nela residente.

Neste contexto, [...] o Racionalismo Cristão evidencia a importância do ser apreender e colocar em prática os princípios emanados da Inteligência Universal, o Grande Foco, onde através do adequado uso do seu livre-arbítrio, o ser trabalha para o permanente progresso da espiritualidade e intelectualidade, no decurso correspondente à sua encarnação presente.

Os capítulos que se seguem, portanto, foram objeto de pesquisa e consulta a obras sérias e de valor tanto do Racionalismo Cristão, como de outras entidades; uso intenso do raciocínio intuitivo, da lógica e observação atenta, advindas do estudo além de fatos da própria vida profissional do autor.


SOBRE A FORÇA E MATÉRIA

Faria, ao ler o pequeno compêndio, intitulado Adorável Jubileu, editado recentemente pela Casa Chefe (3), em homenagem ao jubileu de prata da presidência internacional do Racionalismo Cristão por Humberto Machado Rodrigues, lê-se na página 17 , o trecho final do discurso proferido pelo querido e saudoso Luiz de Mattos, quando da inauguração do prédio da hoje Filial Berço de Santos-SP, em 21 de junho de 1912:

“Minha convicção sobre o que é o espiritismo não foi alcançada lendo Allan Kardec ou os ocultistas. Foi especialmente em Claude Bernard,  fisiologista francês, e em Louis Büchner, filósofo alemão. Foram eles, esses dois homens, que me embasaram na codificação do Racionalismo Cristão
Claude Bernard é um famoso fisiologista, considerado o pai da fisiologia moderna. Foi o responsável por uma descoberta revolucionária quanto ao entendimento dos princípios fundamentais da vida orgânica, o qual continua válido até hoje. É o conceito da estabilidade controlada do ambiente interno, composto pelas células e tecidos. Ele explicou que:
"O corpo vivo, embora necessite do ambiente que o circunda, é, apesar disso, relativamente independente do mesmo. Esta independência do organismo com relação ao seu ambiente externo deriva do fato de que, nos seres vivos, os tecidos são, de fato, removidos das influências externas diretas, e são protegidos por um verdadeiro ambiente interno. "
Na segunda metade do século XIX, a visão que as células eram os blocos de construção fundamentais da estrutura e função do organismo era relativamente nova. Claude Bernard adicionou a isso o componente do pensamento fisiológico, completando a doutrina celular.

A descoberta da Bioeletricidade  trabalhada no brilhante artigo científico intitulado Ferramentas De Trabalho  por  Renato M.E. Sabbatini (4), PhD mostra-nos que nas primeiras décadas do século XIX, a nascente ciência da neurofisiologia estava rompendo fronteiras de forma fascinante. Era a primeira vez na história da ciência que surgia uma cooperação íntima entre a Física e a Biologia.

As correntes e potenciais elétricos gerados pelos tecidos biológicos, a bioeletricidade, são muito pequenos, da ordem de micro ou milivolts. Portanto, chega a ser espantoso constatar como os aparelhos primitivos usados pelos fisiologistas no século XIX eram capazes de registrar variações tão minúsculas. Claude Bernard, chegou a fabricar engenhosas  "pinças elétricas", que usava para segurar e tocar nervos delicados, estimulando-os, ao mesmo tempo.

 Foi Claude Bernard, continua Luiz de Mattos, que“ me disse”e disse também  a todos que estudaram sua obra, ser a matéria, embora pareça viva, inerte, e que só se movimenta, só se incita com um elemento que vem de fora dela, continuava.

Foi, pois, esse elemento( a Bioeletricidade ou Força) que tratei de procurar, para saber onde ele residia e como ele se organizava, incitava e movimentava a matéria, por si só imóvel. E cheguei ao resultado desejado.

 Foi Louis Büchner que, embora materialista, me disse, “sem o querer”, que os fenômenos espíritas, verificados que fossem, viriam deitar por terra toda a ciência dos homens.

O espiritismo, portanto, demonstrando a existência do mundo espiritual e suas relações com o mundo material, dá a chave da compreensão não só a uma multidão de fenômenos, que são por isso mesmo considerados como inadmissíveis por certa classe de pensadores, como também a chave dos porquês de tudo quanto existe”

Na obra intitulada  Pela Verdade de Luiz de Mattos (5), codificador do Racionalismo Cristão, extraiu-se este capítulo, uma vez que seus escritos encontram-se claramente colocados e sintetizados, para o adequado entendimento e reflexão do leitor.

    A Força, que no mundo físico se sente, tem origem no Grande Foco, também denominado Inteligência Universal.

Desse Grande Foco vem ela incitar e movimentar todos os corpos orgânicos e inorgânicos, animados e em lenta evolução, dos reinos mineral, vegetal e animal.

É essa Força parcelada que se observa em atividade constante neste planeta, assusta o homem que não sabe fazer bom uso do seu livre-arbítrio e raciocínio.

A Matéria organizada está nas auras que envolvem os diversos planetas, desde a que forma a do planeta Terra até à dos grandes planetas cinzentos, opacos, brancos, diáfanos e de Luz que se movimentam no Espaço Infinito, grandioso e belo.

Não há no Espaço, montes, nuvens ou campos de matéria, e sim mundos em organização, (as nebulosas), e outros já organizados, envoltos em auras ou atmosferas cinzentas, opacas, brancas, diáfanas e de luz, ligados ascendentemente uns aos outros, e é destas atmosferas cósmicas ou fluídicas astrais que as partículas da Força lançam mão para organizarem corpos.

Tem, pois, a Matéria Organizada, origem na Matéria em si, que é elemento fluídico, do qual a Força lança mão para fazer, em conformidade com as Leis do Universo, o que lhe apraz, neste planeta e fora dele.

Perdendo a velha mania de tudo querer subordinar à Matéria e a este mundo, de tudo querer comparar ao homem físico, que nunca foi a imagem da Força, mas sim um invólucro da partícula dessa Força para aqui lutar e vencer.

Convencido de que o homem físico é apenas uma forma animal organizada pela Força Espiritual, pela alma, para a sua estada provisória neste mundo, e dando à Força, a Inteligência, a forma de um imenso foco de luz que tudo organiza, incita e movimenta, e que está em toda parte, porque em toda parte onde há vida se faz presente o Grande Foco, rapidamente compreenderá o leitor, o que aqui se for escrevendo.

 Estará o ser então, colocado em condições de tudo ver e sentir bem claramente, uma vez que pairará acima das mentiras convencionais, das vaidades, dos vícios e misérias terrenas, das correntes animalizadas de certos meios em que vive, e sobressairá o homem psíquico, o homem moral, o homem Força, o homem luz, para tudo ver de maneira mais simples e exata, para raciocinar sobre as coisas sérias da vida, sobre a sua composição e sobre a real, certa e incontestável composição do Universo.

 Para que a besta, que é o homem instintivo (a Matéria), não domine a alma, que é a partícula inteligente, (a Força que em nós existe) e possa esta, reagir contra as imperfeições da primeira e agir com acerto nas resoluções que tomar, para chegar à descoberta da Verdade, dela se convencer e praticá-la, diz Luiz de Mattos, é necessário:

- Cada ser humano ter sempre presente que a Força, a Inteligência Universal que os diversos povos da Terra denominam Deus, Ser Supremo, Supremo Arquiteto do Universo, Supremo Arquiteto dos Mundos, base de todas as seitas que existem e o Racionalismo Cristão afirma ser o Grande Foco e não ter forma de homem ou outra qualquer, é a Grande Luz Universal de que se compõe o Universo, em que estão envolvidos os planetas que nele gravitam e todas as galáxias;
- Além deste planeta, milhares de milhões de outros existem, de diferentes categorias, todos envolvidos numa atmosfera que lhes é própria, de acordo com a sua categoria;
- O planeta Terra é envolvido por uma atmosfera gasosa que estabelece ao seu redor, como que uma aura que, rarefazendo-se, gradualmente, se perde no espaço infinito;
- Em virtude das Leis Comuns e Naturais, de complicadíssima sabedoria para o homem físico que, por isso, o perturbam e assustam, Leis essas que encerram todos os segredos e esclarecem todos os fenômenos, só nos mundos inferiores e atrasados, como o planeta Terra, é que as partículas da Inteligência Universal, desse Grande Foco, desde as que se acham ligadas aos diversos reinos da natureza, até ao ser humano, é que têm forma, é que têm corpo, porque assim é preciso para, em tal meio, em tal atmosfera pesada, possam  agir essas partículas e cumprirem o seu dever de trabalhar constantemente na organização, evolução e aperfeiçoamento desses diversos reinos da natureza e, portanto, do seu próprio;
- Por essa razão, as partículas humanas, as mais evoluídas, as mais adiantadas das que já passaram por todos os reinos da natureza, de que se compõe este planeta, têm uma forma diferente das outras, de todos os animais, denominada corpo físico ou carnal, e que serve de carro para a Força, que é a alma ou espírito, locomover-se dentro deste lamaçal tremendo em que é obrigada a estar;
- Assim sendo, é preciso que cada ser humano procure convencer-se do que anteriormente foi dito e aqui fica explicado, sobre:
a) a composição do Universo, como Força e Matéria;
b) a certeza de que a Força é tudo, e a Matéria Organizada é para a inteligência que a anima, um mero instrumento;
       c) de que, desagregado o corpo, a Força continua a viver e a manifestar-se por vários modos, até por intermédio do ser humano, para tal fim desenvolvido;
d) de que, por esse motivo, é preciso que coloque apenas os pés no mundo físico e ligue a sua partícula de Força à Inteligência Universal, para bem compreender os porquês das coisas e convencer-se de que não deve tomar a figura humana ou qualquer corpo organizado deste planeta, para modelo de coisa nenhuma, visto que a Matéria, liberta dela a Força ou alma, entra logo em estado de putrefação, até ir juntar-se, já em estado fluídico, cada categoria de fluido aos que lhes são, neste próprio planeta, afins.

O autor recomenda aos leitores que intensifiquem os estudos sobre Força e Matéria, lendo as demais obras editadas pela Casa Chefe do Racionalismo Cristão, também disponíveis gratuitamente para serem baixadas via internet cujo endereço é http://racionalismocristao.net/.


A RAÇA HUMANA NA TERRA

Este tópico foi baseado na bela pesquisa realizada por Henrique Carlos Sequeira (2), publicada em sua versão integral na obra  O Meu Depoimento Sobre o Todo, do mesmo, disponível na biblioteca virtual da página do Racionalismo Cristão na Internet, http://racionalismocristao.net/  livro este, que não só pode como deve ser estudado profundamente, por todo aquele que deseja estar em consonância com as determinações do Astral Superior, codificadas nesta Doutrina.

            Sequeira diz que, há três milhões de anos, o ser humano ainda não existia no nosso planeta, pelo menos até onde a ciência pode constatar na presente data.

            De maneira superficial, afirma que a família humana começou com o gênero Homo, de que o Homo Habilis e o Homo Erectus foram os primeiros membros.

            Setecentos mil anos se passam a partir daí, ou seja, com a possibilidade de  dezenas de milhares de encarnações, para que os antropólogos denominassem de homem, a espécie do gênero Homo, designada por Homo Habilis.

            O Homo Habilis viveu na África e terá sido nosso primeiro antepassado hominídeo a fabricar instrumentos rudimentares de pedra, seixo, osso, madeira; a partir de outros instrumentos também primitivos, assim como a construir abrigos.

            Mais quatrocentos mil anos se passam, com a possibilidade de mais uma dezena de milhares de encarnações, ou seja há um milhão e novecentos mil anos atrás para surgir o homem com sinais de inteligência, inventivo e sensível, denominado Homo Erectus.

            Este por aqui esteve do seu surgimento (1,9 M. a.) até quatrocentos mil anos atrás, algo como a possibilidade de quarenta mil encarnações e reencarnações, difundindo-se talvez por toda a África, Europa e Ásia.

            Os Erectus viveram nos últimos quatrocentos e cinquenta mil anos, fazendo importantes progressos como o domínio do fogo, estabeleceram métodos de trabalho com o sílex, quartzo, basalto, instalando-se em ambientes muito diversos e dispunha de rudimentos de linguagem.

            Há aproximadamente quatrocentos e cinquenta mil anos também, uma família dos Erectus na África, tomou um caminho diferente, que os conduziu pela evolução há pelo menos cem ou cento e cinquenta mil anos ao Homo Sapiens (homem inteligente), espécie a qual pertencemos. Humanos já anatomicamente modernos, diferentes em sutilezas das espécies antecessoras. Refletem necessidades espirituais e sociais, praticando inclusive o culto de seus mortos.

            O Homo Sapiens, duplamente inteligente, surge entre trinta e cinco e quarenta mil anos atrás. É a nossa subespécie, vivendo um pouco por toda a parte, Ásia, Europa, América, Austrália e África. Apresentam desenvolvimento da inteligência naturalmente maior, assim como linguagem articulada. Cultivaram a arte, concluindo um longo e demorado processo de transformações físicas e intelectuais, que permitiu a evolução para os homens atuais.

            Os mais de dois milhões de anos registrados pelo Homo, até dez mil anos atrás, o homem viveu praticamente da mesma maneira. Durante este tempo, colheu e caçou. Mudava de terreno sempre que os alimentos faltavam ou quando o clima tornava-se demasiado rude para ele e os animais que comumente caçava. Não roubava, pilhava ou fazia guerras pois a terra era muito vasta, as tribos podiam deslocar-se livremente sem interferir noutros territórios.

            As primeiras civilizações históricas surgem há apenas quatro mil anos; cujas origens remontam há aproximadamente dez mil anos, com o início da agricultura no Oriente, a domesticação e criação de animais e a vida em colônias permanentes.

            Para estes fatos vieram juntar-se a escrita, no momento em que nossos antepassados começaram a moldar o seu próprio destino, ao invés da natureza.

            Entre quatro mil e dois mil e quinhentos anos antes de Cristo, aparecem as primeiras civilizações urbanas na mesopotâmia, Egito, Vale do Indo e China. Pouquíssimo tempo, portanto em relação aos três milhões de anos do nosso surgimento por aqui, porém momento talvez em que tivesse sido propício a descoberta de seus questionamentos interiores.

            O autor sugere a leitura da obra Racionalista Cristã de Fernando Faria (6) intitulada  A Chave da Sabedoria em seu capítulo 4, onde encontra-se resumidamente, de forma cronológica, as fases pelas quais passou o planeta Terra, até estar em condições de abrigar vida nas diferentes formas encontradas.


A HISTÓRIA DO PENSAMENTO HUMANO

Estudos feitos por Henrique Carlos Sequeira (2), publicados na obra O Meu Depoimento Sobre o Todo disponível na biblioteca virtual na página do Racionalismo Cristão da Internet, verifica-se que em um determinado momento na organização do ambiente, o homem chega à descoberta de seu mundo interior, onde o mesmo se encontra como Ser... Deste encontro surgem as questões sobre a alma, espírito e a mente!

Perde-se no fundo dos séculos o momento, se é que houve um, em que se deu o início de algo parecido com uma história do pensamento humano.

Na impossibilidade de se saber até onde se pode recuar no tempo para o efeito da determinação desse início, o que se dispõe é de uma zona escura, feita de mitos e lendas, e da qual não se consegue sequer os primeiros fatos concretos.

A questão das origens do pensamento humano oferece mais mistérios que respostas. É mais prático escolher um ponto de partida, algum instante em que abrigue em si toda a herança do pensamento e que contenha também uma nova etapa mais concreta e possível de estudar.

A história do pensamento elege os séculos VI e V a. C. ( antes de Cristo) como marcos do respectivo início e destaca aí, os meados do século VI a.C. como um extraordinário período que viu o nascimento de tantos gênios espirituais e filosóficos. Foi época de Tales, Anaxiomandro, Anaxímeno, Pitágoras e Platão na Grécia; antes deles, Krishna na Índia, Hermés no Egito, Confúcio na China, sempre tratando da existência da alma, da sua reencarnação e dos porquês de tudo existe no Universo; assim ficando ciente que não há nada de novo sobre a Terra, de que com outras denominações, o Racionalismo Cristão é tão velho como o mundo e dêle tiveram conhecimento e praticaram os povos da antiguidade, como os da Índia, do Egito, da Grécia, etc. antes da era de Cristo.
Na Índia, três mil anos antes de Cristo e, portanto, cinco mil da nossa era, surgia então dentre a sua grande população o sábio Krishna, que proclamava a existência de um único Deus, a imortalidade da alma, seu progresso através das múltiplas reencarnações, e deduzia de tais ensinamentos a moral puríssima.
Falando de Deus, dizia que Ele, ocupava todo o Universo e que só Ele, infinito, podia compreender o infinito e o Universo. Sobre a imortalidade da alma, que faz dele sua morada, é uma coisa finita, porém a alma que o habita, é invisível, imponderável, incorruptível e eterna.
O homem terrestre, segundo Krishna, é triplo como divindade que reflete; inteligência, perispírito e corpo carnal.
Tratando da reencarnação dizia; quando o corpo morre, se o ser for esclarecido na terra, a alma ascende às regiões desses seres puros que possuem conhecimento do Altíssimo; mas, se a alma, quando encarnada na terra se deixou dominar pelas paixões, pelos desejos intemperados, é então obrigada a voltar de novo à terra para recuperar o tempo perdido e dizia mais; Eu e vós outros, temos tido múltiplas reencarnações. As minhas só de mim são conhecidas, enquanto que vós não conheceis nem as vossas.
Quanto à moral, dizia krishna; “Os males com os quais atormentamos o nosso próximo, nos perseguem como a nossa sombra ao nosso corpo. As obras cujo móvel é o amor ao próximo, devem ser ambicionadas pelo justo, porque são as que mais pesarão na balança celeste. Se só frequentares os bons, teus exemplos serão inúteis; não temas viver entre os maus para atraíres ao bem.
 O homem virtuoso é parecido à arvore das nossas florestas, cuja sombra benéfica dá as plantas que as rodeiam a frescura da vida, etc.
 Ainda entre os budistas da velha índia, a revelação que passa de geração em geração onde se diz: A Alma dorme na pedra, sonha na planta, move-se no animal e desperta no Homem...
No Bagavad-Gita, Krishna também afirma: Tudo o que nos sucede neste mundo é a consciência dos atos anteriores. Somos o que pensamos e os atos da presente existência amadurecem numa vida futura...
Foi consultando as memórias da humanidade através de velhos textos que se colhe de muito antes da era cristã, com Hermés, do alto Egito, que foi um Cristo remoto, ensinamentos como os de que Deus era o único que vivia em substância, o único gerador de tudo quanto existia no Céu e na Terra e o único que não foi gerado; que os seus atributos eram imensidade, a eternidade, a independência, a vontade toda poderosa, a bondade sem limites.
 Falando de Deus, dizia ele, nosso pensamento não pode concebê-lo, nem linguagem alguma defini-lo. O que é incorpóreo, invisível, sem forma, não se pode medir pela curta regra do tempo. Deus é infalível. É certo que Deus dá a alguns de seus eleitos a faculdade de elevar-se acima das coisas planetárias, para perceber algumas irradiações da sua perfeição suprema, mas, estes eleitos não encontram palavras para traduzir em linguagem vulgar a visão imaterial que os impressionou, e somente tem podido explicar a humanidade as coisas secundárias que passam ante os seus olhos, como imagens da vida universal, mas, a causa principal permanece velada e não chegaremos a compreendê-la senão depois da morte;
Dizia também ele, e continuaram os sacerdotes dos templos egípcios sobre o destino da alma, sua imortalidade e reencarnação; “ O espírito do homem tem duas fases; cativeiro na matéria,(corpo carnal) ascenção à luz. As almas são filhas do céu e a sua viagem é uma prova.
Durante a encarnação perdem as recordações da sua origem celeste. Cativas da matéria, embriagadas pela vida, se precipitam como chuva de fogo, com sensação voluptuosa através das regiões do sofrimento, do amor e da morte até a prisão terrena, aonde a vida divina parece um sonho vão. As almas baixas e perversas permanecem amarradas à terra, por múltiplos renascimentos, porém, as almas virtuosas, como providas de azas, elevam às esferas superiores, onde recobram a vista das coisas divinas, das quais se impregnam com a luz da consciência iluminada pela cor, com a energia da vontade adquirida na luta. Fazem-se luminosas, pois que possuem o divino em si mesmas e irradiam essa divindade em seus atos, etc.”
 Depois de Krishna e de Hermes, muitos séculos depois, veio à terra Moisés, um dos iniciados nos templos egípcios, que chegou a ser um dos missionários divinos mais conhecidos, porque foi o primeiro a revelar à humanidade, algumas das grandes verdades, antes ocultas nos templos em que foi iniciado e reservadas a um pequeno grupo de eleitos.
Foi ele quem revelou ao povo israelita, que pos sua vez se encarregou de a divulgar por todo  o planeta, a idéia de um Deus, condenando a idolatria.

Vieram depois os gregos Sócrates, Pitágoras e Platão e todos eles trataram da imortalidade da alma e da sua reencarnação; por último veio Jesus, o meigo, e querido filho de Maria, o mártir dos mártires, a maior vítima da ignorância humana, do atraso dos povos, Jesus, não só veio esclarecer e ampliar a doutrina de Moisés, como revelar o que até então, estava oculto nos templos egípcios; o porque de tudo quanto existe no Universo e como as almas encarnam e desencarnam, sua origem, seus deveres e seus fins.

Tudo o que foi narrado, que por muitos séculos jazeu oculto nos templos egípcios e por isso se denominou ocultismo, está em conformidade com o que Luiz de Mattos codificou no Racionalismo Cristão no início do século XX.

Pitágoras (séc VI a. C.) foi o primeiro a criar o termo “filósofo”, no sentido etimológico da palavra, quando denominou-se um “amante da sabedoria”.

Filosofia foi entendida originalmente como a explicação racional de todas as coisas, onde se situa o relacionamento do homem com o Universo; fornecendo-nos idéias gerais da existência, apontando-nos os objetos mais específicos que cada um deve estabelecer na vida comum.

Hoje, entende-se por Filosofia como uma forma de saber, que se distingue do saber comum e do científico. Filosofia é a ciência das coisas humanas e divinas e de suas causas.

A inabalável convicção na razão humana para explicar o Todo, recebeu o nome de racionalismo. Um racionalista cristão, portanto é alguém que aceita o fato da razão humana ser fonte primária do nosso conhecimento; ou seja, que a capacidade de apreender qualquer coisa se dá  por meio do pensamento.

Racionalismo é fundamentalmente um método, um caminho para obtenção de conhecimento, cujo critério de verdade não é sensório, mas intelectual e dedutivo.

Este método enaltece, portanto, a razão e o raciocínio como meios para alcançar e fundamentar a verdade, minimizando o papel da experiência no conhecimento humano e deve ser desenvolvido incessantemente, através de leitura e raciocínio dos que pretenderem ser adeptos.

O racionalismo desenvolve-se a partir dos eleatas (VI a. C.), designadamente com Parmênides, os pitagóricos e depois com Platão.

A escola racionalista aparece em contraposição ao empirismo de John Locke ( 1632-1704) e outros, de onde acreditam na obtenção de conhecimentos através da experimentação, surgem de uma ânsia de vigor metodológico nesta busca.

Reconhece-se também, que existem outras formas conducentes à obtenção do conhecimento, além das fundamentadas na razão e na experiência. A intuição, a imaginação e a convicção universalista podem ser citadas.

Designa-se por intuição a capacidade geradora de conhecimentos sem que se tenham antes recorrido conscientemente a informações preliminares.

A Imaginação é, portanto, uma intuição lúcida e clarividente, considerada por Einstein mais importante que o conhecimento.

A Doutrina Racionalista Cristã constitui visão e interpretação do Universo, nascente na Verdade, mas sem exclusivo da mesma, emanada do Espaço Superior, onde se situam seres de maior evolução. Apresenta simultaneamente um código de conduta para o Homem, fundado nos valores determinantes da honra do espírito seu constituinte, enquanto indivíduo e elemento das sociedades onde participa, no âmbito da sua cidadania Universal.

O Racionalismo Cristão, ao emanar do Universo Espiritual Superior, emana em consequência dos Espíritos Superiores,  detentores de sabedoria, situando-se pois, fora da limitada sabedoria humana.

Então, a Doutrina Racionalista Cristã configura-se designadamente com a Ética, sendo portanto filosofia, acrescida a razão de esta ter sido entendida originalmente como a explicação racional do Homem com o Universo, fornecendo idéias acerca das finalidades gerais da existência, apontando objetivos a que cada um deve estabelecer na vida comum.

O Racionalismo Cristão pode ser perspectivado como ciência, se entendermos os seus princípios como premissas de onde derivam consequências, proposições, afirmações logicamente fundamentadas e analisadas por recurso aos métodos de observação e a experimentação, resultando leis gerais, conforme Sequeira.

Luiz Hamilton Menossi (7) nos diz na sua obra  Reflexões Racionalistas Cristãs que uma das importantes lições que o Racionalismo Cristão nos ensina é que somos parte do Suprimento Universal, e, como partícula pensante e criadora, temos o poder de fazer passar da imagem para o concreto tudo aquilo que imaginarmos, que idealizarmos.

Diz também que somos parcelas da Força Criadora e pelas nossas palavras e pensamentos somos fantásticas forças vibratórias e criadoras, e estamos continuamente cristalizando nossos desejos em nossa vida, em nossos corpos astral e carnal, em nossos negócios, enfim em todos os nossos propósitos.

Tudo a seu tempo acaba acontecendo em nossas vidas, oportunamente.


CONSIDERAÇÕES SOBRE A MORAL

Este capítulo se inicia a partir da resenha elaborada pela Dra. Márcia M. Raymundo, sobre o capítulo 3 do livro intitulado Civilização Brasileira de Adolpho Sanchez Vasquez(8), com a visão Racionalista Cristã sobre o tema a seguir.

Na obra de Adolpho Sanchez Vasquez, intitulada Ética, resenhada por  Márcia M. Raymundo, encontramos a Moral como sendo  um conjunto de normas, aceitas livre e conscientemente, que regulam o comportamento individual e social dos homens. 

 Encontram-se na Moral dois planos;
- O normativo, constituído pelas normas ou regras de ação e pelos imperativos que enunciam algo que deve ser.
-  O factual, que é o plano dos fatos morais, constituído por certos atos humanos que se realizam efetivamente.

 Os atos adquirem um significado moral; são positivos ou moralmente valiosos quando estão de acordo com a norma e negativos quando violam ou não cumprem as normas. Portanto, certos atos são incluídos na esfera moral por cumprirem ou não uma determinada norma.

 O normativo não existe independentemente do factual, mas aponta para um comportamento efetivo, pois, toda norma postula um tipo de comportamento que considera devido, exigindo que esse comportamento passe a fazer parte do mundo dos fatos morais, isto é, do comportamento efetivo real dos homens. 

 O fato de uma norma não ser cumprida não invalida a exigência de que ela seja posta em prática. Esta exigência e a validade da norma não são afetadas pelo que acontece no mundo dos fatos.

A moral efetiva compreende as normas ou regras de ação e os fatos que possuem relação com ela.

 Esta distinção entre o plano normativo (ou ideal) e o factual (real ou prático) leva alguns autores a propor dois termos para designar cada plano: moral e moralidade.

A moral designa o conjunto dos princípios, normas, imperativos ou idéias morais de uma época ou sociedade determinadas. A moralidade, um componente efetivo das relações humanas concretas que adquirem um significado moral em relação à moral vigente.

 A Moral portanto, estaria no plano ideal e a moralidade no plano real. 

A moralidade é a Moral em ação, a Moral prática e praticada. Por isso, cremos que é melhor empregar um termo só: moral, indicando os dois planos, o normativo e o efetivo. Portanto, na Moral se conjugam o normativo e o factual.

 Cada indivíduo, comportando-se moralmente, se sujeita a determinados princípios, valores ou normas morais, sendo que o indivíduo não pode inventar os princípios ou normas nem modificá-los por exigência pessoal. O normativo é algo estabelecido e aceito por determinado meio social. Na sujeição do indivíduo a normas estabelecidas pela comunidade, se manifesta claramente o caráter social da Moral.

 O comportamento moral é tanto comportamento de indivíduos quanto de grupos sociais humanos. Mesmo quando se trata da conduta de um indivíduo, a conduta tem consequências de uma ou outra maneira para os demais, sendo objeto de sua aprovação ou reprovação.

A Dourina Racionalista Cristã, incentiva o uso da Moral como sendo o fruto de um processo que se inicia pela busca da Verdade através do estudo e reflexões lógicas, relacionadas à história de vida  do ser, objetivando o bem estar e o progresso tanto material, como espiritual.

Luiz de Souza, Mestre Racionalista Cristão (9),  deixou-nos escritos valorosos sobre a Moral em seu livro Ao Encontro de uma Nova Era, que os países cristãos, no qual o Brasil se insere, têm a sua moral baseada nos ensinamentos de Jesus, denominada Moral Cristã.

Essa Moral, escreve Souza, é seguida pelo Racionalismo Cristão, por reconhecer nela que o respeito ao próximo, a igualdade de direitos e a ampla consagração fraterna, serem esteios que se aprofundam na firmeza da justiça emanante e na grandiosidade do amor espiritual.

A Moral Cristã é o poderoso sustentáculo da constituição da família, núcleo respeitável que representa a pedra angular da espiritualização de um povo, pois ali é que germinam as idéias sadias, os conselhos construtivos, as diretrizes da evolução.

Se o sentido da Moral Cristã fosse melhor compreendido e cumprido, a humanidade estaria desfrutando todas as dádivas espirituais cabíveis, e o mundo seria um pouso refrigerante para as almas encarnadas

A Moral Social se define no Racionalismo Cristão, segundo Luiz de Mattos, seu codificador, pela formação espiritualista, pela intransigente defesa dos bons costumes e a prática efetiva de hábitos salutares.

As atividades neste mundo são diversas e muitos são os meios pelos quais se processa a evolução. Nem todos os seres humanos, no entanto, contam com iguais possibilidades, mas o que importa, acima de tudo, é enobrecer o sentido da vida, ainda que nos trabalhos mais rudes e humildes.

Os seres devem preparar-se para dirigirem suas vidas por si mesmos,  devem ir recolhendo o maior lastro de experiências que lhes for possível alcançar, através da observação e do testemunho das coisas que ocorrem à sua volta ou de que tiverem tomado conhecimento.

Os êxitos ou  fracassos dos outros, as causas, razões, motivos das alegrias ou sofrimentos destes, constituem valiosos ensinamentos dos quais se devem aproveitar todas as pessoas para não incidirem nos erros que causaram  dor e  prejuízo alheios, tomando obviamente os mesmos caminhos que levaram o semelhante ao triunfo e ao bem-estar.

Se a criatura se inferioriza diante do próximo quando pratica ações condenáveis, reveladoras de indigência de princípios morais e educativos, sentir-se-ia inferiorizada e com vergonha de si mesma, se tivesse a consciência espiritual vigilante e desperta para apreciá-las e analisá-las.

O indivíduo mal-educado restringe o seu campo de ação ao próprio nível em que vive, tornando-se indesejável nos planos superiores de educação e daí a necessidade que tem o espírito encarnado de não poupar esforços no sentido de melhorar as suas condições sociais, contribuindo para a elevação dos índices de moralização no Planeta.

Muitos de nós ocidentais, diz Luíz de Souza (1) em sua obra A Morte Não Interrompe a Vida, dizem-se cristãos, sem que se tenha na realidade, uma noção, ainda que elementar, do que seja o cristianismo.

 O desconhecimento da Doutrina Racionalista Cristã pode  levar as pessoas a deformarem o seu caráter com a prática de atos condenáveis, de graves consequências para elas próprias.

Daí porque, cabe aos que conhecem os males advindos de ações reprováveis, o dever humanitário de alertar, de chamar a atenção para a leitura e o estudo do que se escreve sobre a disciplina Moral instituída na Terra pelo cristianismo autêntico.

Parece impossível haver alguém que, mesmo sabendo que todo mal que fizer a outrem reverte em seu prejuízo, cometa a loucura de sacrificar os seus próprios interesses, a sua vida futura, as suas melhores aspirações, a um proveito material imediato, mas ilusório e efêmero.

O cristianismo tem sido uma mera concepção teórica, existente nos templos, cânticos litúrgicos e em aparatos religiosos. Na luta pela vida, desprezam-se o sentido prático.

Mesmo dizendo-se cristãos, muitos se conduzem de maneira inteiramente diversa do cristianismo, só se recordando dele em momentos formalísticos, como na hora do casamento, e assim mesmo, por uma questão de convenção social.

Por não se fazerem uso da forma prática do cristianismo, da Moral Cristã difundida pela Doutrina Racionalista Cristã é que existem guerras, revoluções, agressões, assaltos, raptos, usurpações e outros males que afligem a humanidade.

Siga cada um o seu caminho, fazendo o bem que puder com a ilustração espiritual recebida, sem olhar para trás para rever o que já concedeu. O bem é universal, pertence a todos, e a ninguém caberá doá-lo como se fosse propriedade sua.

Souza nos alerta, incitando-nos a ser realmente cristãos; cristão no sentido de viver todos os dias cristãmente; cristão no sentido límpido da palavra; cristão militante, operoso e digno; cristão para que o seu lema seja o da verdade, da moral, da retidão, do amor e da justiça.

Todos podem perguntar, de vez em quando, sobre a existência ou não de algum objetivo na vida, por que vivemos. A Biologia atual responde que se vive para produzir a próxima geração. Apesar disso, muitos continuam a questionar se isto será tudo.

Sendo assim, qual então o interesse deste pormenor único de nossa espécie, o código moral presente em todas as sociedades humanas. Sequeira (2), em sua obra racionalista cristã O Meu Depoimento Sobre o Todo entende ser indispensável que tal código seja elaborado por uma consciência clarividente, definidora de caráter impoluto, onde esteja assentada a conquista da evolução espiritual do ser e com ela a solidariedade da coletividade humana.


O BEM E O MAL

No capítulo III, da obra Racionalista Cristã  O Meu Depoimento Sobre o Todo através da pesquisa feita pelo Dr. Sequeira (2), utilizada neste, o ser humano encontra-se no planeta há aproximadamente três milhões de anos. Uma boa parte de todo este tempo foi passada praticamente da mesma forma, até que cinco mil anos atrás teriam surgido as primeiras cidades;  da vida em comunidade, as transformações de comportamento e costumes tomaram um outro ritmo.

Sobre o Bem, acredita Sequeira fazer parte da ordem natural e equilíbrio do Cosmos.  O Grande Foco Vida do Universo; princípio da Inteligência Universal, entendido como Fonte Geradora da energia, responsável pelo movimento expansivo universal constante é denominado pelo Racionalismo Cristão de Corrente do Bem. Através dela, enquanto partículas da fonte, seguimos a um ritmo determinado por nós, incitados porém, de tempos em tempos, a sair da corrente, a quebrar tal ritmo, por uma força diferente, a qual denomina-se no Racionalismo Cristão, a fim de ilustração, Corrente do Mal. Sobre esta Força falaremos a seguir.

O Historiador medievalista Jeffrey Burton Russell (10), através de sua obra O Diabo, as percepções do Mal da Antiguidade ao Cristianismo Primitivo, elabora um estudo sério sobre surgimento e a evolução deste conceito do espírito humano.

O mal é um dos mais antigos e sérios problemas da existência humana.

O intuito de Russell é relacionar tal contexto e as evidências históricas com  a vida e a experiência humanas como um todo.

As culturas do Egito, Mesopotâmia e Canaã estão diretamente por trás das culturas dos gregos e hebreus, exercendo uma influência sobre o conceito judaico-cristão do mal.

Para os egípcios não há um princípio do mal. O cosmo egípcio é uma coincidência de opostos, estável, uma manifestação da ordem e harmonia divinas.

O Universo, portanto, é entendido como uma manifestação de Deus, diz Russell; está vivo e pulsa com a bondade. O princípio do mal não pode existir separadamente e sim como parte do contínuo divino, do Cosmo vivo.

A mente, a enfermidade, a mentira, o engano são perturbações da ordem natural, como no Taoísmo, são partes da ordem que transcendem incluindo tanto a ordem quanto a desordem.

O mal, portanto, seria a perturbação da justiça ordenada, harmoniosa do cosmo, pelo indivíduo, continua Russell. O mal é um ato isolado, individual e o indivíduo é o responsável pela sua vida na Terra.

O cristianismo tomou emprestado dos gregos a idéia de que o próprio espírito é considerado bom, em oposição à matéria, considerada má. O chamado dualismo!

O dualismo oferece uma explicação do mundo tal como realmente o observamos; onde a mistura do bem e do mal não é facilmente explicável a não ser que houvesse uma Força que nos arrastasse para o mal e outra que nos convidasse ao bem.

Estudando Russell, entende-se a essência do mal como sendo a violência contra um ser senciente, que pode sentir dor. O relevante neste caso é a dor.

O mal é percebido logo pela mente e sentido imediatamente pelas emoções; é como um ferimento causado deliberadamente.

Com frequência, em muitas sociedades, o mal é visto como uma força consciente e sentido como se fosse personificado (Diabo). O mal nunca é abstrato; deve ser compreendido sempre em termos do sofrimento provocado.

A crueldade e destruição deliberadas são lugares comuns nas notícias cotidianas, como na história da humanidade, diz Russell. Há quase três milênios, Assurbanipal II, rei da Assíria, ao tomar uma cidade inimiga, mandava cortar as mãos e os pés de todos os habitantes e os empilhavam na praça central para que sangrassem até a morte.

A maioria dos exemplos de mal apresentados é física, pois são os mais evidentes não obstante a violência mental e espiritual ser tão comum, destrutiva e dolorosa quanto a física e compartilha plenamente do espírito do mal.

O que é o mal e como surgiu? Fruto de sua intensa pesquisa, Russel escreve que é aquilo que as pessoas sentem como tal; é sentido de maneiras tão diversas que o conceito não pode ser definido satisfatoriamente; também não se trata de um conceito de limites imprecisos e não tem qualquer coerência interna. Em consequência, devemos considerar que o mal é sentido imediato, direta e existencialmente em lugar de ser definido categoricamente.

A percepção do mal é a experiência direta e imediata de algo feito a um indivíduo. Sente-se imediatamente o mal que nos é feito e por empatia, é possível também sentir diretamente o mal feito àqueles que não se conhece pessoalmente.

 O mal não é uma abstração, diz Russell. Conhece-se e é compreendido através do próprio sofrimento, não importando o tempo ou a distância em que tenha acontecido. Russell exemplifica tal afirmação com “a morte por hemorragia”, dos cidadãos conquistados lá na antiguidade pelos assírios.

O fato de alguém sofrer nos impõe a obrigação absoluta de se tentar compreender e com isso resolver o problema do mal.

Partindo da concepção básica do mal individual, [...] extrapola-se para o mal geral, passando do reino da consciência para o da construção consciente da conceituação; exemplificado pelo  horror às  guerras dos assírios.

Da consciência individual do mal geral, surge ainda outro nível de entendimento; percebe-se que os males não são apenas gerais, mas também estão universalmente presentes na experiência humana.

Nesta altura, Russell lembra que até agora foi falado do mal como algo que é feito, porém ele também é alguma coisa que nós fazemos. Como nenhum de nós tem uma vida totalmente isenta do mal, não se vive sem praticá-lo. Pelo menos uma parte da questão do mal está dentro de cada um; não obstante considere-se o mal como alguma coisa que vem de fora. Um perigo real presente é a nossa tendência  de projetar nosso mal sobre os outros.

Somos levados a crer [...] que o mal é praticado contra nós, no sentido de sermos vítimas dele ou ele ser uma força estranha que nos leva a praticar atos maus... “Fui levado por algo”.

O que seria este algo? O que realmente é o mal?

Diz Russell que muitos estudiosos já perceberam é que o mal é a destruição insensata e sem sentido; o mal destrói e não constrói. Rasga e não costura, corta e não une; procura sempre e em toda parte aniquilar, transformar em nada; apossar-se de todo o ser sem nada dar em troca; essa é a essência do mal. Como diz Erich From, brilhante pensador contemporâneo, o mal “é a vida voltada contra si mesma”.

A ética judaico-cristã, conforme Russell, isolou o Homem e Deus da Natureza; o materialismo moderno agravou agora o problema, eliminando Deus e deixando o Homem totalmente sozinho. Para as árvores e animais, é a humanidade e não a Natureza que constitui o inimigo ou a personificação do mal. Talvez devêssemos considerar se a desnaturização da Natureza não constitui uma violência tão grande como a desumanização dos seres humanos.

O mal alcançou todos os lugares, todos os tempos, a vida de todos os indivíduos; entende Russell ser êle Cósmico!

        Caruso Samel (11) , autor racionalista cristão, no livro Reflexões  Sobre Sentimentos, tenta trabalhar estes conceitos; escrevendo  sobre  o ódio como sendo  um dos sentimentos mais negativos e nefastos que uma criatura pode ter.

        O pensamento, diz Samel, está permanentemente associado ao Bem, ou ao Mal. Está sempre em competição, a buscar um fim,  a querer resultados. Se o pensamento for dirigido para o Bem, o resultado será prazeroso, caso contrário ocorrerá a frustração, que pode se transformar em ódio. O ser humano tem de conviver com este conflito, com este antagonismo, com esta dualidade.

Na vida o homem se move de um substitutivo para outro, num processo pendular entre o amor e o ódio, mas todos os substitutivos originam-se do pensamento.

Quando a criatura não invoca a sua força de vontade, [...] o ódio sempre se manifesta, embora algumas vezes de forma disfarçada por leve oposição a alguma coisa ou a alguém. É, então, um sentimento generalizado, arraigado nas pessoas.

É preciso, então, superá-lo!

Na perversidade tem-se a verdadeira e única causa sendo de natureza psíquica;  Samel não acredita no “perverso nato”, isto é, não acredita que a perversidade seja hereditária, que haja um genótipo perverso. Todas as modalidades de perversidade são, a seu ver, adquiridas pela má educação e orientação que a criança recebe, influência do meio e das más amizades e, quando adulto, pelo mau uso que faz do seu pensamento e do seu livre-arbítrio.

Umbelina M. S. Guimarães (12), autora Racionalista Cristã no capítulo I da obra intitulada A Luta Do Bem Contra o Mal, enfoca a luta constante  do bem contra o mal, que o homem trava no decurso de uma encarnação, por negligenciar o aprendizado de um viver privilegiando-se a racionalidade.

Umbelina prossegue sua linha de pensamento escrevendo que o planeta Terra foi constituído para dar oportunidade às partículas da Força Criadora de percorrer vários ciclos da vida evolutiva, até chegar a condição de espíritos, quando então o seu progresso passa a ocorrer por sua própria conta.

Na condição de espíritos, as partículas da Inteligência Universal usam, temporariamente o solo terrestre como escola, objetivando a evolução gradativa através de inúmeras encarnações. Pouco a pouco vão alcançando a necessária evolução até ascenderem a mundos mais evoluídos onde entre outras coisas, trabalha-se em benefício de nós, encarnados.

Se em todas as mentes humanas houvesse um conhecimento da base do Homem em sua íntima relação com o Universo, do qual ele faz parte inseparável, não haveria lugar para o mal.

Vindo Jesus Cristo de um mundo de grande evolução espiritual, há mais de dois mil anos, [...]  ao perceber a degradação dos seres encarnados, deu tudo de si decididamente para plantar no planeta Terra a semente da espiritualidade, varrer a maldade das mentes doentias, combater os erros e apontar o caminho do bem, para nos levar a um estágio mais elevado na evolução individual.

Explanando a Verdade pura e cristalina, mostrando que a constituição do Universo é de Força e Matéria, abriu novos horizontes para os espíritos encarnados; falando como até então nenhum outro filósofo, Jesus frisou aos seus contemporâneos a grande importância de cada um viver de tal maneira que os erros praticados fossem diminuindo no decurso da existência terrena, para que o espírito pudesse mais depressa encerrar sua jornada na Terra, finaliza Umbelina.
  
O entendimento do autor acerca do mal é que se trata de condição deste planeta, algo que sempre existiu e sempre existirá, embora menos poderoso que o bem, uma vez que o Universo, através da Força, continua em uma rota de expansão harmônica.

O mal, porém, conforme o autor, é o que nos coloca à prova  todo o tempo; o que tenta nos desacelerar da rota evolutiva, o que tenta refrear o processo de espiritualização e que precisa ser enfrentado e vencido por nós sempre e todo o tempo, através do uso incansável do pensamento racional e lógico e ações morais.

A irradiação inicial(A) proferida conforme preconiza a Doutrina Racionalista Cristã  assim diz :
“...É pelo estudo, raciocínio e crescimento derivado da luta contra os maus hábitos e as imperfeições, que o espírito se esclarece e alcança maior evolução...”.
A evolução não seria possível neste planeta sem que esta Força (do mal) existisse, diz o autor. Esta Força (do mal), assim como a inteligência, perspicácia, sensibilidade (espiritualidade), sempre age e tenta alcançar o espírito de diferentes e sutis formas.
Na Doutrina Racionalista Cristã, diz o autor, está compilada uma forma de vencê-la sempre que for preciso.

É salutar e necessário que o mal exista!

Luiz de Mattos, codificador do Racionalismo Cristão (5), no livro Pela Verdade, escreve que o espírito humano, devido à sua natural perturbação causada pela diferença da atmosfera diáfana do mundo a que pertence, (e do qual veio) com a densa, gasosa, pesada, da Terra, e pela sua ligação fluídica à matéria, ao corpo, por ele próprio organizado, fez o ser humano mais sobressair pelos instintos, especialmente o da conservação física, (a parte animalizada) e o hábito originário da sua vontade, só materialmente educada.

Deste imperar de instintos e hábitos animalizados, desenvolveu-se, cresceu e ficou nele predominando o egoísmo, motor de todos os seus atos, desejos e pensamentos terrenos, todos utilitários, todos materializados e bestiais.

Desse egoísmo, filho dos maus instintos, dos maus hábitos e da falta de educação da vontade, resultou o hábito pernicioso do ser humano considerar-se superior a tudo, repleto de orgulho e prepotência.

Dessa errada noção de independência, de liberdade, do poder e do dever, resultou também a sua soberba, o repúdio do seu semelhante, da disciplina e da obediência precisas para a harmonia e o progresso seu e de todos os seres.

Desse instinto, desse hábito, dessa má compreensão dos seres e das coisas sérias da vida, e assim dos seus deveres, resultou, por último, a revolta contra o seu semelhante e a invenção de um ser supremo, superior a todos os homens, engendrado à sua maneira, à sua semelhança, conforme o seu intelecto e a sua vontade, ao qual ele se pudesse dirigir nos seus momentos de fraqueza, de medo, de sofrimentos físicos.

Desse erro, filho da crassa ignorância e da animalidade dos povos, diz Luiz de Mattos, resultou ainda a idolatria – invenção de ídolos pelos povos selvagens e dos deuses do paganismo – além do “deus” das diversas seitas atuais dos povos ditos civilizados, e com essas criações, o hábito de adorar esses ídolos representados por tais deuses, como hoje cada família Católica Apostólica Romana tem o santo de sua devoção, conforme lhe apraz, e assim ficou arraigada, em todos os povos, a ideia de um ser supremo, materializado, que, depois de muitas denominações, passou a firmar-se mais em uma só: na do “Deus todo-poderoso”, mas, ainda assim, à imagem de cada povo.

E é por este motivo que o Deus dos Normandos era Odin, o Deus da carnificina, por estar de acordo com os seus inferiores desejos, com os seus instintos, inteiramente animalizados.

Todavia, se o instinto animalizado, o hábito depravado criaram essa figura, esse ser supremo tão feroz, a alma humana, nas suas horas de paz, elevando-se acima das coisas e misérias terrenas, também sentia necessidade de ligar-se a alguma coisa que na Terra não existia.

Ora, desde que dele tinha saudades, e o sentia nesses momentos, é porque de fato ele existia; e daí a ideia de o adorar, tomando, como tal, o que foi inventado pelo instinto, pelo hábito, pelos desejos desordenados de todos os seres ignorantes, limitando tudo à sua imagem, ao seu “Eu”, já que Deus devia ser uma figura de homem ou outra que tivesse forma física terrena, superior ao homem, surgindo, por essa errada ideia, a materialização da Força.

 Assim engendrado, esse Deus todo material, todo terreno, todo à imagem do homem, dos animais e até dos astros, todo utilitário, somente evocado para a satisfação de coisas e gozos materiais, não podia a humanidade dele fazer uma ideia nítida e real, e daí as muitas mil seitas, cada uma com um Deus de acordo com a sua imaginação, sem se importarem com os desejos, fins e bem-estar da alma, da essência e da composição desse ser supremo, da sua verdadeira espiritualidade, limitando-o ao mundo físico, sem pensarem no infinito.

Entretanto, pelo que Luiz de Mattos diz com relação à Força e à Matéria, fácil se torna agora compreender não o Deus inventado pelas religiões, mas sim a Inteligência Universal (Grande Foco), tal qual é, e garantir, sem receio de contestação, que no Universo apenas existem Força e Matéria, e que é na Força que se encontra a explicação dos porquês de todas as coisas, e a ela se liga o ser pela irradiação de seus pensamentos elevados.

Fica, pois, assim definido pelo codificador do Racionalismo Cristão, o Grande Foco, Inteligência Universal ou Força Criadora, o primeiro Princípio componente do Universo, a  Alma Mater de tudo quanto existe e vida tem.

O Grande Foco, e como Ele se faz sentir e ver, tanto quanto é possível, neste mundo físico.


Pelo que Luiz de Mattos escreve, fácil fica de compreender-se que é a vontade mau orientada a causa de certos males; e como esta tem origem no próprio espírito, em ação, conclui-se que é a má educação do espírito, e assim, da sua vontade, a causa dos males, pois que sem a ação deste, sem que a sua vontade queira, sem que o seu livre-arbítrio determine, nada de maior lhe acontecerá, nem maus elementos atrairá.


SABEDORIA

Neste capítulo, o autor escreve sobre o conceito de Sabedoria, trabalhado por Rubem Alves (13), um dos brasileiros com a maior titulação disponível na área da educação, Livre-docente em educação, Doutor em Filosofia (Ph.D - Philosophy Degree) e Teologia. Em seguida, o que foi escrito sobre este tema pelo engenheiro e escritor Luiz de Souza  autor  Racionalista Cristão. 

Rubem inicia seu texto sobre sabedoria, fazendo uma analogia interessante sobre o comportamento dos jovens. Estes, os jovens, são aves que voam pela manhã: seus vôos, são flechas em todas as direções. Seus olhos estão fascinados por 10.000 coisas. Querem todas, e nenhuma lhes dá descanso. Estão sempre prontos a de novo voar. Seu mundo é o mundo da multiplicidade. Eles a amam porque, nas suas cabeças, a multiplicidade é um espaço de liberdade.

 Com os adultos acontece o contrário. Para eles a multiplicidade é um feitiço que os aprisionou, uma arapuca na qual caíram. Eles a odeiam, mas não sabem como se libertar. Se, para os jovens, a multiplicidade tem o nome de liberdade, para os adultos a multiplicidade tem o nome de dever.

Os adultos são pássaros presos nas gaiolas do dever. A cada manhã 10.000 coisas os aguardam com as suas ordens (para isso existem as agendas, lugar onde as 10.000 coisas escrevem as suas ordens!). Se não forem obedecidas, haverá punições.

No crepúsculo, quando a noite se aproxima, o voo dos pássaros fica diferente. Em nada se parece com o seu voo pela manhã. Já observaram o voo das pombas ao fim do dia? Elas voam numa única direção. Voltam para casa, ninho. As aves, ao crepúsculo, são simples. Simplicidade é isso: quando o coração busca uma coisa só.
Jesus contava parábolas sobre a simplicidade, diz Alves. Falou sobre um homem que possuía muitas jóias, sem que nenhuma delas o fizesse feliz. Um dia, entretanto, descobriu uma joia, única, maravilhosa, pela qual se apaixonou. Fez então a troca que lhe trouxe alegria: vendeu as muitas e comprou a única.
Na multiplicidade o homem se  perde: ignora-se o verdadeiro desejo, [...]. Os seres se movem fascinados pela sedução das 10.000 coisas. Acontece que, como diz o segundo poema do Tao-Te-Ching, “as 10.000 coisas aparecem e desaparecem sem cessar”.
 O caminho da multiplicidade é um caminho sem descanso. Cada ponto de chegada é um ponto de partida. Cada reencontro é uma despedida. É um caminho onde não existe casa ou ninho.

        O caminho da ciência e dos saberes é o caminho da multiplicidade. Adverte o escritor sagrado: “Não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne“ (Eclesiastes 12.12). Não há fim para as coisas que podem ser conhecidas e sabidas.

        O mundo dos saberes é um mundo de somas sem fim. É um caminho sem descanso para a alma. Não há saber diante do qual o coração possa dizer: “Cheguei, finalmente, ao lar“. Saberes não são lar. São, na melhor das hipóteses, tijolos para se construir uma casa. Mas os tijolos, eles mesmos, nada sabem sobre a casa. Os tijolos pertencem à multiplicidade. A casa pertence à simplicidade: uma única coisa, [...].

        Diz o Tao-Te-Ching: “Na busca do conhecimento a cada dia se soma uma coisa. Na busca da sabedoria a cada dia se diminui uma coisa.”
        Diz T. S. Eliot: “Onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento?”
        Diz Manoel de Barros: “Quem acumula muita informação perde o condão de adivinhar. Sábio é o que adivinha.”

        Sabedoria é a arte de degustar. Sobre a sabedoria Nietzsche diz o seguinte: A palavra grega que designa o sábio prende-se, etimologicamente, a sapio, eu saboreio, sapiens, o degustador, sisyphus, o homem do gosto mais apurado.

A sabedoria é, assim, a arte de degustar, distinguir, discernir.

 O homem dos saberes, diante da multiplicidade, precipita-se sobre tudo o que é possível saber, na cega avidez de querer conhecer a qualquer preço.

 O sábio, porém, escreve Alves, está à procura das “coisas dignas de serem conhecidas”.

Imagine um bufê: sobre a mesa enorme da multiplicidade, uma infinidade de pratos. O homem dos saberes, fascinado pelos pratos, se atira sobre eles: quer comer tudo. O sábio, ao contrário, pára e pergunta ao seu corpo: De toda essa multiplicidade, qual é o prato que vai lhe dar prazer e alegria? E assim, depois de meditar, escolhe um.
A sabedoria é a arte de reconhecer e degustar a alegria. Nascemos para a alegria. Não só nós. Diz Bachelard que o universo inteiro tem um destino de felicidade.
Vinícius de Moraes escreveu um lindo poema com o título de “Resta...” Já velho, tendo andado pelo mundo da multiplicidade, ele olha para trás e vê o que restou: o que valeu a pena. “Resta esse coração queimando como um círio numa catedral em ruínas...” Resta essa capacidade de ternura...  “Resta esse antigo respeito pela noite...” “Resta essa vontade de chorar diante da beleza...”. Vinícius vai, assim, contando as vivências que lhe deram alegria. Foram elas que restaram.

            Luiz de Souza (14), autor de algumas verdadeiras jóias do Racionalismo Cristão, no seu livro A Felicidade Existe, escreve que A compreensão das coisas adquire-se pelo hábito da ponderação, resultante da meditação.

         Quando for preciso ter uma visão clara de qualquer assunto, compreendê-lo bem em todos os ângulos e facetas, é necessário aprofundar o pensamento em seu estudo e esmiuçar todos os pontos obscuros.

A meditação serena e concentrada, [...] sem deixar o pensamento esvoaçar ou tomar rumos estranhos, é a maneira mais eficiente de conseguir-se penetrar no âmago das questões, convindo notarem que a meditação profunda proporciona ligação mental com o oceano cósmico dos conhecimentos emanantes da Sabedoria Universal.

Há indivíduos compreensivos a quem se pode apresentar uma tese, uma dúvida, uma dificuldade, que será encarada por eles com a simpatia, ao passo que outros são incapazes de aderir com solidariedade ao tema, e, no comum das vezes, arvoram-se em críticos acerbos ou juízes condenadores.

A capacidade de compreensão é um atributo desenvolvido pelo espírito através de numerosas experiências, tanto positivas como negativas, trabalhadas pelo raciocínio.

Souza está convicto de que o grande repositório da Sabedoria não está na Terra, mas no Espaço Superior.

Os progressos avançados da moderna tecnologia não seriam ainda conhecidos, [...] se muitas das suas parcelas não tivessem sido transmitidas aos seres humanos pela via da intuição, vale dizer pela força do bom pensamento, diante da qual todas as distâncias se  anulam.


A CONDIÇÃO DE ENCARNADO

Encontra-se desde a obra básica da Doutrina, intitulada  Racionalismo Cristão até a mais recente publicação Racionalista Cristã, além de ser explanado sempre pelos presidentes de reunião,  bem como nas Doutrinações do Astral Superior, ao final de cada reunião pública da Casas Racionalistas Cristãs, a necessidade de estarmos atentos à vida espiritual.

Para ser o mais fiel possível ao que está codificado, o autor faz uso a seguir, do conteúdo explicitado na obra básica, intitulada Racionalismo Cristão.

Segundo a Doutrina Racionalista Cristã, o Universo é formado basicamente por Força e Matéria.

Em Força e Matéria se resume, se sintetiza, se define, se explica toda a Verdade.

Da obra básica de Luiz de Mattos (15), extraímos:

 A Força mantém o Universo regido por leis comuns, naturais e imutáveis. Comuns, porque são inerentes a todos, sem a mínima exceção; naturais, por decorrerem de uma sequência lógica no processo da evolução; imutáveis, por serem absolutas, e neste sentido não há lugar para o imprevisto, para o acaso ou a dúvida, imperando – só e sempre – a exatidão, a certeza, a perfeição”.

A Força é o agente ativo, inteligente e transformador. A Matéria, o elemento passivo e amoldável. Ambos, na sua forma original, indivisível, fundamental e imponderável, penetram todos os corpos, estendendo-se pelo espaço infinito.

A Força, agindo em obediência às leis evolutivas, utiliza-se da Matéria, no estado primário desta, e com ela forma corpos e realiza fenômenos incontáveis e indescritíveis que escapam à apreciação comum, considerados os limitados recursos deste planeta.

Os inumeráveis corpos compostos em combinações múltiplas de partículas da Matéria organizada, nada mais exprimem do que essas transformações.

Os átomos são cientificamente combinados para formar as moléculas que se classificam, por sua vez, como partículas infinitésimas dos corpos compostos.

Tanto os átomos como as moléculas se mantêm agregados uns aos outros enquanto sobre eles exerce a Força a sua ação coesiva, e se desagregam, quando essa mesma Força deixa de atuar, [...].

A Matéria organizada, ainda que representada por um simples átomo, contém uma soma de energia de extraordinário poder, mantendo-se cada núcleo de alta condensação de Força perfeitamente equilibrado com os demais na composição do Todo, em completa uniformidade, cada qual dentro da respectiva classe, sem nenhuma alteração na sua constituição específica.

 Isto porque o que as Leis estabeleceram não podem sofrer modificações, já que não existem imprevistos para a Sabedoria Excelsa que é una, integral, total.

A Força, utilizando-se da Matéria, começa a sua evolução na estrutura do átomo, passando, depois, a uma nova ordem de ação construtiva, na composição das moléculas.

Em todo o constante agregar e desagregar dos corpos, a intensidade da Força vai aumentando nesses núcleos infinitésimos com maior acentuação das vibrações da vida, fazendo progredir o seu grau de inteligência.

Completado o ciclo iniciado no primeiro dos três grandes reinos da natureza – o mineral – de onde ascenderam para o vegetal e o animal, passam esses núcleos a constituir-se em micro-organismos de ínfima espécie.

Assim, continua Mattos, de mudança em mudança de um corpo para outro imediatamente superior, vai evoluindo a partícula da Força, até atingir condições que lhe permitam, já como espírito, encarnar em corpo humano, em situação de exercer a faculdade do livre-arbítrio e assumir as responsabilidades inerentes a essa faculdade.

O espírito faz a sua trajetória neste planeta em condições apropriadas ao seu estado de adiantamento, passando em cada reencarnação a viver em meio adequado ao progresso já alcançado, até terminar a parte da evolução que corresponde a este mundo.

O espírito é imaterial. Material é o seu corpo astral, também conhecido como perispírito ou corpo anímico, composto de fluido quintessenciado – mas matéria – da mesma natureza da substância fluídica do mundo em que estagia no intervalo das encarnações, diz Luiz de Mattos.

Semelhantemente, o seu corpo carnal corresponde à Matéria componente deste planeta. Quanto mais adiantados forem os mundos de estágio, mais diáfana é a matéria quintessenciada de que são compostos os corpos astrais.

Isso explica a razão de serem os corpos astrais – embora de substância idêntica – uns mais diáfanos do que outros.

O corpo carnal em formação vai sendo envolvido, molécula a molécula, pelo corpo fluídico do espírito que sobre ele irradia, postado do lado de fora do corpo da gestante, até o momento de vir à luz, quando então dele se apossa, inteiramente.

Consumada a encarnação, fica o espírito apoiado no seu corpo astral justaposto ao corpo da criança, do lado esquerdo.

Logo que o espírito encarna, passa a criatura a ser constituída de três corpos:
– corpo mental (espírito)
– corpo astral (matéria fluídica)
– corpo carnal (matéria organizada composta)

Com essa constituição terá de exercer as suas funções terrenas e viver, distintamente, as duas vidas: a material e a espiritual.

Portanto, pelo fato de tomar-se conhecimento e aceitar o que foi exposto por Luiz de Mattos, ficam claras as consequências que nos aguardam, de nossos atos em vida, tanto bons quanto maus.

É necessário então, conforme o autor, considerar-se a vida espiritual a verdadeira e a de encarnado, como uma espécie de estágio a ser cumprido por muitas e muitas vezes neste  planeta- escola.

Escreve ainda o autor, que: quando o ser encarnado possui a capacidade de ouvir ou ver além dos olhos do corpo, faculdade esta denominada mediunidade auditiva e de vidência e suas derivações; explicadas minuciosamente nas obras desta doutrina, fica mais fácil incorporar a condição citada no parágrafo anterior.

Para as pessoas como este que vos escreve, desprovido de tais faculdades, a percepção cósmica fica resumida inicialmente, aos sentidos que o corpo carnal pode identificar e suas consequentes limitações, parafraseando Luiz Hamilton Menossi na obra  Reflexões Racionalistas Cristãs:  

“No estado de consciência normal e comum a todos (consciência de si mesmo), sentimos existir dentro dos limites do nosso corpo carnal.
Nossa percepção é limitada ao alcance dos nossos cinco sentidos básicos. Nossa percepção interna e a externa estão presas aos limites do tempo e do espaço”, finaliza.

O autor adota a tese de que “a vida enquanto encarnado é  tão importante quanto a espiritual”, pois é de posse de um corpo carnal e das limitações deste, que conseguimos perceber o Todo e agir aqui, no sentido de mantermos uma conduta adequada e esperada à evolução.

O planeta Terra deve ser visto como um grande campo experimental de aprendizado e realização material e espiritual, também nos diz Luiz H. Menossi em Reflexões Racionalistas Cristãs.

Menossi (7) crê na conveniência de se encarar a vida como um campo experimental de aprendizado onde se veio buscar evolução; principalmente a evolução espiritual.

Diz ainda que através das diversas experiências que o planeta Terra nos oferece nas mais variadas circunstâncias do dia a dia, somadas aos ensinamentos do Astral Superior, ficamos conscientes daquilo que já vivemos e podemos elaborar um plano para a vida futura; passamos a ter domínio próprio e a ter um objetivo sintonizado com a principal meta do Racionalismo Cristão que é o aperfeiçoamento individual e coletivo da espécie humana.

O autor reconhece uma capacidade de questionar o Cosmo muito maior que a de achar respostas satisfatórias, em função mesmo das limitações impostas pelo corpo carnal, contudo a inteligência latente e o desenvolvimento de raciocínio lógico devem ser suficientes para se trabalhar adequadamente novos conceitos e mesmo proposições de ações diversas, com o esperado grau de moralidade  frente à vida.

A Doutrina Racionalista prega insistentemente, conforme o autor, o uso do raciocínio lógico, dentro de uma conduta de Caráter Ilibado e Moral Cristã, ao invés de reações viscerais, instintivas; como a melhor forma de se viver neste planeta. Tal método pode e deve ser conquistado pelo ser.

Felizes os que entram em contato com as teses do Racionalismo Cristão, aceitam-nas através do estudo, reflexão e procuram colocá-las em prática com empenho. Assim como este que vos escreve, a mudança para melhor na vida é perceptível num curto espaço de tempo e na proporção do empenho individual.


CÉREBRO, O RECEPTOR DAS VIBRAÇÕES DA INTELIGÊNCIA UNIVERSAL

Luis de Mattos (16) deixou escrito na obra  Vibrações da Inteligência Universal,  encontra-se que de Força e Matéria são compostos todos os planetas e de onde tudo o que é bom, vem à Terra para fortificar os seres e auxiliá-los no seu progresso, na sua ascensão.

É por meio do pensamento que são formados cordões fluídicos para receber aquilo de que o espírito precisa para lutar e vencer.

Para se estar em paz, receber boas irradiações, [...] é preciso que o ser humano saiba, de fato, colocar somente os pés no mundo físico e ligar a Força, o espírito, ao mundo moral por pensamentos e obras, e não por simples palavras, não por discursos estéreis, não por tagarelices, nas quais, via de regra, envolvem os nomes de Deus, de Jesus, e vivem a praticar atos de “Satanás” . . .

Uma vez que o ser se convença de que o seu  eu material nada mais é do que o “carro da alma”, [...] neste mundo de perturbações, ou, mais claramente, um material inerte a ser cavalgado pela Força, pelo espírito, pela alma, a caminhar, com mais ou menos rapidez, com mais ou menos vontade, neste campo físico onde tal condição se torna indispensável para o progresso; se de tal verdade se convencer e racionalmente dominar essa matéria bruta e por ela, pelo seus saltos e pinotes não se deixar amedrontar e por fim a domar, fácil será o seu ganho de causa em tudo quanto se meter, inclusive a sua ligação mental às purezas astrais, fácil será a sua vitória em todas as lutas, em todos os combates que travar para a sua purificação.

As leis comuns, a que todos estão sujeitos, são regidas pela Inteligência Universal, e terão de fazer desaparecer os vícios, para que imperem a virtude e a verdade, que elevam e dignificam os povos.

Para que o homem possa bem compreender o que são essas Leis, [...] é necessário estudo e meditação, a cerca das proposições Racionalistas Cristãs, procurando conhecer-se nos seus três corpos, para reconhecer que, além do corpo material, existe uma coisa superior que o incita e movimenta, de acordo com a sua inteligência e os seus sentimentos.

No dia em que a humanidade compreender que além da Matéria há a Força que a locomove, que faz dela o que quer, Força que é a inteligência, comum a todos os seres, compreenderá então que a única característica que os diferencia, é a posse de um espírito mais ou menos evoluído, já dizia Luiz de Mattos cem anos atrás.

Compreenderão os que se julgam infelizes, devido a circunstâncias várias de educação e instrução, que, desde que o homem saiba ser honrado, ter moral e critério, poderá aprender tudo o que deseja, porque possuindo sentimentos elevados, há de forçosamente atrair Forças idênticas à sua vontade, para que possa, assim, realizar os seus ideais; mas é claro que só o conseguirá quando seus ideais visarem o bem do próximo e não somente a ostentação da sua vaidade e luxo, sem finalidade de evolução espiritual.

Procure-se, pois, compreender o que somos, enquanto seres humanos, e quais as leis a que estamos sujeitos, para que possamos nos colocar à altura de podermos enfrentar os desafios e deles sairmos vencedores, sempre com lógica, razão, moral e critério, [...].

O tempo é de lutas, e só será digno de consideração o que se souber colocar ao abrigo das Leis Comuns e Naturais, para dentro delas poder sair vencedor e nunca se deixar vencer ou escravizar à vontade de políticos, feitos a martelo, que não querem lutar pelo engrandecimento e tranquilidade do povo, [...].

Procure-se pois, despertar em nossas almas, os nobres sentimentos da Fraternidade Cristã, a fim de que não continuemos a nos mostrar indiferentes às dores alheias.

Procuremos ainda, [...] colocar cada coisa no seu lugar, para que assim saibamos gozar com a alegria alheia e também sofrer quando o nosso semelhante sofra, provando que de fato pertencem a uma Pátria espiritualizada, cujos filhos desejam para o seu próximo o que para eles próprios almejam.

Conhecedores de que são estes os dois elementos empregados na composição psíquica e fisiológica do ser humano, da sua Força irradiando sobre a Matéria e de como deve ser posta em prática a Lei de Atração, estamos certos de que todos procurariam empregar a sua vontade conscientemente para o bem.

Na sociedade resultante do capitalismo-selvagem, afirma o autor, o homem tem sido dominado pela parte animal, daí resultando o mal-estar que se observa em toda parte, sem falar nas guerras externas e internas, individuais e coletivas.

Quando, porém, passar o Homem Força a imperar sobre o Homem Matéria, quando o Homem Força se dispuser a reagir contra a indolência e a preguiça e passe a lutar, conscientemente, para subjugar, para vencer, para dominar os perturbadores instintos do animal, que é o corpo material ao qual está ligado, a sua depuração será feita com maior rapidez, como é necessário, e ele deixará de movimentar-se pelo instinto, como acontece com a maioria, [...].

Sim, deve imperar o homem, partícula da inteligência Universal, porque é chegado o tempo de a Terra e seus habitantes passarem por uma grande e esperada transformação.

Por mais indolente que seja o ser humano, terá que trabalhar e lutar sempre contra os maus instintos, por serem estes a fonte de apetites depravados, de desejos intemperados, que o ser precisa vencer, para não se deixar empolgar e escravizar, nivelando-se aos irracionais.

Lutar, pois, com valor e paciência, é vencer, é ter certeza de êxito, é caminhar para a Perfeição Suprema.

Também nos deixa por escrito Luiz de Mattos que “o principal segredo de todo êxito na vida dos seres é, pois, a prática desses princípios fundamentais da honra”.

É certo que a serenidade, consequente estoque de  paciência e o domínio de si mesmo, aplanam o caminho da vida, abrem muitas outras vias que sem isso, ficariam fechadas; isto sucede na política, como nos negócios, e o bom êxito nessa esfera da vida, obtém-se menos pelo talento, do que pela moderação; menos pelo gênio, do que pelo caráter.

Portanto, o ser humano que não tiver império sobre si mesmo, se não tiver paciência e tato, não poderá se dominar, nem governar os outros.

A superioridade que pode destacar qualquer ser humano entre os seus concidadãos, tão apregoada por esse mundo e por muitos desejada, só poderá existir, na medida em que a alma de cada um se esclarecer e aprimorar os seus sentimentos, o seu saber na investigação dos porquês de todas as coisas, partindo do princípio de que Força e Matéria compõe o Universo, a base portanto, de tudo quanto existe.

A superioridade existe na Força e não na Matéria (corpo) de cada ser.

Luiz de Mattos (16) diz que, na Inteligência Universal, é que se encontra a superioridade que incita e movimenta cada ser humano, neste mundo, para o bem; estejamos então sintonizados, diz  o autor,  pelo maior tempo possível, enquanto encarnados, com a Inteligência Universal!

Sendo a sede dessa superioridade dos seres humanos na alma, só podem ser realmente superiores as criaturas verdadeiramente esclarecidas sobre o significado de Força e Matéria, para palmilharem, apoiadas nesse esclarecimento, a larga estrada da virtude, da verdade e da moral. Os que assim procedem, dignificam a sua vida, fortalecem a vontade e só o bem fazem aos que deles se aproximarem e por eles se deixarem irradiar.

A verdadeira superioridade consiste no real conhecimento da verdade e na sua inteira e desenvolvida prática – base da Moral. Esta, sim, é que torna os seres humanos verdadeiramente superiores, amados, respeitados, e até temidos. No conhecimento da Vida e na prática desartificiosa da Moral, é que consiste, pois, a superioridade dos homens.

O intelectual, o milionário, o atleta, todos os homens, enfim, que não possuam real valor moral, não podem ser classificados de superiores, nem tomados a sério; porque serão, enquanto assim procederem, péssimos instrumentos humanos, representando um grande perigo social, ao invés de grandes auxiliares do progresso.

A criatura humana, sem moral, é o mesmo que uma flor sem perfume, um diamante sem burilação, um corpo sem vida real, uma vida inteiramente perdida.

Mattos (16) nos revela no livro  Vibrações da Inteligência Universal que: são nas manifestações da arte, que mais claramente se sente  a Inteligência Universal, nas quatro estações do ano e nos movimentos, vida e hábitos de exemplares dos diversos reinos da natureza, bem como na história dos povos, nas navegações e na guerra.

 Depois de fartamente provada a sua existência pelas obras, pelas manifestações da vida inteligente, da vida superior, pode-se senti-la e quase vê-la nas belas-artes, produto das suas partículas mais evoluídas, os seres humanos, cópias dos diversos reinos da natureza e até da vida nos mundos superiores, nesse além grandioso e belo.

Diz Mattos que: na poesia, como na música, “é onde o homem, partícula inteligente, mais elevadamente pensa, age e produz”, porque nesses momentos de produções poéticas e musicais, o ser se desprende da vil matéria, à qual se acha ligado, deixando nela apenas a vida anímica, penetra nas atmosferas brancas, diáfanas e de luz puríssima, e nelas envolto e casado com as forças que nelas existem absorve o necessário, deixando-nos as indicações do caminho à seguir, quando contemplamo-las.

Das belas artes, é de fato, a música, a que mais se eleva, se salienta e nos faz sentir e compreendê-la em toda a sua grandeza.

A Inteligência Universal, na música, sente-se de maneira tão intensa, tão empolgante, que nem os irracionais, desde a serpente, ao cão, ao cavalo, até os alados, dentre os quais se destaca o melro, negro, vibrante, luzidio, bico amarelo, “madrugador, jovial que dentre os arvoredos, logo de manhã cedo, solta risadas de cristal”, escapam à sua real e deificadora (divina) influência.

Em todas as artes, [...] se sente essa Força, essa Inteligência, através das imensas belezas que produz; mas na música, em qualquer dos seus gêneros, demonstrando diversos estados da vida dos seres, da atmosfera e coisas deste planeta, desde as tempestades cruentas, tétricas, até ao raiar da aurora em dias primaveris, que traz alegria para todos os seres, ela é tão realmente sentida, que chega a tornar-se visível na luz da aura, que envolve as suas partículas, produtoras dessas incomparáveis belezas espalhadas por todo o planeta.

“É a música que mais facilmente nos faz compreender que, na grandiosa obra da Inteligência Universal, tudo se encadeia, derramando torrentes de harmonia, e que nas sábias leis que conduzem à perfeição”, que produzem desde o mais insignificante grão de areia, desde o menor inseto, desde o mais microscópico átomo, aos grandes planetas dispersos no infinito, tudo toma o estado preciso ao meio e às correntes fluídicas, para permitir uma vida duradoura, de harmonia com as irrevogáveis leis da natureza.

É ela, a música, que nos faz compreender tudo isso e mais: que de fato os mundos têm suas leis sábias, e que os seres humanos, sujeitos, como tudo, a essas Leis, estão ligados fluidicamente a todos os seres inteligentes, corpóreos e incorpóreos, recebendo irradiações do mundo espiritual, conforme a sua vontade e a natureza dos seus pensamentos.

A alma do artista, no momento em que se dispõe a produzir, em virtude da Lei da Atração, eleva-se e religa-se aos grandes planetas, e ali, envolta na luz astral que lhe é própria, na grande, na diáfana, na pura atmosfera desses mundos, em presença da Luz, da Força, da Inteligência, que reside neles, como se já fora completamente desprendida da torturante atmosfera do mundo físico, vive ela e sente a verdadeira vida da alma humana; Beethoven, L. V. já surdo, dizia que a música que produzia não era nada perto da que conseguia ouvir.

“E nesse estado de plena liberdade, amparado e intuído por entidades puras, é que ele produz essas harmonias, essas verdadeiras belezas da alma, que tão benéfico efeito produzem em todos os seres da criação, especialmente no ser humano”.

“O contato constante com a boa música, nos faz sentir a Inteligência Universal na sua grandeza imensa, nessa música, toda encantos, toda beleza, expressão verdadeira, sentir completo da alma evoluída, e que muito tem concorrido para a remodelação do caráter dos seres”.

Incorporemos então, sugere o autor, em nossa prática diária, além da limpeza psíquica pela manhã e à noite, a companhia agradável da boa música. “Em nosso trabalho, nos afazeres domésticos, no trânsito,  sejamos embalados em nossos estudos e momentos de reflexão pela musicalidade suave”.

Desta forma, conforme o autor, facilitamos a manutenção da sintonia espiritual nas vibrações de frequências típicas da Inteligência Universal conforme a Doutrina Racionalista Cristã, da Superconsciência da Psicologia Transpessoal, potencializando nossa permanência em um estado mental de “serenidade e equilíbrio”, onde é possível o esperado uso da razão e lógica, para as melhores intuições e consequentes reações, frente  aos desafios da vida enquanto encarnados.

O cérebro, diz o autor, é o responsável pela decodificação dos mais variados estímulos que podemos alcançar e o reflexo no corpo é instantâneo; daí a importância de utilizá-lo com o máximo de eficiência que nosso estágio evolutivo e as condições de encarnado permitir; para que consigamos as melhores reações e o consequente bom aproveitamento de nossa jornada aqui.

Felino Alves de Jesus (17) na obra editada pela Casa Chefe do Racionalismo Cristão, intitulada Trajetória Evolutiva faz uma interessante comparação da nossa mente e um aparelho receptor de rádio que vale a pena ser analisada na integra.
Resumimo-la a seguir, dizendo ao leitor que conforme Felino, com o nosso endosso,  o homem, quando pensa, age analogamente a um aparelho rádio transmissor que lança vibrações de radiofrequência no éter. O pensamento é uma vibração do espírito.

Alves diz que o homem quando pensa, emite vibrações de frequência espiritual, lançando no espaço as modulações do seu estado de espírito.

Inversamente, pode-se dizer que o modo de pensar do homem age como um condensador variável que determina qual a frequência natural espiritual em que se encontra. De acordo com esta frequência natural espiritual, diz Felino Alves, são captados os pensamentos que estejam em sintonia, pensamentos estes que cortam o espaço em todas as direções.

            Antes de realizar qualquer ação, o homem a imagina, em pensamento, e transmite aos seus órgãos, aos seus músculos, as ordens, as instruções para a sua efetivação.  

Portanto, ao criar em pensamento a ação que pretende realizar na prática, [...]  o homem põe seu espírito em uma frequência natural espiritual de valor tal que atrai para si os pensamentos afins que cortam o espaço, isto é, os pensamentos que estejam em sintonia com o seu.

Assim, tudo o que é feito, todos os atos dignos ou indignos são o resultado de pensamentos também dignos ou indignos.

O espírito imprime ao pensamento a própria Força de que é dotado. Como o som e a luz, ele também faz todo o seu percurso em ondas vibratórias, [...] detectáveis pela ciência hoje em dia, observação do autor.

Sabe-se, conforme Faria, que o indivíduo acaba por transformar sua vida em função dos tipos de pensamentos dominantes, ou seja, pessoas otimistas e bem humoradas, são mais resistentes à enfermidades, têm uma capacidade de resolver problemas bem maior do que os melancólicos, sofredores, indolentes.

O contato com a boa música, afirma o autor, mantém o ser em estado mental vibracional compatível com o bom humor e otimismo! Vale ressaltar que a radio A RAZÃO, disponível na Internet, no endereço http://radioarazao.com.br/toca.php, oferece o tipo de música ideal além das breves inserções orais incentivando o uso da razão e bom senso. 

 A ciência, conforme o autor, não explica, ainda, o porquê de certas pessoas naturalmente, vibrarem em maior tempo nas faixas de frequência sutis, positivas, próprias do Astral Superior, do que outras.

 O Racionalismo Cristão esclarece que tal fato está relacionado ao grau de evolução espiritual a que o indivíduo pertence.

 Ânimo resoluto para pensar e deliberar é condição que se impõe. O pensamento racionalmente otimista deve prevalecer, sempre e sempre, porque — quando aliado à ação — se constitui numa força capaz de demolir os mais sérios obstáculos. Temores e indecisões conduzem ao fracasso.

Pensamentos de valor e de coragem, de firmeza e decisão, atraem vibrações de outros pensamentos de formação idêntica, produzindo um ambiente de confiança capaz de  conduzir ao sucesso.


PRÁTICAS FACILITADORAS DA RECEPÇÃO

            O autor está convencido, de que, do trabalho honrado e bem feito pelo ser, do estudo metódico das obras editadas pelo Racionalismo Cristão e outras, da consequente reflexão via pensamento e incorporação dos conceitos lógicos, juntamente com as  mudanças de atitudes promovidas em conformidade com as proposições da Doutrina Racionalista Cristã, lembrando sempre da limpeza psíquica, estaria o sujeito sintonizado com as Vibrações da Inteligência Universal por tempo suficiente ao longo de um dia.

            O autor sugere também, baseado no que escreveu Luís de Mattos (16) em sua obra Vibrações da Inteligência Universal sobre os efeitos da boa música no estado geral de animo e pensamentos das criaturas, que estas, adquiram o hábito no seu cotidiano, de estarem embalados por este tipo de musicalidade, sugestão do autor.

Estudos científicos no campo da Psicologia comprovam os efeitos benéficos da boa música no ser, diz Faria, potencializando o tempo em estado de calma e tranquilidade, bem como, facilitando a manutenção da concentração e consequente bom rendimento, diminuindo por sua vez, o tempo empregado na solução de problemas, preservando o bom humor e harmonia interna e externa.

Tal estado positivo, diz o autor, advindo desta prática, impregna os ambientes de bons fluidos, pode proporcionar o ritmo ideal ao desenvolvimento espiritual dos seres, onde o mal por mais que tente, não consegue agir adequadamente.

Torna-se muito fácil e acessível nos dias de hoje, afirma o autor, estarmos em contato com a boa música. Os aparelhos portáteis de som estão ai aos montes, os CD’s com os mais variados tipos de canções estão em todos os lados e a custos baixos, os automóveis e as residências em sua grande maioria possuem equipamentos sonoros.

 Há que se ter, porém, cuidado na seleção das músicas, pois as letras têm um efeito sugestivo poderoso, mesmo que em língua estrangeira; caso sejam de conteúdo positivo, altruísta, ótimo. Porém, caso sejam de conteúdo depressivo, ou nos incitem à ira, à sexualidade exagerada, atrapalham mais do que ajudam. Os ritmos também tanto podem nos acalmar como nos excitar, diz o autor.

O que se recomenda é fazer uso da música desprovida de letra. Bastam as belas harmonias embaladas pelos diversos instrumentos de cordas e sopro, com suave percussão para alcançarmos os efeitos mentais desejados.

Música orquestrada suave, música instrumental suave é o ideal. Uma gama enorme de autores trabalham nestes gêneros.

O autor lembra novamente que o Racionalismo Cristão, disponibiliza aos internautas a web rádio A RAZÃO, com uma programação de alto nível, com ritmo e melodias adequadas à manutenção de um estado de serenidade, reforçados por breves inserções orais, racionais, lógicas, positivas de cunho moral.

Pode-se fazer uso deste tipo de música no automóvel, tanto indo e vindo do trabalho, como nos demais afazeres onde o ato de dirigir-nos leva, inclusive para o lazer! No ambiente de trabalho, lembra o autor, seja ele mais braçal ou intelectual, a influência da música suave é poderosa e pode ser muito benéfica.

Também, pode ser usada nas horas de estudo, de lazer em casa,  um som melodioso no ambiente embalando atividades salutares é um modo dos mais eficientes para que incentivemos nosso espírito a se manter vibrando nas frequências próximas as do Astral Superior.

Uma vez experimentado este método pela pessoa, sentidos os reais benefícios mentais, corporais e ambientais, o autor acredita estarem os seres mais bem inseridos na corrente do bem, evoluindo de forma mais harmônica, segura e constante na encarnação em questão.

Encontra-se na obra básica de Luís de Mattos, Racionalismo Cristão, ensinamentos sobre as quatro fases de desenvolvimento do ser quando encarnado; são elas: a infância, a mocidade, a madureza e a velhice.

Embora a Doutrina Racionalista Cristã ensine a grande verdade que, do nascimento à velhice, cada fase da vida tem lições importantes a ensinar, entende-se que o momento presente e atual é o fundamental. O momento mais decisivo é este preciso instante. O dia mais pleno é o dia de hoje, diz Mattos.

O instante presente contém em si os resultados de todos os aspectos de nossa história e as sementes de todos os acontecimentos que estão por vir.

Desde o nascimento, [...] passa-se realmente por fases muito diferentes, mas para o  espírito, somos uma unidade, o tempo cronológico não conta. Só as formas são passageiras, porém o espírito, eterno e imutável na sua essência, está evoluindo para a perfeição.

Embora não possamos alterar os erros do passado, [...] podemos sim a partir deste exato momento, passar a decidir e a realizar uma existência mais proveitosa e harmoniosa para o nosso espírito imortal.


INTERFERÊNCIAS

            Desde a publicação da obra básica Racionalismo Cristão (15) com suas proposições (1910) até os dias de hoje, o planeta não havia experimentado mudanças tão profundas, afirma o autor.

No campo do comportamento humano, área que o autor aborda neste capítulo, o surgimento da mídia e o alcance que a mesma passou a ter  na vida  dos seres, principalmente através do rádio, televisão e mais recentemente a Internet, percebe-se uma verdadeira revolução de costumes.

            Boa parcela dos concessionários de tais meios de comunicação usam e abusam de técnicas muito eficientes de sugestão, induzindo os menos atentos a adquirir produtos dos mais diversos, como forma de encontrar a tão sonhada felicidade; ledo engano, afirma o autor, esta, só dura até instantes depois da tão almejada aquisição. E sempre há o que ser adquirido.

Os meios de comunicação são capazes de influenciar pensamentos,  incitar ações e reações conforme o interesse de quem patrocina, deixando em segundo plano os princípios morais e éticos, fundamentais para a verdadeira evolução do ser, diz Faria.

         Nota-se um exagero na exposição das situações do cotidiano, onde as reações instintivas vicerais são a tônica, afirma o autor. Incitam os sentimentos mais primitivos como a ira, a incredulidade, o temor, a malediscência a revolta, a sexualidade exagerada (libido) e tantos outros, verificados na grade de programação oferecida nos diversos meios já citados.

          Esta quantidade de tempo de exposição, na forma científica como é feita, afirma Faria, podem estar colaborando nas mudanças de atitude nas pessoas desavisadas que se distraem diante da TV e internet.

          Quem não possue um aparelho de televisão hoje em dia, um rádio e mesmo um computador interligado à rede mundial? Falava-se na geração TV, hoje já se fala na geração internet.

         Como consequência, afirma Faria, tem-se um verdadeiro exército de pessoas  buscando alienadamente a “felicidade prometida”, inseridos em um sistema capitalista-selvagem, onde a lei do mais esperto é a que vale. Encontra-se uma situação caótica nos mais diversos campos de atuação do homem no planeta.

            Percebe-se o caos no trânsito das estradas, das cidades médias e grandes, nos ambientes de trabalho, nas diversas instituições a que se é obrigado a recorrer, como bancos, repartições públicas, lojas, nos hospitais e escolas;  nem os ambientes concebidos ao  lazer escapam de tal quadro, afirma o autor.

            Está configurado um ambiente, cuja tônica é o desequilíbrio da ordem. Pode-se verificar sem esforço, o mal e suas formas mais sagazes e sutis de atuação, tentando empurrar o ser para  fora do caminho da Moral Cristã, da Ética, do Bem Comum, base para o desenvolvimento da Espiritualidade preconizado pela Doutrina Racionalista Cristã.

            É dentro deste quadro social atual, diz o autor, que se encontram as provas e expiações do Espiritismo de Kardec a que temos que enfrentar e vencer,  as tentações do Catolicismo, onde percebemos o sofrimento derivado  da luta  contra os maus hábitos e as imperfeições do Racionalismo Cristão.

            Não só o caos advindo de um projeto de vida ilusório perturba a jornada do ser; os reveses que eventualmente assolam a criatura, também o fazem.

Fernando Faria (19), autor Racionalista Cristão, através da obra Para Quando Os Reveses Chegarem escreveu que um revés não significa mais que um incidente passageiro.

Deve servir sim, para chamar a atenção para algo que foi negligenciado ou que era desconhecido. Muitas vezes chega até a ser útil.

De qualquer modo, sempre há de haver uma experiência a colher e uma lição a guardar de cada insucesso que ocorre.

Fernando Faria, continua a dizer que: na vida nada acontece por acaso. Tudo tem a sua explicação, o seu motivo, a sua causa, a sua razão de ser. Ninguém pode aprender somente com o êxito, pois também se aprende, e muito, com o insucesso”. Aliás, observação do autor, nosso Sistema Nervoso Central foi concebido para aprender com os erros. Foi assim para aprendermos a andar, falar, etc. A Vontade de progredir,  dominar e descobrir, na criança, é muito maior que a frustração e se a mesma for reforçada pelos pais a não desistir, tornar-se-á uma pessoa de sucesso.

Diante disso, ninguém deve esmorecer. O lema, é sentir o mal para evitá-lo, para combatê-lo, para destruí-lo, e conceber o bem para conquistá-lo, para atraí-lo, para integrá-lo nos hábitos e costumes de todos os dias.

Nessa conduta, [...] reflete a ação soberana do pensamento que sobressai, por representar uma força motriz de prodigiosa capacidade para derrotar os obstáculos.

O pensamento se cultiva, se aperfeiçoa, se aprimora e fortalece pelo poder consciente da vontade. Pensamentos fortes são claros, refletidos e bem definidos, finaliza Fernando Faria.

            Não se iludam, extrai-se dos ensinamentos deixados pelos codificadores da Doutrina Racionalista Cristã, colocados na obra Reflexões Racionalistas Cristãs  de  Luiz Hamilton Menossi (7), que enquanto o espírito humano mantiver algum desejo terreno a ser satisfeito, e isto é possível, através do uso do pensamento,  não se liberta das reencarnações.

Para aproveitar bem a encarnação, afirma Menossi, deve-se viver equilibradamente as vidas material e espiritual, sem sacrificar uma em detrimento da outra. Sendo Força e Matéria,  deve a criatura saber equilibrar os dois aspectos que se completam.


DESEJOS

Neste capítulo, o autor trata deste sentimento tão comum e fomentado nos últimos tempos, onde o materialismo é a tônica, influenciando milhões de criaturas a cada instante, podendo ser motivo de entrave no processo evolucional esperado.

            Buscou-se também a contribuição de pensadores que escrevem sobre os desejos, de fora da Doutrina Racionalista Cristã, uma vez que este procedimento em nada prejudica a análise pelo leitor, de diversos pontos de vista a respeito, e as consequentes conclusões à luz da Doutrina Racionalista Cristã, ao contrário, nos dá a visão eclética, racional, lógica e científica desta questão, procedimento largamente utilizado por Luiz de Mattos, o codificador do Racionalismo Cristão.

            O autor inicia este tema, através de uma singela, porém pertinente estória, contada por Sathia Sai baba, guru hinduísta contemporâneo. Em seguida, trabalha “o mecanismo do desejo” por Jidu Krishnamurti, filósofo contemporâneo, autor de mais de cento e sessenta livros, traduzidos em diversos idiomas, através de uma publicação do Instituto Cultural Krishnamurti, disponível no endereço eletrônico www.krishnamurti.org.br . Após, enfoca o mesmo tema através do artigo publicado pelo psicólogo e escritor espírita contemporâneo Enéas Martin Canhadas, baseado em psicografia de Chico Xavier pelo espírito de Emmanuel, encontrado no endereço www.portaldoespirito.org.br

            Trabalhando finalmente o tema através da ótica do Racionalismo Cristão, Faria utiliza-se dos autores Racionalistas Cristãos Pompeu Cantarelli, Caruso Samel e Luiz Hamilton Menossi uma vez que estes, trabalharam em seus respectivos escritos a questão dos desejos.  

Reflexão de Sai Baba (20) sobre os desejos:

          O Homem que ignora a verdade é escravizado pelos objetos externos e pela atração que estes objetos exercem sobre ele.

          Sai Baba exemplifica tal afirmação nesta história:

- Nas vilas existem caçadores profissionais de macacos que usam um sistema rudimentar para este propósito. Eles colocam nos pomares ou jardins infestados pelos 'saqueadores' algumas cumbucas com um punhado de amendoins dentro de cada uma.

          O macaco se aproxima da cumbuca, percebe que existem deliciosos amendoins lá dentro, introduz a sua mão e pega os amendoins fechando o punho.  Percebe, então, que não pode retirar o braço, pois a abertura da cumbuca é muito estreita para a mão fechada cheia de amendoins! Com isso ele se senta indefeso e desolado, sendo facilmente preso e transportado!

          Caso ele simplesmente abrisse a mão e se libertasse do apego aos amendoins poderia escapar!

                   Assim também, os seres costumam ser vítimas dos desejos e do apego que os desejos criam. Ficam presos pelos grilhões que colocaram em torno de si mesmos, finaliza Sai Baba.

            Krishnamurti (21) escreve:

Que é desejo? Como surge ele? Vê-se, lá fora, um carro, reluzente, bonito, de linhas elegantes, Há o ato de ver e, em seguida, a sensação resultante desse ato. Em seguida, o contacto com o objeto que se vê e, em seguida a esse contacto, a sensação; essa sensação é o desejo.

Percepção, contacto, sensação e desejo; isso está sucedendo a cada instante, na vida do homem. Por conseguinte, urge compreender o que é “desejo”.

Desejo, [...] é apetite não satisfeito. O desejo é isto, um apetite a que se não soltaram as rédeas. E a sociedade diz que se deve contê-lo, reprimi-lo, guiá-lo, controlá-lo ou sublimá-lo. O lado religioso da sociedade diz; “Praticai várias formas de disciplina, reprimi-vos a fim de achardes Deus”. Dessa maneira implanta-se na psique, no ente humano, essa contradição.

Que é, pois, desejo? Vê-se uma bonita casa, ou um belo carro ou um homem poderoso gostaria de possuir aquela casa, de ser aquele homem de posição, ou de conduzir aquele carro sob os olhares admirados da multidão. Como aparece esse desejo, pergunta krishnamurti?

Há, pois, o ver, o perceber, que cria a sensação; em seguida, vem o contato, depois o desejo; o desejo de possuir, que dá continuidade àquela sensação. Isto é muito simples, [...]. Vê-se uma bela mulher ou um belo homem. Há então o prazer do ver, e todo prazer exige continuidade. Por conseguinte, pensa-se nesse prazer, e, quanto mais se pensa nele, tanto mais se favorece a sua continuidade. E  entra em cena o “eu” quero, não quero.

Assim, [...] o pensamento dá continuidade ao desejo. Se não houvesse a continuidade do desejo, não haveria a busca de preenchimento. O desejo apareceria e tornaria a desaparecer. Ele tem de aparecer, como uma reação. O desejo, pois, viria como uma reação, e a essa reação não seria dada continuidade pelo pensamento. Observai esse fato em vossa vida.

Se observar, em si mesmo, todo o processo do desejo, vê-se que há sempre um objeto para o qual a mente é dirigida, em busca de mais sensação; e que esse processo implica resistência, tentação e disciplina.

Há percepção, sensação, contato e desejo, e a mente se torna o instrumento mecânico desse processo, em que símbolos, palavras, objetos, constituem o centro em torno do qual se formam todos os desejos, aspirações, ambições; e esse centro é o “eu”.

Um dos maiores problemas a enfrentar, [...] é o referente à compreensão do desejo.
 Se, em vez de procurar controlar, sublimar ou transcender o desejo, puder o ser, encará-lo de frente “o fato”, que é o desejo, e começar a compreender a sua índole, surgirá então uma ação de qualidade totalmente diversa.

O desejo, afinal, é energia dirigida para o exterior, e, sendo o desejo positivo, dominador, potente, a sociedade procura controlá-lo e moldá-lo. A sociedade é produto desse mesmo desejo, o qual procura ajustar-se e funcionar dentro dos limites da moral social, continua.

Nessas condições, [...] aquela energia dirigida para o exterior esbarra numa muralha de moralidade social e volta para dentro, ao seu ponto de partida. Esse retrocesso não é um movimento livre: é simples reação.

Superficial ou profundo, esse movimento para dentro é sempre uma regressão, e todo esse “processo”, esse movimento da energia “para fora” e “para dentro”, é o movimento do “eu”, do “ego”. 

Há desejo de poder, desejo de posição, desejo de fama, desejo sexual, desejo de dinheiro, desejo de carro, etc.

Reprimir o desejo, ou a ele ceder, é a mesma coisa, porque o desejo continua ainda existente. Pode-se reprimir o desejo de uma mulher, de um carro, de uma posição; mas o próprio estímulo a não ter essas coisas é, em si, uma forma de desejo. Assim, ao se ver preso na rede do desejo, deve-se compreendê-lo, em vez de dizer que ele é correto ou errado, justo ou injusto.

O desejo, [...] é a raiz de toda ignorância, toda aflição, e não é possível libertamo-nos da ignorância e da aflição, a não ser com o abandono do desejo. Não se pode afastá-lo com a simples vontade, porque a vontade é parte do desejo; não se pode afastá-lo com a negação, porque esta é resultado dos opostos. Só é possível dissolver o desejo com a percepção de suas múltiplas formas e expressões. Mediante observação e compreensão tolerantes, pode-se transcendê-lo. Na chama da compreensão consome-se o desejo, finaliza Krishnamurti.

O psicólogo Enéas Martin Canhadas (22), desenvolve um artigo sobre os desejos, disponível no portal www.espirito.org.br,  através dos escritos psicografados por Chico Xavier, pelo espírito de Emmanuel no capítulo 2,  A vontade, do livro  Pensamento e Vida; através dos tópicos abaixo.


Curiosidade

Afirma Canhadas, por Emmanuel através de Chico Xavier, que o ser humano é naturalmente dotado dos impulsos que o levam à frente em todos os sentidos.
O homem é naturalmente insatisfeito e curioso. A curiosidade faz sair de dentro, a pessoa impulsiva que cada um é. Como um saca-rolhas. Pode fazer a criatura tomar posse do que deseja, ou faz agir sem esperar a “hora certa” como se costuma dizer. “Ai que vontade que dá!”, exemplifica bem o que acontece.
O impulso, [...] é  uma carga de energia que, para satisfazer os desejos ou necessidades, move o ser repentinamente, visceralmente.

Desejo

“Não. Não temos vontade de chupar um sorvete, mas sim desejo de fazê-lo”. A vontade, diz Canhadas por Emmanuel, é mais abrangente; é uma força que dirige todo o nosso ser e não deve ser confundida com os desejos.
 Normalmente manifestam-se na criatura muitos desejos todos os dias. Daí surgem as dúvidas e então, necessário é procederem as escolhas. É quando entra a vontade em cena. Descartes diz que da “vontade dependem as ações da alma”. G. Murphy, outro filósofo, explica que “vontade é um complexo processo íntimo que influencia o comportamento de modo a tornar o ser menos vítima da pura força bruta dos impulsos.”
A ponderação nestas horas é indicada, [...] inventando modos diferentes de manifestar a tal situação e imaginando as consequências das respostas, através do raciocínio, da lógica e da razão, completa Faria.
Neste exercício de, dever ou não, estar certo ou errado, melhor ter ido ou foi melhor ficar, etc.  Os desejos exigem a ação da vontade no viver.
 Para satisfazer os desejos usa-se a força da vontade para fazer as coisas. A vontade julga os conteúdos e conhecimentos do psiquismo e da mente, continua Canhadas por Emmanuel através de Chico.

Ponderação

Na medida em que o nosso espírito é consultado, [...] através de Chico; porque quem pensa e, de fato, tem pontos de vista, experiências, conhecimentos anteriores, medos, etc. pois é o espírito que habita o corpo e dá vida à mente, ele faz com que as ações da criatura sejam pensadas, ponderadas e avaliadas.
Assim é o caráter do espírito que lida com o certo e o errado, conforme o grau de progresso moral (espiritualidade - apêndice do autor) que já possui. O que está em jogo nesse momento é o juízo sobre o que se convém e o que é lícito, bom e saudável.
Não é necessário perguntar a ninguém e nem usar o exemplo dos outros. Fazemos isso por insegurança, necessita-se de aprovação, ou porque não se tem conhecimento suficiente ou ainda pelo medo de sentir culpa e arrependimento.
Culpa e arrependimento, [...] geralmente estão associadas aos conceitos de castigos ou recompensas de acordo com a idéia de Deus incutida na mente da criatura, por causa da educação religiosa recebida.

Princípios

O nosso código pessoal de valores éticos, morais, espirituais já existem no espírito, afirma Canhadas por Emmanuel, porque vimos de outras experiências reencarnatórias, portanto vidas já vividas.
 Estamos em pleno processo de aprendizagem e ainda não sabemos tudo, [...]. O ser fica frente a frente com os seus princípios morais quando uma decisão é necessária. Ainda não esta se falando de virtudes, pois não se é virtuoso no sentido amplo do termo, mas o cuidado com que se demonstram intenções de agir determina a qualidade do caráter do ser.
 O que evidencia o código moral e de valores, é portanto, o que nos revela como seres éticos.
A maneira individual de ser ético, revela o verdadeiro modo de pensar, ser e agir, [...]. Com as dúvidas tem-se  indicações sutis, que mostram o quanto ainda não se sabe, movidos pela curiosidade incessante de aprender, experienciar e desbravar.

Vontade

A vontade entra na brecha entre os desejos e a dúvida, diz Canhadas por Emmanuel, porque o espírito ainda não sabe tudo, e está em busca da virtude no seu eterno progresso.
É aí que a vontade pode entrar e atuar.
Não nos transformamos em espíritos virtuosos de repente.
 “A vontade dirige todos os setores da ação mental. Harmoniza o Espírito, disciplina e administra”. Para que alguém tome posse de uma qualidade moral, será necessário repetir atitudes à exaustão no propósito de melhorar os comportamentos e as consequentes atitudes, [...].
 A criatura precisa de motivos e boas justificativas para fazê-lo. O objeto do desejo pode ser mais forte, contradizendo a vontade e os princípios morais. Atitudes pensadas significam atos voluntários, conscientes, mas não espontâneos e naturais. Se o desejo e os impulsos são de má índole e fazem o torpe prazer das más realizações, é por causa da vontade que falha e cujas disposições de caráter não são boas, [...].
 Quando o ser pratica atitudes virtuosas, deixa paulatinamente de ter que fazer escolhas, pois a vontade já se tornou boa, tem assim, cada vez menos dúvidas. Atitudes edificantes ficam prontas dentro do ser. Há menos embates, portanto, entre o bem e o mau. Passa-se então à condição de  espírito de boas ações e de boa fé. Tão natural como pegar uma uva no cacho, finaliza Canhadas, por Emmanuel.
Pompeu Cantarelli (23), autor do Racionalismo Cristão, na obra  Saber Viver, as consequências do mau uso dos desejos que, no entrevero das paixões, as criaturas justas, boas, sensatas e cônscias dos seus deveres para consigo próprias e para com a coletividade humana são como rochedos inabaláveis que não cedem à impetuosidade de ondas revoltas que, bramindo e espumejando, se atiram ao seu encontro.

A incompreensão da maioria dos povos é apavorante e o espírito de justiça e bom senso que preside as suas ações ainda deixa muito a desejar, ficando as criaturas à mercê de circunstâncias ocasionais, porque elas pensam e agem dominadas pela egolatria, pelo instinto atávico e pelo materialismo, e não param de ferir a sensibilidade, a honra e o direito dos semelhantes, levadas meramente por interesses pessoais ou de grupos ou por simples desejo de mando, por inveja e perversidade, finaliza Cantarelli.

Caruso Samel (11), autor Racionalista Cristão através da obra Reflexões Sobre os Sentimentos, designa um capítulo especifico sobre os desejos em que o autor, Flavio Faria, lança mão a seguir.

        Diz ele, que o desejo está associado a muitos conflitos exteriores e interiores, estes abrigados no recôndito mais profundo do ser.

        Existe uma vasta gama de desejos, [...] muitos benfazejos, outros maléficos, todos impulsionados pela vontade de fazer ou não fazer, de agir ou não agir. Por exemplo, a ambição de galgar o topo de uma carreira ou cargo para cumprir uma de suas metas na vida, a vontade firme na realização do desejo de um político de se tornar presidente ou a de um compositor musical ou músico de um dia ser maestro.

        É o desejo que causa o conflito. O desejo, [...] é estimulado pela associação de idéias e pela lembrança de fatos e ocorrências passadas; daí, a memória desempenhar papel fundamental na geração e compreensão da natureza do desejo. As lembranças podem ser agradáveis ou desagradáveis, as primeiras causando prazer e estas, dor ou sofrimento. Estes desejos opostos nutrem o conflito.

        Por causa da alternativa do prazer e da dor, a mente divide ou fraciona o desejo em diferentes categorias de valores e atividades.

        Apesar de se chocarem e se oporem, [...] todos os desejos são um só. É fundamental compreender esse ponto para evitar que o conflito dos desejos opostos se torne interminável. Do equilíbrio dos desejos opostos se tem a inação; portanto, é fundamental passar os desejos opostos por um filtro e depurá-los, para poder eliminar os conflitos e bem agir. Tal dualismo é aparente, é uma ilusão. Não há dualismo no desejo, mas apenas diferentes tipos de desejo. Aliás, o dualismo é quase sempre uma ilusão em todas as atividades humanas. Não se deve confundir dualismo com alternativas de problemas para os quais existem soluções. Só há dualismo perfeito entre o tempo e a eternidade, porquanto a existência de um elimina a existência do outro.

O desejo, [...] se divide entre querer e não querer algo. Tanto procurar querer como evitar querer é desejo. Não se pode fugir deste conflito porque é o próprio desejo que cria oposição a si mesmo. Daí, concluir-se que todos os desejos são um só e não podemos alterar esse fato. Se isto for compreendido, o desejo tem força para libertar a mente da criação de ilusões!

        Estabelecido que o desejo, se fraciona em partes distintas e opostas e que “querer” e “não querer” são desejos que geram conflitos, a criatura vivencia estes desejos opostos em conflito. Verifica-se, assim, [...] que o desejo só faz multiplicar, ou melhor, repicar o desejo, numa armadilha cíclica. Por isso, é necessário ter primeiro uma noção bem nítida do desejo como uma entidade simples e única.

        As necessidades orgânicas são moldadas pelos desejos psicológicos, [...] que se agrupam em dois tipos: potentes ou conscientes, porque evidentes, e ocultos ou latentes, estes mais importantes porque escondidos no subconsciente.

         A mente humana consciente ou superficial está sempre em estado de agitação. Acalmando-se os desejos superficiais, torna-se possível sentir os desejos ocultos, “motivos” e intenções subirem à superfície, isto é, é preciso fazer estes desejos (os latentes) aflorarem ao consciente para podermos estudá-los, eliminá-los ou dar-lhes livre curso real.

        Ao se analisar a natureza do desejo, [...] volta-se ao problema do experimentador e da coisa experimentada, isto é, verifica-se que não somos separados de nossos desejos. Então, como experimentá-los sem envolvimento direto? Como reprimir um desejo e seguir outro?

        O que “freia” um e “libera” outro, é a força de vontade.

        Se existir esta percepção, sempre que surgir um desejo deve-se abandonar a idéia do experimentador como “entidade separada” e, então, pode o nosso “eu” conferir o desejo sem censura, momento por momento, passo a passo e, assim, os conflitos cessam. É difícil seguir este processo, mas adotando-o, sempre que necessário, percebe-se rapidamente a serenidade e tornando o ser  ciente e seguro de suas ações.

        O desejo, [...] se realiza e se consome depressa enquanto o amor é duradouro e sempre trará alegria; ao contrário, o desejo realizado quase sempre deixa uma sensação de vazio. O desejo não pode ser detido; tentar cessá-lo pela vontade leva à decadência e ao sofrimento (processo do sufoco). Só o amor pode dominar o desejo e o amor não é coisa ou produto mental. O desejo é tão flexível e veloz que a mente é capaz de ajustá-lo a qualquer coisa, adaptar-se a qualquer circunstância.

        Finalmente, diz Samel, desejar e perseverar faz um homem forte e preparado para lutar com tenacidade e vencer todos os obstáculos.

        Menossi (7), aborda este tema, afirmando inicialmente, que todos os seres encarnados tem desejos. Afirma ele, serem estes que prendem o ser ao planeta através das reencarnações. Nenhum espírito deixa de voltar a encarnar enquanto mantiver desejos terrenos a serem satisfeitos.

         Mas, desejos são enganos, [...] são passageiros, ilusões, uma vez satisfeitos perdem a atração e o encanto. Basta observar os fatos do passado da vida de cada um. Sempre em qualquer fase de vida, deseja-se muito alguma coisa, pensando que se for alcançada, junto obter-se-á felicidade; então, luta-se pela realização do referido desejo, com todas as forças, no entanto, uma vez alcançado o que tanto era desejado, passa-se, inevitavelmente, para uma fase de desgaste e desilusão.

         Menossi afirma que a consciência diz, nos momentos de silêncio e reflexão, que conquistas terrenas não são totalmente do ser, lembram-se dos riscos de perda do que se conquistou, lembra-se da lei de impermanência que rege as coisas da vida material.
       
        Ele também escreve que, a partir da concretização do desejo, com o tempo, e não costuma demorar muito, acaba acontecendo o inevitável: aquilo que se conquistou começa a perder gradativamente, ou até de um dia para o outro, o encanto. Gastou-se o brilho, apagaram-se as efêmeras luzes, aquilo já não é mais uma maravilha, já não é tão importante e, é exatamente aí que chega a desilusão, inevitável desfecho das coisas materiais.

        Nenhuma das coisas da passageira vida material pode satisfazer plenamente ao espírito, [...] pois este é de natureza eterna, necessita de conquistas eternas, espirituais.

        As coisas do mundo material são passageiras: apodrecem, gastam-se, quebram-se, engordam, ganham rugas... acabam. Já os bens espirituais, [...] uma vez conquistados, passam a fazer parte da nossa real estrutura, porque são conquistas eternas, perfeitas, não tem fim.

Menossi cita o trecho do livro Racionalismo Cristão, onde diz "o planeta Terra não é habitação permanente de nenhum espírito", convindo, portanto, deixar-se de lado as coisas aparentemente urgentes, mas, no fundo, inúteis para a vida espiritual.

Ele indica a necessidade de se abandonar, no plano psicológico, a agitação e a ansiedade causadas pela ambição e desejo descomedidos.

A disciplina espiritual divulgada pelo Racionalismo Cristão, encerra Menossi, ensina a abandonar as excessivas preocupações pessoais com a vida material e fornece a chave para se obter a felicidade interior e a elevação espiritual, pois nada mais se levará daqui.

        Sobre os desejos, diz Faria, fazem parte da realidade do ser encarnado, devem porém incitar pensamentos, projetos e consequentemente ações, que contemplem níveis consideráveis de moral, ou seja, que visem o bem da criatura e da coletividade, nunca prejudicando o outro; caso contrário, são falsos. Trazem, finaliza Faria, uma sensação de prazer breve e insatisfatória além de consumir um precioso tempo de que o ser possui em uma encarnação, no sentido de se desenvolver cada vez mais para o bem e evoluir; podem trazer ainda, como consequência do seu mau uso, muito sofrimento.


PENSAMENTOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS

            Na obra Racionalista Cristã intitulada Fundamentos Racionais de Caruso Samel (24), encontra-se um destaque dado para o valor do pensamento na vida das criaturas.

A Doutrina Racionalista Cristã, diz Samel, é a única que põe em destaque este enfoque, como corolário, verdadeiro reflexo da Lei da Atração e Repulsão, onde os pensamentos afins se atraem e os contrários se repelem.

O pensamento vem a ser, portanto, a maior riqueza espiritual, o atributo que permite sermos nós mesmos.

            Diz ainda  Samel, que da somatória dos pensamentos, dos milhões e milhões de seres que vivem na Terra, formam duas grandes correntes, cortando nosso planeta em todas as direções; a corrente do Bem e a corrente do Mal, concentradas na forma de pensamento.

Deve-se vibrar o pensamento em consonância, em harmonia com a grande corrente do bem, atraindo boa assistência astral, recebendo intuições fortalecedoras e fluidos benéficos.

  Os pensamentos ficam ligados entre a fonte emissora e a fonte receptora e vice-versa, [...] estabelecendo verdadeiros climas ambientais espirituais, que proporcionam saúde ou enfermidade, alegria ou tristeza, sucesso ou fracasso, cabendo ao ser racionalista cristão, ligar-se sempre à  corrente do Bem.

            No Pensamento concentra-se todo o poder espiritual  e, como vibração do espírito, constitui a verdadeira manifestação da Inteligência Universal em nós outros.

Saber concentrar-se em determinado assunto, dando asas à imaginação, com o propósito e o empenho de estudá-lo bem, de descobrir todas as suas nuanças, toda a multiplicidade de aspectos, todas as diferentes formas de interpretação, constitui exercício de excepcional importância para chegar ao domínio absoluto do objeto desse estudo, [...].

A tese do autor é de que, ao incorporar a musicalidade suave no cotidiano, além do acesso fácil e barato a todos, facilita ao espírito transmitir as vibrações adequadas ao corpo físico, utilizando para isso o cérebro, mantendo-nos bem concentrados por muito mais tempo, melhorando assim a qualidade das tarefas e relacionamentos. Facilitando, portanto,  a viajem pelas correntes do bem, enquanto encarnados.

O vigor do pensamento emitido por criatura mentalmente sã e esclarecida, diz Samel, cresce na medida das necessidades do momento, amplia-se, expande-se e supera qualquer corrente de pensamentos inferiores, pela atração que exerce da Força afim, cujo poder é infinito.

A história da medicina registra inumeráveis casos de doenças graves cujas curas, por muitos consideradas milagrosas, apenas se deveram à reação espiritual dos próprios enfermos e à atração que souberam exercer das Forças Superiores via pensamento; cabe aqui ao leitor, estudar a obra Racionalista Cristã da médica. Glaci Ribeiro da Silva (25), intitulada  Racionalismo Cristão e Ciência Experimental, onde tal assunto é abordado com uma competência ímpar.

A Psicologia, afirma Faria, principalmente a escola Transpessoal, desenvolveu métodos de ação que tentam conduzir o ser à vibrar nas faixas da superconsciência, que em outras palavras, nada mais são que as próximas das Vibrações da  Inteligência Universal ou Astral Superior, objetivando a cura de males mentais e físicos, advindos dos pensamentos inadequados do ser.

 O sucesso do tratamento fica sujeito, porém, ao estágio de evolução Moral e Técnica do psicoterapeuta, opinião do autor.

A exposição exagerada do ser às frequências vibracionais típicas da negatividade, diz o autor, desencadeiam modificações hormonais e consequentes estados melancólicos, depressões, fobias, etc. culminando nas doenças físicas propriamente ditas, o que já é corroborado pela  Medicina Psicossomática, assunto este abordado com a devida profundidade no já recomendado livro da dra. Glaci R. da Silva.

Das riquezas espirituais que a criatura tem forçosamente de conquistar neste planeta, assume papel de excepcional relevo a faculdade do bom pensamento, de cujo poder concentrado e abrangente depende a racional solução de todos os problemas da vida, que embalados pela boa música, certamente poderão ser alcançados por qualquer um que tenha sido despertado.

O modo de vida de toda pessoa é uma reflexão dos seus sentimentos. Para cada tipo de sentimento, existe uma frequência cerebral correspondente; conseguimos facilmente detectá-las hoje em dia.

A alegria é um estado de espírito, o espírito vibra e o cérebro alcança frequências próprias. Tal estado mental advém de forma prolongada, através da prática natural do bem.

       Ao manter-se em determinada faixa de onda ao longo do dia, o ser incorpora e vive as consequências disto. O modo moderno de viver, típico dos séculos XX e XXI podem colocar os seres frente a sentimentos, cujas faixas de vibração  são nocivas à nossa saúde tanto física como espiritual, afirma Faria.

O autor procura aqui, induzir às pessoas a alterar este quadro através do método difundido pela Doutrina Racionalista Cristã, resumidos em cultivo de bons hábitos, envolvendo trabalho com gosto, estudo, raciocínio e esforço próprio no sentido de sanar nossos maus hábitos e imperfeições sempre que percebidos.

Para conquistar-se a felicidade é preciso que se evite a ociosidade, que é a mãe de todos os males. Para isso,  tempo deve ser dedicado às ações e tarefas concretas, geradoras de prazer.

Felizes os que buscam um trabalho de que gostem, pois podem permanecer horas a fio, vibrando positivamente, no caminho de melhores condições de vida aqui, procurando ser o melhor possível naquilo que faz, diz Faria.

O espírito ganha hábitos, pois é difícil ensiná-lo de uma hora a vibrar nas faixas da felicidade, estando o mesmo infeliz. Portanto, é obrigação do ser esclarecido buscar todos os dias o que fazer, estudar muito,  fazer uma auto-análise do que lê e da vida para  modificar-se para melhor.

Na obra básica intitulada Racionalismo Cristão, lê-se que eventualmente, por comodismo, indolência ou mesmo preguiça mental, muitos acabam atribuindo aos outros a tarefa de pensar por eles e passam a aceitar como próprias, as idéias alheias.

Nascem daí os movimentos sectários com numerosos rebanhos, estes sempre propensos a acreditar no que os outros acreditam ou fingem acreditar, por mais absurdo que seja o objeto da crença, principalmente no terreno amplo e escorregadio do misticismo, em que a investigação espiritualista para a apuração da verdade não é admitida.

Com o poder penetrante de pesquisa que o raciocínio possui, fácil se torna distinguir o racional do absurdo, o lógico do ilógico, o certo do errado, e divisar o caminho que levará o ser convicto à Verdade, portanto estudar é o caminho.

A Doutrina Racionalista Cristã fornece um método simples do  Ser colocar-se frente à vida, incentivando o estudo e raciocínio, o bom uso do caráter e moral cristã, de forma que este estado, induzido no início do processo, passe a ser cada vez mais frequente, afirma o autor.

O espírito encarnado tem suficiente poder para mudar, em qualquer tempo, os rumos da vida, manejando, corretamente, o livre-arbítrio. Do seu futuro, bom ou mau, do triunfo ou do insucesso, é ele o artífice.

O homem esclarecido prepara hoje o dia de amanhã. Isso significa que o futuro será o que estiver sendo projetado e trabalhado no presente.

Ao iniciar-se o processo evolutivo, cada partícula da Inteligência Universal conta com as mesmas possibilidades, os mesmos recursos, encontra-se em idênticas condições e possui iguais valores latentes.

Por isso se desenvolve na mesma proporção até alcançar a denominação de espírito, quando passa a dispor do livre-arbítrio para conduzir-se por sua conta e risco.

Todos terão de compreender, cedo ou tarde, que a humanidade caminha numa mesma direção e para alcançar um idêntico fim, que é o aperfeiçoamento, só atingível pelo esforço próprio bem orientado, pelo trabalho individual disciplinado e pela conquista do saber à custa de atividade intensa e permanente.

Deve o indivíduo procurar-se a si mesmo, e em si mesmo aprender a confiar, consciente de serem imensos os recursos que possui para levar a bom termo cada existência física.

Com este pensamento ficará sincronizado com a corrente da evolução, por onde fará a sua ascensão espiritual, sem grandes tropeços e sem maiores sacrifícios.

Todas as faculdades tendem a debilitar-se, quando não são regularmente exercitadas. O exercício fortalece e revigora. Ele é tão necessário à mente, quanto ao corpo. O exercício da mente consiste na prática habitual de atos e pensamentos de valor, que precisam ser estimulados desde a infância.


SOFRIMENTOS

O autor inicia a reflexão sobre o sofrimento, a partir dos escritos de dois estudiosos deste tema, Dra. Dirce Fátima Vieira e Krishnamurti, para em seguida observarmos o ponto de vista dos autores Racionalistas Cristãos, citados no capítulo 1 da obra  Para Quando os Reveses Chegarem e no capítulo 7 do livro Racionalismo Cristão Responde, ambos de Fernando Faria.
Será visto inicialmente  o sofrimento como condição da vida e os sofrimentos evitáveis; por Dirce F. Vieira (26).
Sabe-se que o sofrimento faz parte da condição humana. Quem nunca teve uma dor ou quem nunca sofreu?
O sofrimento sempre foi um tema que interessou filósofos, religiosos, pensadores, poetas, psicólogos e é parte intrínseca da natureza humana, portanto, podemos considerar que é um dos sinais da sua normalidade. Por sermos humanos, possuímos  esta condição.
A espécie humana, que tem como uma de suas características ser criadora de cultura, elabora e interpreta suas experiências de sofrimento conforme as diferentes sociedades. O significado do sofrimento vai se modificando ao longo do tempo e tendo outras representações que são captadas e expressas pelo imaginário coletivo.
Sendo o sofrimento intrínseco ao existir, não tem que necessariamente ser encarado como a desgraça fatal que sobrevém e nos torna infelizes, mas sim como algo contínuo de um existir único, finito e que pode nos fazer crescer. O mesmo pode-se dizer da felicidade, do prazer e de outras sensações e sentimentos que entendemos fazer parte inseparável da vida humana.
O sofrimento como uma tonalidade afetiva da consciência sadia e da vivência normal, faz com que ele seja uma possibilidade de entender o mistério de nossa história, significá-la e responder eticamente pela vida; nota-se até então, o que é comum em diversos pesquisadores, a ausência do emprego dos princípios morais no cotidiano do ser, substituídos por éticos.
Apesar de saber que o sofrimento é universal, e não estamos querendo abolir esta noção, mas pensando em minorar o sofrimento de alguns, queremos aqui refletir e discutir sobre os sofrimentos evitáveis, ou seja, aqueles que não necessariamente devem fazer parte da existência humana, aquele sofrer que provavelmente foi criado inconscientemente por nós, que se constituiu na nossa forma de viver em relação aos outros e ao mundo.
É um padrão de comportamento que acaba gerando sofrimentos recorrentes, criando assim uma predisposição psicológica expressa por uma atitude de sofrimento diante da vida funcionando como uma droga.
Assim, continua Dirce, os viciados em sofrimentos são aqueles que padecem em silêncio e nem eles ouvem o seu grito, seu lamento.
 Provavelmente acabam pensando sobre suas dores e acham que não tem sorte, que tudo parece dar errado, que seu destino é sofrer e consequentemente acabam se sentindo desvalorizados e com autoestima prejudicada.
Essas pessoas têm uma atitude na vida de insegurança, ansiedade, derrota e pessimismo, não conseguindo se conectar com sua saúde psíquica. Neste vício não existe uma droga concreta, muito menos externa, mas sim uma forma de se relacionar consigo e com o mundo ao seu redor.
 A droga, se assim podemos chamar, seria o ganho secundário com esta atitude repetitiva que estes têm diante da vida de sempre sofrer por algo.
Assim como acontece nos viciados em uma substância (lícita ou ilícita), comida, chocolate, exercício físico, jogo, consumo ou qualquer outro substrato possível para um vício, existe um prazer momentâneo.
No caso descrito, o substrato é a dor no sofrimento e a atenção que se recebe dos outros como ganhos secundários por essa atitude sofrente.
Essa experiência é vivenciada como fugaz e seguida por uma sensação de frustração que remete consequentemente à falta, vazio ou carência inicial caracterizando a forma cíclica de uma dependência, porque algo de essencial não foi preenchido ou reconfortado.
A Psicologia Transpessoal, afirma o autor,  diz que privilegiando-se estados mentais inerentes ao sofrimento, independente da intensidade, já  é  suficiente para se configurar com o decorrer do tempo, um quadro de anomalia mental, tendo como consequência as anomalias no corpo ou  doenças propriamente ditas.
Krishnamurti (27), brilhante pensador contemporâneo, citado por autores Racionalistas Cristãos, discursando em Saanen, Suíça 1961 sobre o sofrimento, diz ser muito difícil pensar diretamente, ver as coisas diretamente e seguir atentamente o que se vê, "até o fim", de maneira lógica, racional e sã.
Ele reconhece ser muito difícil ver as coisas com clareza e, por isso, muito difícil ser simples. Não se refere à simplicidade exterior do vestir, do possuir poucas coisas; e sim à simplicidade interior. Entende ser a simplicidade essencial, quando se considera um problema muito complexo, como o sofrimento. Assim, antes de começar a apreciar o sofrimento, necessário se faz estar bem esclarecido quanto ao significado da palavra "simples" no contexto.
            Krishnamurti afirma ser a mente, como agora a conhecemos, muito complexa, infinitamente solerte, sutil; teve experiências mui numerosas; e contém em si todas as influências do passado, da raça, o resíduo dos tempos, (entende o Racionalismo Cristão ser o espírito que traz consigo tal bagagem). Reduzir essa imensa complexidade à simplicidade é dificílimo; porém, acha o palestrante necessário fazê-lo, pois, do contrário, não se é capaz de ultrapassar o conflito e o sofrimento, nesta ótica.

A questão, pois, é esta: Considerando-se toda esta complexidade, (de saber, experiências, memória) existe alguma possibilidade de olhar o sofrimento e dele se livrar?

Uma definição verbal não torna a mente simples, e as explicações não produzem a clareza de percebimento. O palestrante enfatiza a condição de nossa consciência estando a mercê de nossa escravização às palavras, sem perder-se de vista, entretanto, que as palavras são necessárias para as comunicações.

O que se comunica, porém, não é meramente a palavra mas sentimentos, visões que não podem ser formuladas em palavras.

Mente simples é aquela que está livre para seguir todas as sutilezas, todas as variações, todos os movimentos de um dado fato. E para tanto deve a mente, sem dúvida, estar emancipada das palavras. Essa liberdade produz uma austeridade feita de simplicidade. Se há essa simplicidade no considerar as coisas, pode-se então tentar compreender o que é o sofrimento.

Ele pensa, que  a simplicidade da mente e o sofrimento estão relacionados entre si.

Viver no sofrimento em todos os dias de nossa vida é, sem dúvida, dizendo-o delicadamente, a coisa mais insensata que um homem pode fazer.

 Viver em conflito, na frustração, sempre enleado no medo, na ambição, enredado na ânsia de preenchimento, de êxito  (passar a vida toda num tal estado), isso parece de todo, em todo fútil e desnecessário. Para livrar-se do sofrimento, a criatura deve se aplicar de maneira simples a este complexo problema.

Há várias qualidades de sofrimento físico e psicológico. Há a dor física ocasionada pela doença  (uma dor de dentes, a perda de um membro, deficiência visual, etc;) e o sofrimento interior que vem quando perde-se alguém que se ama, quando não se tem aptidões diante de pessoas que as têm, quando se é desprovido de talento frente aos talentosos, de dinheiro, posição, prestígio, poder.

Há sempre ânsia de preenchimento; e, à sombra do preenchimento, se encontra a frustração, e com esta, o sofrimento.

Tem-se, pois, [...] esses dois aspectos do sofrimento;  o físico e o psicológico.

Ao perder-se porventura um braço, surge o problema do sofrimento. Volta-se mentalmente ao passado, lembrando-se do que podia fazer, que já não é mais possível, a mente compara, e nesse processo gera-se sofrimento. Mas a mente gosta de lamentar-se, de volver ao passado.

 E fica, assim, o fato presente em contradição com o que foi. Essa comparação produz invariavelmente conflito, e por causa dele sofremos. Esta é uma modalidade do sofrimento.

Conforme Faria, “A Doutrina Racionalista Cristã nos diz que, enquanto Força, que somos, animamos um corpo, trazemos conosco esta bagagem de informações que podem ser acessadas pelo poder do pensamento; este poder é que deve ser dirigido constantemente pelo ser, a fim de que se evite orbitar pelo astral inferior, trazendo-nos certamente sofrimento, um espírito nos estágios evolutivos iniciais, ainda com carência de Moral ou mente mau treinada como diz Krishnamurti, está mais propenso a sofrer”.

Em seguida, tem-se o sofrimento psicológico. Por exemplo: - Meu irmão, meu filho morreu, foi-se deste mundo.

Não há quantidade de teorias, de explicações, de crenças, de esperanças que me possam restituí-lo. A realidade cruel, inexorável, é o fato de que ele se foi.

E outro fato é que me sinto sozinho, porque ele se foi. Éramos amigos, passeávamos juntos, conversávamos, ríamos, divertíamos-nos, e essa camaradagem acabou-se e fiquei sozinho. A solidão é um fato e a morte também.

É forçoso aceitar o fato, (sua morte) mas é necessário aceitar o fato de ter ficado só no mundo.

Por isso, começa-se a inventar teorias, esperanças, explicações, como meios de fuga ao fato, e são essas fugas que produzem sofrimento, e não o fato de “achar-me sozinho”, não o fato de ter morrido o irmão.

O fato nunca pode produzir sofrimento; [...] enfatiza esta importância; caso queira a mente verdadeira, total e completamente livre do sofrimento.

Ele só acha possível a libertação do sofrimento quando a mente já não busca explicações e refúgios, quando encara o fato de frente.

Ora, pode cada um de nós, com inteligência, sanidade, enfrentar o fato? Pode-se enfrentar o fato de que meu filho, meu irmão, minha irmã, meu marido ou esposa, ou quem quer que seja, morreu e eu fiquei sozinho, em vez de tentar escapar a essa solidão por via de explicações, crenças e teorias sutis, etc.

Pode-se olhar o fato, qualquer que seja ele: o fato de não ter eu talento, de ser estúpido, de estar sozinho, de que minhas crenças, minhas estruturas religiosas, meus valores espirituais são apenas defesas? Podem-se encarar esses fatos e não buscar meios e modos de fugir? É possível isso?

Krishnamurti só  acha possível quando se desconsidera o tempo, o amanhã. Nossa mente é preguiçosa e, por isso, o ser tende  sempre a pedir tempo; tempo para se recuperar, tempo para melhorar. O tempo não apaga o sofrimento.

É possível esquecer um dado sofrimento, porém o  sofrimento existe sempre, profundamente oculto no ser.

Ele crê na possibilidade de extinção de todo o sofrimento, não amanhã, não no decurso do tempo, porém percebendo a realidade no presente, e passando além.

Afinal, por que sofrer? O sofrimento é doença. Procuramos o médico para nos livrarmos de uma doença. Por que suportar o sofrimento, de qualquer espécie que seja? Seria insensato. Por que  suportar qualquer sofrimento, se é possível nos libertarmos disso completamente?

O sofrimento é conflito. Diz-se que o conflito é necessário, que faz parte da existência, que na natureza e em tudo o que nos cerca existe conflito, e que é impossível existir sem conflito. Consequentemente, se aceita o conflito como inevitável interiormente, em nós mesmos, e exteriormente, no mundo.

Para Krishnamurti, o conflito, de qualquer espécie que seja, é desnecessário. É questão de educação correta, e nossa educação não foi correta; ensinaram-nos a pensar em termos de competição, em termos de comparação.

Ele questiona se é possível uma pessoa compreender, ver realmente, diretamente, por meio de comparação. Ou só se pode ver claramente, com simplicidade, depois de cessar a comparação?

Decerto, uma pessoa só pode ver claro, quando a mente já não é ambiciosa, já não se esforça para tornar-se alguma coisa, mas isso não significa que a pessoa deva ficar satisfeita com o que é.

Êle acredita que um homem pode viver sem comparação, sem comparar-se com outro homem, sem comparar o que ele é com o que deveria ser.

Enfrentar "o que é", a todas as horas, suprime as avaliações comparativas e, por conseguinte, pode-se, assim, eliminar o sofrimento. Ele crê ser importantíssimo que a mente esteja livre do sofrimento para que a vida tenha então significado bem diferente.

Outra coisa desastrosa que se faz é buscar o conforto: não apenas conforto físico, mas também conforto psicológico. Desejamos abrigar-nos numa ideia, e quando essa ideia falha, ficamos desesperados, e isso, por sua vez, gera sofrimento.

A questão, pois, é esta: Pode a mente viver, funcionar, existir sem abrigo, sem nenhum refúgio? Pode o homem viver, dia por dia, enfrentando cada fato que surge e nunca buscando refúgio; enfrentando "o que é" a todas as horas, todos os minutos do dia. Porque então, descobre-se que não só o sofrimento termina, mas também a mente torna-se sobremodo simples e clara, apta a perceber diretamente, sem ajuda das palavras, do símbolo.
Do livro Racionalismo Cristão Responde, de Fernando Faria (28), no capítulo 7, Por que Sofremos, podemos ler logo no primeiro parágrafo que o ser humano sofre porque desconhece a Verdade.

É necessário que todos se esclareçam sobre a finalidade da vida e a maneira correta de conduzir-se na existência terrena, para evitar sofrimentos desnecessários e a consequente perda de encarnações.

            O ser humano sofre para estimular a marcha do Espírito rumo à sua evolução. A evolução do Espírito é o resultado do seu esforço, da sua vontade, das suas aspirações de progredir.

Durante essa marcha ocorrem, porém, frequentes pausas devidas à intolerância e ao comodismo do espírito encarnado, principalmente se ele não se vê muito assediado pelas dificuldades.

no capítulo 1 do livro Para Quando os Reveses Chegarem, também de Fernando Faria (19), foram colhidas em mais de vinte autores do Racionalismo Cristão, escritos sobre o sofrimento, mostrados a seguir.

Luiz de Mattos escreve sobre o mundo Terra, que atravessa uma de suas fases mais difíceis, atingindo principalmente as criaturas que não querem estudar, que não querem pensar com valor.
Essas podem realmente cair, e cair feio, porque a luta é árdua, as dificuldades se sucedem, umas atrás das outras, problemas não faltam para serem enfrentados pelas criaturas. Para tudo isso existe remédio, e o principal está na fortaleza do espírito.
 As criaturas podem e devem saber se desviar do mal que avassala a humanidade, como os vícios, a indolência, o mau uso do livre-arbítrio, empregando para isso o poder da vontade e a força do pensamento.
Felizes daqueles que sofrem e têm força espiritual para encontrar dentro de si mesmos o remédio para os seus males.
Esse é um bom sinal, e, assim fazendo, a criatura demonstra que o seu espírito é forte, pois mesmo sofrendo ela procura suavizar esses sofrimentos com a força do pensamento.

           Delfina Cottas recomenda que não se fuja do sofrimento, ninguém procure ali o que pode encontrar aqui, porque tudo o que acontece de bom ou de mau às criaturas é porque elas se fazem merecedoras do tipo de luta que enfrentam.

 Maria Cottas analisa que o nosso planeta está desprovido de seres perfeitos e a tendência para o mal é constante, sem que a maioria das criaturas a procure reprimir.
As perturbações, os avassalamentos que se verificam são  resultados da ignorância em que vive a humanidade sobre a vida espiritual e o valor do pensamento.
As criaturas que não controlam seus impulsos nem medem as suas palavras criam ambiente propício à ação perturbadora do astral inferior, e nesse ambiente ninguém pode se sentir bem.

Felino Alves de Jesus diz que muitos sofrem, às vezes calados, para não se manifestarem e nem perturbarem o ambiente que os rodeia.
Ninguém passa pela vida sem ter sofrido; até hoje nenhum ser humano deixou de sofrer.
Uns contêm-se mais, outros, mais espalhafatosos, dizem aos quatro ventos que estão sofrendo, que estão magoados, queixando-se de tudo e de todos.
São esses então os que erram, pois deveriam se habituar a sofrer e a enfrentar o sofrimento. E quem não sofreu? Jesus foi traído, Luiz de Mattos foi traído, e homens de bem que passaram pela Terra sofreram traições, mas nem por isso as suas vidas foram esquecidas, porque os homens desse quilate sabem enfrentar aquilo que lhes vem, erguem a cabeça e pisam firmes, entregando-se, então, à labuta, à vida diária e ao trabalho.
Todos os espíritos encarnados temem o sofrimento, embora todos saibam, quando reencarnam, que vêm ao mundo Terra para sofrer, pois só dessa maneira vão conseguir resgatar os seus débitos.
Portanto, devem procurar reagir, fazer uso incansável da força de vontade ao invés de lamentar diariamente que sofrem muito, que não suportam tanto sofrimento; para lutar contra os sofrimentos que a vida oferece, seja de que maneira for, por mau uso do livre-arbítrio,  pelas contingências da vida, mas nunca devem se deixar vencer, principalmente a criatura que tiver algum conhecimento da Doutrina Racionalista Cristã.

Orlando Cruz nos lembra de que a caminhada é longa e interminável para uns e menos difícil para outros. É mais fácil para aqueles que são amigos do trabalho e cultivam a virtude.
Para os que vivem atolados nas misérias da vida terrena, desprezando os valores da vida espiritual, a jornada torna-se mais longa, os sofrimentos surgem com mais intensidade, pois é pela dor que o ser humano vai despertando para as coisas sérias da vida. Por isso, em tais casos, é benfazejo o sofrimento.
Quantas criaturas carregam grandes sofrimentos sem saber a que atribuí-los! A ignorância das coisas sérias é, em parte, responsável por esses e outros males. As dívidas espirituais se acumulam de encarnações para encarnações, e são resgatadas com sofrimento.
Não há nada que se faça que não fique permanentemente gravado na longa esteira fluídica de cada ser, de cada espírito encarnado.
Na Doutrina Racionalista Cristã,  diz Faria, o sofrimento é fruto da falta de lógica e razão no dia a dia do ser encarnado. O sofrimento é esperado, quando derivado da luta contra os maus hábitos e as imperfeições individuais.
Convencido sobre a pertinência da tese que estimula o uso do cristianismo prático - termo de Luiz de Souza - em níveis adequados, nas atividades cotidianas, a pessoa fica sujeita a níveis mínimos de sofrimento; advindo ainda dos pensamentos inadequados ou próprios dos resgates acumulados no decorrer de nossas encarnações.


SOBRE A MORTE E O MORRER

Neste capítulo, o autor enfoca inicialmente, a morte conforme os pontos de vista de autoridades que não pertencem à Doutrina Racionalista Cristã; são eles o  também Doutor em Teologia Rubem Alves; a (Ph.D). em medicina, especialista em doentes terminais, Elizabeth Kübler Ross, do Mestre Budista Thich Nhat Hanh, Mestre da escola budhista Tiep Hien e de alguns mestres do Racionalismo Cristão que escreveram sobre a morte, entre eles Luiz de Souza, Luiz Hamilton Menossi e Caruso Samel, cujas biografias podem ser vistas no apêndice deste livro.

O autor acredita ser interessante verificar proposições diferentes, porém muito bem embasadas devido ao aspecto metodológico impecável das autoridades escolhidas, para que uma vez comparadas às teses Racionalistas Cristãs, possam ser complementadas ou mesmo corroboradas, através do estudo e raciocínio do leitor.
 
Rubem Alves (29) escreve um artigo sobre o temor comum acerca do morrer; quando acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no corpo, contra a vontade, sem que nada possa ser feito, pois nesta condição já não se é mais dono de si; solidão,  medo de que a passagem seja demorada.

 Bom seria, [...] se, depois de anunciada, ela acontecesse de forma mansa e sem dores, longe dos hospitais, em meio às pessoas que se ama, em meio a visões de beleza.

             Mas a medicina não entende assim. Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?

             Êle escreve que, na experiência  própria de ser humano, nunca se referiu a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente.

Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia.

 Mestre Thich Nhat Hanh (30) constata que a maioria de nós ainda não é capaz de lidar confortavelmente com a perspectiva de que nada há para ser negociado, e que em um determinado momento teremos de enfrentar nossa finitude, sem nenhuma vantagem ou preferência pessoal diante dos mistérios do Universo.

E assim se chega à momentosa questão da Morte. Na verdade, é justamente esta questão que aglutina toda a luta pela obtenção de méritos em nossas vidas. A morte é como uma sombra que nos acompanha a todo o momento, mas que preferimos não comentar. Além de não sabermos enfrentar satisfatoriamente a ideia da morte em todas as suas facetas nas nossas vidas, criamos a concepção de que ela é um sinal de nossa falta de controle sobre a existência, e que, portanto devemos buscar meios de superá-la, derrotá-la, tornando-nos imortais de alguma forma.

Thich N. Hanh, mestre budista, diz que quando se fica diante da morte; quando aquela sentença chocante nos é revelada, a constatação de que irremediavelmente iremos morrer , é como se nossa mente caísse em um precipício, um abismo de incertezas.

Rapidamente, talvez em milésimos de segundos, refazemos nossas vidas, em uma desesperada tentativa de resgatar o bom que ela nos ofereceu, e redimir o ruim que nela vivenciamos.

Mas, da mesma forma que não existe um meio de barganha com “Deus” para se viver, também não há como negociar como iremos morrer.

Iremos morrer, seremos engolidos pelo inefável, e diante da aparente pequenez de nossa condição humana, ficamos perplexos e assustados, finaliza Hanh.

Elisabeth Kübler Ross (31) trabalhou vários anos com pacientes terminais internados em UTI, através de observação minuciosa, entendeu o que ocorre com o ser humano quando em contato com a possibilidade real da morte, sistematizando todas as fases pelas quais passamos, tornando-se referência mundial para estudiosos deste assunto, bem como a toda uma classe de trabalhadores abnegados que lidam com seres enfrentando tais condições.

As pessoas, independente de grau cultural  ou credos filosófico-religiosos, diz Ross, uma vez de frente com uma situação de “morte”, que em Psicologia entendemos por “situação de perda”, passam por cinco fases clássicas, que se desenvolvem ao longo de um determinado tempo:

- A primeira fase diante da morte ou perda, constata Dra. Elisabeth, é a fase da “NEGAÇÃO". Simplesmente não se acredita na veracidade da notícia ou fato.
O resultado de um exame indicando uma doença terminal com o referido diagnóstico médico; é comuníssimo a vítima e os seus, não colocarem “fé” e procurar refazer os exames, procurar novos profissionais para refutarem tal notícia.
    Também, o comunicado sobre o final de um relacionamento amoroso por uma das partes, e a vítima  age num primeiro momento, como se não fosse verdadeira tal intenção.
Ou então, quando ao se dirigir ao local onde foi deixado o automóvel, por exemplo, e o mesmo não se encontrar mais lá; dá-se voltas para procurá-lo em outros lugares, pois não se acredita que tal fato tenha ocorrido!

Pode acontecer uma permanência exagerada da pessoa nesta primeira fase, podendo trazer consequências nefastas para si e eventualmente para outras pessoas também.
Quantos não consomem uma parcela significativa de seu patrimônio, diz Faria, no gasto com exames e mais exames, consultando diversos especialistas; protelando o início de um tratamento médico adequado, podendo também em casos de doenças infecto-contagiosas como a AIDS, continuar  relacionamentos íntimos com altíssimo risco de contaminação a inocentes; ou então, continuar agindo como namorado, noivo ou marido, infernizando a vida do companheiro(a), etc.

- A segunda fase clássica  de Luto foi denominada por Elizabeth, de fase da  “RAIVA”. A pessoa se convence da veracidade do ocorrido e atormentada, volta-se contra o laboratório que fez o exame, o médico que deu o diagnóstico, o ladrão que o roubou, a  companheira(o) que o abandonou, o governo ineficiente, Deus, que é injusto, enfim joga para fora sua ira, culpando a tudo e a todos pelo ocorrido consigo, pelos seus erros.
É ditado popular antigo que “A melhor defesa é o ataque”.
Vibra o ser, na negatividade, diz o autor, atraindo cada vez mais o pior para si, dificulta sua relação com as demais pessoas.

- A terceira fase do Luto foi denominada de “BARGANHA”. Esta pode acontecer no lugar da segunda fase também.
 É quando o ser após o período da raiva resolve apelar. Tenta subornar os profissionais, oferece recompensas a quem recuperar o seu bem estimado, barganha com o ser “amado” na tentativa de reconquistá-la (o), faz promessas fervorosas, procura trabalhos de magia, pode se tornar fanatizado por alguma religião, negligencia os tratamentos prescritos, por acreditar no divino, diz Ross por Faria.

- A quarta fase clássica por que passa o ser diante da morte, e é conhecida por fase da “DEPRESSÃO”. A criatura convence-se da situação, viveu e passou a raiva, barganhou o quanto pode e tudo falhou; entra num quadro de tristeza profunda, que, aliás, só agrava o quadro inicialmente detectado.
Este é o quadro mais danoso para o ser, pois mina as defesas do organismo, permite o agravamento rápido dos quadros infecciosos. Muitos se perdem nesta fase, podendo vir a óbito dependendo do estado de debilidade física em que se encontrarem, [...].

- A quinta fase percebida e descrita pela Dra Elizabeth foi traduzida por fase da “ELABORAÇÃO”.
 Nesta fase, predominou o uso do raciocínio e da lógica e o indivíduo aceitou a realidade apresentada para si e resolve acatar com seriedade os tratamentos propostos, parte em busca de um (a) novo (a) companheiro (a), trabalha mais para obter o bem que lhe foi furtado, melhora a qualidade dos relacionamentos com os profissionais que lidam consigo nesta empreitada, ou então, conforme o caso, aceita a morte e vai em paz!

O autor entende que a Doutrina Racionalista Cristã, fornece elementos, que uma vez enraizados no ser, reduz substancialmente o tempo de permanência nas quatro fases iniciais do Luto, bem como  ameniza os graus de raiva, barganha e angústia vivenciados, todas as vezes que se apresentarem na mente.

Estas fases são cíclicas, diz Faria e devem ser trabalhadas com  serenidade e razão lógicas para que o ser consiga se manter nos trilhos que os conduzem pelas correntes do bem.

Thich Nhat Hanh ainda fala sobre outro enfoque da expressão morte, podendo significar “mudança” . A cada dia, estamos todos lidando com as nossas mortes. Algumas mortes (mudanças de condição) são úteis ao crescimento, outras são fruto de incapacidade em agir com mais sabedoria, são mortes dolorosas, perdas difíceis de lidar.

Isto ocorre devido aos maus hábitos do ser, aos vícios de percepção que os prende ao longo da vida. É interessante perceber como muitos jovens jamais se preocupam com as questões do espírito, exceto em casos limitados às suas religiões ou crenças culturais.

Mestre Thich chama a atenção sobre a fase da juventude, onde simplesmente pode-se esquecer de refletir sobre os vários aspectos da existência sob o prisma mais profundo e humanista da consciência. Quando jovens, muitas vezes se desconhece o caráter integral da vida.

Quando tal desconhecimento se mantém, pode-se chegar à maturidade destituída de conteúdo reflexivo propício para enfrentar as nossas mortes cotidianas, [...].

Morte também pode significar Ignorância, e será esta ignorância que irá fomentar em nossas mentes o terror daquilo que tememos ser o fim.

Mestre Thich N. Hanh finaliza, escrevendo que embora talvez seja difícil para todos nós entender as mudanças, ações e transformações constantes em nossas vidas como "mortes", elas assim o são.

Será através da correta compreensão da natureza da morte em suas infinitas manifestações que poderemos lidar sabiamente com a inevitabilidade do eterno ciclo de morte e renascimento.

Os editores do Racionalismo Cristão, na obra A Morte Não Interrompe a Vida de Luiz de Souza (1), escreveram algumas palavras sobre a morte; são elas:

- O vocábulo "morte" é uma impropriedade admitida em todas as línguas, que tem como significado a cessação da vida.
- Se considerarmos, porém, que nada morre no Universo, por ser a vida real eterna e não temporária – e a vida real é a partícula da Força ou Inteligência Universal que, quando em acionamento do corpo humano, denominamos espírito – essa cessação nunca se deu, nem jamais se dará.

O mestre Racionalista Cristão, engenheiro e escritor Luíz de Souza, no cap. I, intitulado  A Morte Não Interrompe a Vida, escreve que a vida faz parte integrante da estrutura espiritual de cada ser e, por isso, dele não pode ser retirada. Ninguém, nem mesmo a Inteligência Universal, pode matar, anular, destruir o espírito.

Os seres humanos são espíritos encarnados e a carne nada mais é do que um invólucro provisório do espírito. A vida do corpo físico é transmitida pelo espírito. Logo, se o corpo físico deixar de receber a vida que o espírito transmite, desintegra-se, mas o espírito continua íntegro e, pois, imortal.

Aquilo a que se chama morte, não passa de um acontecimento comum na rotina da vida eterna. O indivíduo, depois da morte física, continua a ser o que era, com mais alguma evolução, se algo fez em favor dessa conquista.

A vida do espírito é muito mais ativa e intensa quando desencarnado, afirma Luiz de Souza, do que quando em acionamento do corpo físico, em que sofre as influências mais ou menos perturbadoras da matéria, de muitas maneiras, o que não se dá no plano astral.

O espírito perde, ao encarnar, a noção das existências pretéritas, não guardando delas, nenhuma recordação. O que o impede de contemplar o passado e ver-se nas múltiplas encarnações anteriores, é o véu da matéria.

O motivo pelo qual o espírito esquece, ao encarnar, todo o seu passado, prende-se a razões de ordem superior, afirma Luiz de Souza, entre as quais a necessidade de não serem reconhecidos os desafetos, possibilitando a reconciliação da vítima com o algoz, e convertendo o ódio em amor.

Uma coisa, porém, é certa: se o véu da matéria não impedisse a visão da vida nos mundos espirituais, haveria total desinteresse do espírito encarnado pela vida terrena, e um permanente anseio de partir deste mundo.

Fazemos aqui um adendo, pertinente em nossa opinião, com relação a relevância de se pesquisar sempre, autoridades com uma visão diferente da Racionalista Cristã, também.

Os estudiosos céticos, por exemplo, vão se ater às minúcias do comportamento e reações físicas, também com largo uso de raciocínio e lógica, objetivando o domínio de técnicas e procedimentos que minimizem o grau de sofrimento do ser, ou então, otimizem bastante o desempenho profissional, o conforto e bem estar dos seres, o que vêm de encontro com os princípios racionais.

O conhecimento deve ser buscado incessantemente, toda informação é relevante e pode ser muito bem utilizada. Souza lembra que, o véu da matéria que também impede a visão da vida nos mundos espirituais é um atributo superior. Menosprezar o tempo que se passa aqui nestas condições constitui erro grave; uma vez que é o procedimento conhecido até então para que a evolução se processe.

A vida e as limitações de encarnado, enquanto preso a um corpo físico tem igual importância à vida espiritual para o desencarnado! Um precisa do outro e vice-versa, pelo menos nos estágios em que Todos nos encontramos, diz Luiz de Souza.

As Leis que regem a evolução são tão sábias, que para chegar o ser humano à convicção da inexistência da morte, precisa exercitar a mente e ativar o raciocínio, lançando mão de todos os recursos da inteligência, para alcançar a verdade.

Esta luta em busca de conhecimentos reais, não só ajuda a evoluir, como traz para o espírito a compreensão e o esclarecimento de que ele muito necessita.

Luiz Hamilton Menossi (32), outro escritor do Racionalismo Cristão, através de sua obra Reflexões Racionalistas Cristãs 3 no item 13, enfoca a Morte e a Vida. Diz ele que diariamente, sem que se tenha controle, a morte física bate à porta das criaturas humanas, animais e vegetais. O noticiário diário traz detalhes do fenômeno morte física, abatendo seres vivos em todo o planeta.

 Fica bem claro, portanto, que da morte física ninguém escapa. Em nível humano, ela chega todos os dias, tanto para os anônimos quanto para os notáveis.

Entretanto, diz Menossi, apesar da inexorabilidade da morte física, por outro lado, o fenômeno universal da vida física, leva-nos também, a profundas reflexões. Afinal, a vida é mais poderosa que a morte? Quem seria mais forte, a vida ou a morte?

Sob o ponto de vista Racionalista Cristão "a morte não interrompe a vida", Luiz de Souza, citado anteriormente, convida o ser a uma educação para a vida e a morte, nos ensinando a entender a morte como um fenômeno natural da vida.

O corpo humano, assim como qualquer outro ser vivente, nasce, cresce e viça, para depois fenecer e renascer, esta seria a lei da vida, que sempre triunfa sobre a morte.

Caruso Samel (11), através da obra racionalista de sua autoria Reflexões Sobre Os Sentimentos, parte II, “o medo da morte” escreve que este atinge bilhões de pessoas, por viverem dissociadas da vida espiritual, só admitindo a vida material, que terminaria definitivamente com a morte carnal.

Caruso diz ser a  morte uma realidade inevitável, inexorável. Não importando o que se faça; ela é irrevogável. Para que surja “algo novo” é preciso que exista alguma coisa que venha a findar por envelhecimento. Isso é uma verdade para qualquer pessoa, cujo organismo começou a morrer logo que nasceu, num processo contínuo de renovação celular, muitas vezes de natureza revitalizante, mas decaindo com o tempo até se aniquilar por completo.

Há uma descontinuidade, já que o corpo não dura para sempre.

O medo não seria uma mera abstração, mas tem uma existência real, isolada e independente. Ele surge sempre relacionado com alguma coisa, isto é, não existe o medo independentemente de uma relação.

Como a morte continua sendo “o desconhecido”, ela não pode ser trazida para a esfera do “conhecido” para que seja estudada, dissecada, isto é, não se pode tocar o desconhecido com as mãos.

O problema está em poder ou não poder penetrar além da cortina da morte, estando-se vivo, com a nossa consciência plena, atenta e desperta. Neste estado, que chamamos “vida”, deseja-se experimentar (conhecer) algo que não se acha na esfera da consciência.

A vida é luta, dor, ódio, todas as sensações conscientes e inconscientes; desejamos “experimentar” algo que represente o oposto disso. O oposto, neste caso, é o prolongamento do “que é”. Porém, a morte não é o oposto da vida. Ela é o desconhecido. Se fosse possível experimentar a morte enquanto vivo, o medo da morte cessaria por completo.

A morte é o desconhecido e é isso que nós tememos. Na verdade, tem-se medo da perda do conhecido, porque essa perda pode ser dolorosa ou acabar com nossos prazeres, nossas satisfações. Assim, Caruso afirma que o ser  teme o conhecido em relação à morte.

        Caruso Samel termina sua reflexão afirmando que como muitas pessoas têm medo, fogem (processo de fuga) do desconhecido e, procurando não encará-lo de frente, sofrem com este medo por pura ignorância do “que é”.


PSICOLOGIA TRANSPESSOAL E O
 RACIONALISMO CRISTÃO

O termo “Psicologia” é familiar à maioria das pessoas, embora nem sempre seja compreendido no seu real aspecto.
A idéia ou senso comum ainda dominante é a de que esta área apenas trate de criaturas com problemas mentais e emocionais, sendo, portanto, quase sempre à imagem de uma terapia mais ou menos isolante das pessoas com problemas emocionais ou mentais.
 Embora a Psicologia realmente adote a “terapia” para o tratamento de “problemas” este é apenas um dos ramos dela.
Sua área de atuação é de uma grandeza muito mais ampla, afirma o autor, inclusive na psicoterapia, cujo potencial de auxílio abarca muito mais que os problemas emocionais, já que o termo grego “Psique”, d’onde deriva as palavras Psicologia, Psiquiatria, Psicanálise e outras, significa “Alma”, sendo, pois, a psicologia, etimologicamente, o “Estudo da Alma”. 
            Dentro das várias ramificações da Psicologia – Psicologia Clínica, Psicologia da Educação, Psicologia das Organizações, Psicologia Jurídica, etc., encontram-se várias abordagens, ou seja, maneiras de se explicar a ação humana com base em determinados pontos de vista, ou formas de se interpretar o ser humano, que constituem escolas baseadas em teorias da personalidade: comportamentalista, humanista, psicanalista, etc.
 Estas áreas e diferentes abordagens, porém, devem ser vistas como complementares entre si.
Uma forma de se entender isso é lembrar-se da unidade em que se constitui, na sua bela variedade de cores, o arco-íris. São sete cores visíveis, mas não se sabe ou pode-se determinar onde começa uma ou termina a outra. Antes, uma vai se transformando paulatinamente em outra, e, apesar de diferentes, estão juntas em um mesmo todo: o todo que constitui o arco-íris.
 Da mesma forma, as diferentes abordagens psicoterápicas, embora se atenham a uma determinada característica essencial do ser humano, formam, em seu conjunto, um espectro de “cores” que constituem diferentes estados, ou etapas, ou níveis de consciência.
            Pois bem, esta compreensão aprofundada do “espectro” da consciência é melhor dada por uma área bastante recente da Psicologia, denominada Psicologia Transpessoal, ou a Psicologia dos Estados de Consciência, sendo que a denominação “Transpessoal” significa “para além dos limites do pessoal”, do “consciente”. 
            A abordagem Transpessoal é uma área da psicologia que estuda as possibilidades psíquicas (mentais, emocionais, intuitivas e somato-sensoriais) do ser humano pelos diferentes estados ou graus de consciência pelos quais passa a pessoa.
Para se ter idéia do que sejam os “estados de consciência”, lembre-se que o estado de consciência de quando se está acordado é diferente do estado de consciência de quando se está dormindo; que o estado de consciência de quando se resolve um problema de matemática é diferente de quando se assiste a um filme, etc.).
Em cada um destes estados de consciência (que são vários, alguns ainda desconhecidos) é experimentada uma forma diferente de se perceber ou interpretar a realidade (quando estamos com raiva ou frustrados, percebemos o mundo de uma maneira muitíssimo diversa de quando estamos apaixonados).
A Psicologia Transpessoal, portanto, volta-se para o estudo destes diversos estados, não os encarando como contrários, mas como complementares, dando, porém, especial ênfase aqueles estados de consciência superiores, “espirituais” ou “transpessoais”.
 Nestes “tais estados”, o sentimento de separação e de egoísmo tornar-se um segundo plano em relação a um sentimento e identificação mais ampla, “cooperativa”, “fraternal”, “transpessoal”  para com todos os seres vivos (consciência crítica, búdica, nirvânica, universal ou ecológica).
Foram exatamente os grandes mestres, quer religiosos (Cristo, Buda, Francisco de Assis), quer científicos (Einstein, Tesla, Heisenberg), quer políticos (Gandhi, Luther King), quer artísticos (Bach, Da Vinci) que experimentaram, em graus variáveis, picos de “Consciência Cósmica” ou “ Super-Consciência” que mudaram não só suas próprias percepções da realidade, como ajudaram a outros (embora de modo diferente, pois a experiência não pode ser facilmente posta em palavras) a atingirem ao menos uma intuição desta “outra maneira de ver e sentir” o mundo, natural e humano.
Vejamos esta descrição, feita por Stanislav Grof, de experiências correlacionadas com o declínio de uma patologia (extraído, com comentários meus, de Fadiman & Frager, 1986, página 168):
No estado de consciência 'normal' ou usual, o indivíduo se experimenta existindo dentro dos limites de seu corpo físico (a imagem corporal), e sua percepção do meio ambiente é restringida pela extensão, fisicamente determinada, de seus órgãos de percepção externa; tanto a percepção interna quanto a percepção do meio ambiente estão confinadas   dentro   dos   limites  do   espaço  e  do tempo.
Em experiências psicodélicas (área explorada por Grof em fins dos anos 50, na Tchecoslováquia, e nos anos 60 nos EUA) de cunho transpessoais, uma ou várias destas limitações parecem ser transcendidas (este fenômeno também se encontra, de modo esporádico, nas várias terapias psicológicas, tendo recebido nomes como "Experiências Oceânicas" em Freud, "Experiências Culminates" em Maslow, "Consciência Cósmica", em Weil, "Experiência Mística", etc).
Em  alguns casos, diz Weil, o sujeito experiência um afrouxamento de seus limites usuais de ego e sua consciência e autopercepção parecem expandir-se para incluir e abranger outros indivíduos e elementos do mundo externo.
Em outros casos, ele continua experienciando sua própria identidade, mas numa percepção de tempo diferente, num lugar diferente ou em um diferente contexto.
Ainda em outros casos, o individuo pode experienciar uma completa perda de sua própria identidade egóica e uma total identificação com a consciência de uma 'outra' entidade.
Finalmente, numa categoria bastante ampla destas experiências psicodélicas transpessoais (experiências arquetípicas, união com Deus, etc.), a consciência do sujeito parece abranger elementos que não têm nenhuma continuidade com a sua identidade de ego usual e que não podem ser considerados simples derivativos de suas experiências do mundo tridimensional.
         São, pois, estas experiências culminantes e trans-humanas, bem como suas consequências no comportamento, que são o foco central da Psicologia Transpessoal.
Foi em meados da década de sessenta, durante o rápido desenvolvimento e aceitação dos pressupostos básicos da psicologia humanista, com Maslow e Rogers, que alguns psicólogos e psiquiatras começaram a discutir quais os limites e características a que seria possível chegar o potencial da  consciência  humana. 
 Muitos pesquisadores achavam que a visão da psique dada pela Psicanálise e pelo Behaviorismo eram, no mínimo, bastante simplificadas e reducionistas, não explicando uma grande gama de fenômenos  mentais  que  escapavam  - e muito -  do campo de alcance de tais teorias. 
 A  Psiquiatria  também deixava a desejar,  dando  menos  clareza ainda  sobre  uma  ampla  gama de estados de consciência claramente chocantes e, ao mesmo tempo, fascinantes, que não podiam se restringir unicamente à história orgânico-biográfica de alguns pacientes. Ademais, existiam pessoas de grande capacidade humana que possuíam experiências de consciência que não se enquadravam nas teorias vigentes da Psicologia. Daí a necessidade de estudar os estados não ordinários positivos, ou “Transpessoais”, de percepção e consciência...
 Eis as palavras de Maslow anunciando o desenvolvimento da Psicologia Transpessoal:
        "Devo também dizer que considero a Psicologia Humanística, ou Terceira Força  em Psicologia,  apenas transitória, uma preparação para uma Quarta Força ainda "mais elevada", transpessoal, transumana centrada mais na ecologia universal do que nas necessidades  interesses  restritos  ao  ego,  indo além da identidade,  da individuação e congêneres... Necessitamos de algo "maior do que somos", que seja respeitado por nós mesmos e a que nos entreguemos num novo sentido, naturalista, empírico, não eclesiástico, talvez como Thoreau e Whitman, William James e John Dewey fizeram".
            Basicamente, a Psicologia Transpessoal abarca um conjunto de técnicas que objetiva conduzir o paciente aos estados mentais próximos das Vibrações da Inteligência Universal ou Astral Superior, para que o indivíduo intua as indicações de solução dos seus problemas cotidianos, advindos de uma forma ineficiente de dirigir pensamentos.

Experimentando as sensações  agradabilíssimas típicas destes estados mentais, sem que para isto seja necessário qualquer tipo de substância alucinógena, pode o paciente reorientar toda uma forma de encarar a vida, evitando novos transtornos.

            O Racionalismo Cristão, diz o autor, desde o início do século passado, traz compilado um método de vida eficientíssimo, simples, que prevê o uso correto dos pensamentos e raciocínio lógico, norteando as ações da criatura dentro dos princípios da  moral cristã, e ainda, o alcance pela criatura dos “estados de super-consciência” duas vezes por dia, ao realizarem-se as “irradiações  de limpeza psíquica”, conforme descrito nas obras publicadas, feitas nas reuniões públicas e particulares nas Casas Racionalistas Cristãs, ou seja, um verdadeiro processo terapêutico na vida do ser.


CONTRIBUIÇÕES DA NEUROLINGUÍSTICA
PARA O RACIONALISTA CRISTÃO

Este texto foi extraído do livro: Pnl – A Nova Tecnologia Do Sucesso - Steve Andreas e Charles Faulkner (33) - Equipe de Treinamento da NLP Comprehensive -  Editora Campus

No início dos anos 70, o futuro co-fundador da Neurolinguística, Richard Bandler, estudava matemática na Universidade da Califórnia, em Santa Cruz. No princípio, ele passava a maior parte do seu tempo estudando computação. Inspirado por um amigo de família que conhecia vários dos terapeutas inovadores da época, ele resolveu cursar Psicologia.

 Após estudar cuidadosamente alguns desses famosos terapeutas, Richard descobriu que, repetindo totalmente os padrões pessoais de comportamento deles, poderia conseguir resultados positivos similares com outras pessoas. Essa descoberta tornou-se a base para a abordagem inicial de Neurolíguística, conhecida como Modelagem da Excelência Humana.

Depois, ele encontrou outro co-fundador da Neurolinguística, o Dr. John Grinder, professor adjunto de linguística. A carreira de John Grinder era tão singular quanto a de Richard. Sua capacidade para aprender línguas rapidamente, adquirir sotaques e assimilar comportamentos tinha sido aprimorada na Força Especial do Exército Americano na Europa nos anos 60 e depois quando membro dos serviços de inteligência em operação na Europa. O interesse de John pela Psicologia alinhava-se com o objetivo básico da linguística; revelar a gramática oculta de pensamento e ação.

Descobrindo a semelhança de seus interesses, eles decidiram combinar os respectivos conhecimentos de computação e linguística, junto com a habilidade para copiar comportamentos não verbais, com o intuito de desenvolver uma "linguagem de mudança".

O que os diferenciava de muitas escolas de pensamento psicológico alternativo, cada vez mais numerosas na Califórnia naquela época, era a busca da essência da mudança.

Quando Bandler e Grinder começaram a estudar pessoas com dificuldades variadas, observaram que todas as que sofriam de fobias pensavam no objeto de seu medo como se estivessem passando por aquela experiência no momento, ( Para nós racionalistas, pessoas em processo de obsessão).

Quando estudaram pessoas que já haviam se livrado de fobias, eles viram que todas elas agora pensavam nesta experiência de medo como se a tivessem vendo acontecer com outra pessoa, semelhante a observar um parque de diversões à distância. Com esta descoberta simples, mas profunda, Bandler e Grinder decidiram ensinar sistematicamente pessoas fóbicas a experimentarem seus medos como se estivessem observando suas fobias acontecerem com uma outra pessoa à distância. As sensações fóbicas desapareceram instantaneamente.

Hoje, a Programação Neurolinguística é a essência de muitas abordagens para a comunicação e para a mudança. Popularizada por Anthony Robbins, John Bradshaw e outros, partículas de PNL inseriram-se nos treinamentos de vendas, seminários sobre comunicação, salas de aula e conversas.

'Neuro' (derivado do grego neuron para nervo) representa o princípio fundamental de que todo comportamento é o resultado de processos neurológicos. 'Linguística' (derivado do latim língua que significa linguagem) indica que processos neurais são representados, organizados e sequenciados em modelos e estratégias através da linguagem e sistemas de comunicação.

“Programação refere-se ao processo de organizar os componentes de um sistema (representações sensoriais neste caso) para alcançar resultados específicos". (Dilts, Grinder, Bandler e DeLozier, Neuro-linguistic Programming Vol. I).

A PNL é uma ferramenta educacional. Nós ensinamos às pessoas algumas coisas sobre como seus cérebros funcionam e elas usam esta informação para mudar." (Richard Bandler)

A PNL é prática. Trata-se de um conjunto de modelos, habilidades e técnicas que nos permitem pensar e agir com mais eficiência no mundo. O objetivo da PNL é ser útil, oferecer mais opções de escolha e melhorar a qualidade de vida. As perguntas mais importantes deste livro são: 'Ele é útil? Dá resultados?.

Descubra o que é útil e o que funciona através da experiência. Descubra também o que não funciona e modifique-o até que dê resultado.

“Esse é o espírito da PNL.” (O'Connor e Seymour, na obra Introdução à PNL).

Os inúmeros modelos de PNL desenvolvidos até o momento permitiram, entre outros resultados:
1. Cura rápida de fobia.
2. Cura rápida de vícios e maus hábitos, como tabagismo e roer unhas.
3. Modelagem de estratégias e capacidades de pessoas e ensino a outras, incluindo:
-  Decisão
-  Aprendizagem
-  Leitura
-  Memorização
-  Motivação
-  Vendas
-  Estabelecimento de empatia com as pessoas

Robert Dilts modelou as estratégias de criatividade de grandes gênios como Einstein, Mozart, Leonardo da Vinci, Nikola Tesla, Walt Disney e até Sherlock Holmes, publicando-as nos três volumes de A Estratégia Da Genialidade,  (traduzidos: Vol. I: Aristoteles, Sherlock Holmes, Walt Disney, Mozart e Vol. II: Einstein). Usando técnicas de PNL, pode-se também modelar as estratégias de alguém que se conheça.
a- Resolução de conflitos.
b- Cura de traumas intensos, como de estupro.
c- Cura de alergia sem medicamentos.
       d- Mudança de crenças e convicções limitantes.
e- Aperfeiçoamento de estratégias de definição de objetivos e aumento da flexibilidade de comportamento para atingi-los.
f- Aperfeiçoamento do uso da linguagem na comunicação e na representação de informações.

O autor sugere aos seres “em processo de luta contra os maus hábitos e as imperfeições” percebidas através do estudo e reflexão das obras do Racionalismo Cristão, façam uso das técnicas da neurolinguística como mais uma boa ferramenta a fim de otimizarem seus resultados.

A bibliografia de PNL em português é vasta e os profissionais especialistas estão espalhados pelo mundo em número suficiente.

LIMPEZA PSÍQUICA

            Conforme as teses do Racionalismo Cristão, o ser humano deve ter, por base, uma composição de Força e Matéria. O corpo físico é evidente demais para ser negado por nós. Para os que não têm limitações em estudar o tema, elementos científicos confiáveis estão colocados em quantidade suficiente, para o convencimento de qualquer pesquisador, a cerca da existência do espírito.

            Entre o corpo físico e o espírito, existe um elemento intermediário, denominado corpo-astral ou períspirito; através do qual o espírito transmite ao corpo físico as manifestações de vida, tanto boas quanto más. Em 1939, o casal Kyrlian conseguiu fotografar este corpo astral; muito utilizado e estudado já, pela parapsicologia.

            Este corpo energético pode atrair elementos fluídicos tanto bons como maus, através do uso do pensamento do espírito que o anima. Os pensamentos positivos, compreendidos como bons e fortes, atraem correntes fortes e sadias, enquanto que o contrário também ocorre.

            Nosso corpo astral vive, portanto, carregado de miasmas positivos e negativos, conforme vivemos. Os miasmas deletérios são mais comuns na atmosfera do nosso planeta. A vida muito arraigada aos compromissos terrenos, as preocupações dela inerentes, intoxicam nosso corpo fluídico, perceptíveis através das fotos kyrlian.

Temos capacidade de suportar, até certo ponto, esta carga de negatividade; por nós atraída via pensamentos. Quando se sobrepõem os miasmas negativos, os transtornos psicológicos são logo percebidos pelo ser, que, se não forem tomadas providências, evoluem para transtornos físicos podendo levar o ser a experimentar um alto grau de sofrimento em seu viver.

            Devemos então, ampliar nosso conceito de higiene, raciocinando por analogia, mediante o que fazemos com o nosso corpo físico e efetuarmos o mesmo com nosso corpo astral (períspirito). Se para mantiver nosso corpo físico higienizado, devemos nos banhar diariamente, haveremos que higienizar também nosso corpo astral, para que possamos sentir a leveza e frescor, percebidos após um bom banho de água e sabonete, em maior grau até, após uma limpeza astral.

            Luiz de Mattos desenvolveu então, uma atividade a qual denominou Limpeza Psíquica, que é o banho astral. O princípio é o de se atrair através do pensamento positivo, os elementos necessários para esta higienização, que passa a ser necessária e até primordial para a boa qualidade de vida do ser.

            Poderá ser realizada de forma individual, bastando para isso que a faça em horários pré-determinados e isolados mentalmente dos turbilhões do cotidiano, concentremo-nos via pensamento, a nossa atenção e interesse para as esferas mais sutis e elevadas, a fim de que possamos estabelecer esta via de acesso, preenchendo-nos de bons fluídos, limpando-nos, desintoxicando-nos, portanto.

            No início do século XX, Luiz de Mattos (17) assim compilou esta prática de preparo mental denominada Limpeza Psíquica:

            “Deus! Supremo bem e suprema justiça! Grande Foco gerador, incitador e movimentador de tudo quanto existe no Universo! Nós, vossas partículas em provação neste planeta depurador, sabemos que vossas leis são sublimes e imutáveis e que a elas estamos sujeitos, como tudo que no Universo existe.

            Sabemos também, que é pelo estudo, pelo raciocínio e pelo sofrimento derivado da luta contra os nossos maus hábitos, contra nossas imperfeições e contra a ignorância dos seres, que o espírito se depura, ascende mais rapidamente para vós, sua fonte de origem.

            Certos de nosso dever e pondo em ação o nosso livre-arbítrio, aqui estamos a irradiar pensamentos, partículas do vosso espírito, aos mundos superiores, habitação dos espíritos esclarecidos, para que eles desçam até nós e nos envolvam na sua luz e fluidos benéficos, fortificando-nos no cumprimento do nosso dever para com eles, para com a humanidade e para convosco, a quem amamos verdadeiramente”.

            No intuito de facilitar aos praticantes, com os anos, esta irradiação foi desdobrada em duas. Hoje em dia, temos a irradiação A e a B e a forma convencionada de utilização por todas as pessoas conhecedoras delas são:

            Pela manhã, após acordar, levantar e a prática da higienização individual, deve o ser, praticar de preferência as 07h00min da manhã por cinco minutos e à noite, as 20h00min, uma irradiação A e algumas vezes a irradiação B, até que se completem sete minutos no total. A seguir, escreveremos as atuais irradiações para melhor orientar os leitores.

            Irradiação A:

            Ao Astral Superior.
            “Grande Foco Força Criadora. Nós sabemos que as Leis que regem o Universo são naturais e imutáveis e a elas tudo está sujeito. Sabemos também que é pelo estudo, raciocínio e crescimento derivado da luta contra os maus hábitos e as imperfeições, que o espírito se esclarece e alcança maior evolução.
            Certos do que nos cabe fazer e pondo em ação nosso livre-arbítrio para o bem, irradiamos pensamentos aos espíritos superiores para que eles nos envolvam na sua luz e fluidos, fortificando-nos para o cumprimento dos nossos deveres.”

            Irradiação B:
            “Grande Foco Vida do Universo; aqui estamos a irradiar pensamentos às forças superiores, para que a Luz se faça em nosso espírito e tenhamos consciência dos nossos erros a fim de evitá-los e nos fortalecer para a prática do bem.”

            Com tal prática, conseguiremos melhores condições psicológicas e mesmo físicas, tornando-nos mais preparados para a continuidade de nossa jornada e consequente cumprimento de nossos deveres.

            Nas cidades onde tiver uma Casa Racionalista Cristã, todas as segundas, quartas e sextas-feiras, as vinte horas, são realizadas reuniões públicas de limpeza psíquica das vinte às vinte horas  e sete minutos. Aconselha-se às pessoas irem assistir tais reuniões e passar pela limpeza psíquica lá, pois devido a concentração de pessoas e pelo tempo ser maior, existe as condições adequadas para que uma limpeza mais profunda seja feita e a consequente sensação de bem estar seja otimizada.

            Basta o ser concentrar-se no conteúdo das irradiações enquanto a praticar mentalmente nas duas vezes por dia em que as fizer, conforme  recomenda o Racionalismo Cristão.

            Outras práticas de exercícios meditativos também podem nos higienizar do ponto de vista psíquico, porém esta é uma das mais eficientes, fáceis e sem custo algum para os que a praticarem.

            Uma vez combinados os pensamentos positivos com estas palavras, a ação higienizadora será mais intensa, assim como mais intensa é, quando feita em grupo.

            Pesquisando mais Luiz de Mattos, codificador do Racionalismo Cristão,  percebemos que a Força é como um poderoso Foco de Luz, ou Foco de Vida, de Inteligência, como um poderoso oceano de Luz que se espalha pelo Universo, no interior de tudo. Entendemos que este Espírito da Força Criadora está em nosso interior e mistura-se com o nosso espírito como o leite com o café. Quanto mais “leite” for sendo adicionado a esta mistura, chegará ao ponto de se tornar tão puro quanto o elemento de origem.

            Somos uma partícula dele e a medida que assimilarmos e adotarmos em nosso íntimo as virtudes essenciais que constituem sua natureza, vamos no final, despertar com a fonte, tornando-nos fonte!


IMPORTÂNCIA DO TRABALHO

"A lei do trabalho, imposta à criatura pela necessidade de obviar as intempéries, vencer as dificuldades, suprir as necessidades, minorar o sofrimento e sobrepujar‑se nas lutas, dominando os elementos adversos e tirando partido das circunstâncias; o trabalho é o corretivo de todos os males que assediam a humanidade; o bálsamo sagrado que cura todas as chagas, o lenitivo de todas as dores.”

“Se bem analisado, pode-se considerar honestamente o trabalho como a maior das dádivas aqui; vê-se que está na essência da vida tanto no micro como no macrocosmo. A Inteligência Universal trabalha incessantemente, sem trégua de uma fração de segundo” é o que escreve Luiz de Mattos (16), codificador da Doutrina Racionalista Cristã, na obra Vibrações da Inteligência Universal.

Enquanto absorvidos em uma ocupação honesta, seja ela qual for, diz Pompeu Cantarelli (23), vibra-se nas correntes do Bem. Uma vez inseridos no mercado de trabalho, somos forçosamente obrigados a dispensar horas do dia para os cumprimentos de nossos deveres.

Felizes os que conseguem tal condição. A quantidade de vagas no mercado de trabalho, principalmente nos países em desenvolvimento como o nosso, não tem acompanhado o aumento populacional. Portanto, existe sempre uma parcela da população, algo em torno de dez por cento, que não consegue colocação, sujeita as consequências adversas que tal condição impõe, diz o autor.

Bem aventurados, os que inseridos no mercado de trabalho, executam tarefas das quais passam a gostar. São horas e horas de júbilo! Desenvolvem sem perceber, um processo harmônico de busca interna pela perfeição, que é muito salutar, mantendo o espírito do indivíduo em sintonia com as Vibrações da Inteligência Universal, adequado portanto, à sua evolução, afirma o autor.

Novamente, o autor reforça a conveniência de se fazer uso da musicalidade suave neste ambiente, como um incentivo ao espírito manter-se em tal estado vibracional, refletido no corpo carnal do ser. A web rádio A Razão, sintonizada pela Internet, no endereço Rádio A Razão  possui uma programação musical que atende o que é indicado pelo autor nesta obra.

Pompeu L. Cantarelli, autor Racionalista Cristão, no livro Saber Viver, escreve que todo e qualquer trabalho, tem o seu início em nossa mente, que o arquiteta e delineia, e por meio do poder da vontade é que o executamos; portanto, o raciocínio equilibrado e bem coordenado é a bússola que orienta as técnicas do trabalho.

A planificação do trabalho deve ser mais objetiva do que subjetiva, para que o resultado seja bem positivo.

Também nos afirma Cantarelli, que a racionalização do trabalho conjuga esforços organizados, aumenta a produtividade e ocasiona economia, porque tudo é previamente concebido e concatenado, dentro de normas justas, inteligíveis e realizáveis. O trabalho realizado fora dos domínios da lógica, da razão e da técnica é antieconômico e pouco produtivo pela desassociação de idéias, pelo desperdício de energias, pelo empirismo e pela imprevisão.

O autor concorda plenamente com Cantarelli,  quando afirma que:nosso labor cotidiano é um derivativo, é um deleite necessário ao nosso espírito e um exercício indispensável ao físico; por conseguinte, deve ser bem orientado, com racionalidade e inteligência, a fim de não extenuar as nossas forças físicas e mentais, e não desperdiçar o nosso tempo, que é irrecuperável".

Aos que já cumpriram o tempo necessário de trabalho técnico e fizeram jus à aposentadoria, têm a sua disposição horas e horas que podem ser melhor utilizadas no estudo mais pormenorizado dos assuntos que lhe instigarem o interesse. Chega-se num ponto em que o mesmo sente a necessidade de passar adiante, além dos exemplos de vida, o que pôde apreender na sua jornada; surgem então, as atividades em benefício do próximo.

Diversas atividades de benemerência podem ser desenvolvidas pelo sujeito. As entidades particulares, bem como governamentais nas diversas instâncias, tais como as comunidades de bairro, creches, asilos, hospitais e mesmo igrejas, mantêm oficinas dos mais variados tipos, em que a criatura pode se inserir e assim não só aprender, como também, ensinar o próximo. O bom convívio social com todos, é muito salutar.

Atividades intelectuais das mais diversas, também podem ser desenvolvidas a partir daí. Sempre há o que aprender e passar adiante; basta a percepção e humildade suficientes para constatar tal condição e buscar o que se deseja. Do aprendizado de uma língua estrangeira ao domínio da informática, por exemplo.


NAS HORAS DE LAZER

Deve-se aprender, nas horas vagas, e sempre que o ambiente proporcionar, a reter o pensamento na apreensão de um estudo, na análise de um determinado problema, embalados por boa música. Os que agirem dessa forma, aprenderá a aprofundar-se convenientemente no exame de todos os assuntos.

O conhecimento não vem ao encontro do indivíduo, ao contrário. A criatura é que tem de ir buscar, com empenho, sabedoria, persistência, alegria, pois este processo é um dissipador de todas as dúvidas.

Aquilo que por indolência, se deixar de aprender hoje, fará muita falta amanhã, como consequência, os frutos da dor logo se manifestam. As oportunidades chegam, porém os sonolentos não as percebem e deixam-nas passar intactas.

O real objetivo deverá ser sempre o de desenvolver as qualidades espirituais que nos oferecem na marcha dos acontecimentos, vida mais agradável, maiores alegrias, encarnações prósperas, trabalhos mais condizentes com as predileções, enfim, um campo de ação mais extenso.

 Sempre que possível Luiz de Mattos recomenda estar em contato com a natureza, onde a Força Universal, e tudo o que tem vida encerra uma sua partícula, embora diminuta.

   Da obra Vibrações da Inteligência Universal de Luiz de Mattos (16), codificador do Racionalismo Cristão, encontram-se diversas formas de estar em contato com estas vibrações, tão necessárias e benéficas ao ser encarnado, que pode adaptar seus horários de lazer e ou férias, com tal finalidade.  E porque assim é, e está em toda parte, a Inteligência Universal é sentida e compreendida bem claramente nas várias manifestações dos reinos da natureza, conforme a categoria de cada ser, o estado da sua matéria e o desenvolvimento dessas suas partículas na Terra.

          Em virtude desse racional princípio, é a Inteligência Universal sentida; no conjunto harmônico dos reinos da natureza, também é nas manifestações das artes, tais como a pintura, a escultura, a tapeçaria, o artesanato, a poesia e a música, afirma Luiz de Mattos.

Felizes os que fizeram da arte uma forma de sustento! Pode perfeitamente, porém, o ser racionalista, mesmo que especialista em outras áreas lançar mão de parte das suas horas de lazer a contemplar ou mesmo desenvolver-se em alguma das manifestações artística citadas, além do estudo.

Evidentemente que a jornada é dura e espinhosa, já que o aprendizado do indivíduo se faz através do estudo, raciocínio e sofrimento derivado da nossa luta contra os maus hábitos e as imperfeições.

Não fosse o mau uso do livre-arbítrio, o relaxamento mesmo que momentâneo das convicções morais do plano astral, nenhum fracasso se verificaria em qualquer dos navegantes deste mar revolto, denominado Terra.

Luiz de Mattos, Luiz Thomaz e Antonio Vieira Cottas, são três Entidades Supremas do Racionalismo Cristão. São os seus ensinos, aplicados aos diferentes temas aqui tratados, que podem servir de guia para elucidação dos problemas cotidianos.

Torna-se necessário, estabelecer uma linha de conduta na vida, e esta, pode ser conseguida por meio do raciocínio bem trabalhado e com amparo na lógica dos argumentos expostos neste trabalho.

Firmeza e meditação, são duas disciplinas imprescindíveis ao bom êxito das iniciativas e maior aproveitamento das sugestões emanantes destes escritos.

Ser cristão é dar provas concretas e cabais de que os ensinos de Jesus estão realmente no seu interior e deles faz bom e oportuno uso, sem que seja necessário estar filiado a esta ou aquela religião, diz Luiz de Mattos.


CONDUTA RACIONAL

O autor, fala a seguir, sobre a relevância do estudo, pensamento, uso do raciocínio lógico,  força de vontade e a disciplina, obtidos pelo ser, de forma harmônica, uma vez que, convencido, passe a adotar o método Racionalista Cristão em seu viver, alcançando e usufruindo o eterno presente, com níveis de satisfação jamais obtidos.

Já foi dito anteriormente que todo ser humano, como parte integrante da Inteligência Universal, tem em estado latente, os mesmos atributos desta Inteligência; devendo fazer esforço para desabrochá-los e desenvolvê-los. Entre estes atributos, encontra-se a faculdade de raciocinar.

A Doutrina Racionalista Cristã faz um apelo eloquente e constante ao estudo e raciocínio, no sentido de que todos compreendam a necessidade imperiosa de se entregarem ao perseverante esforço harmônico e disciplinado, para se tornarem cada vez melhores.

Luiz de Mattos lançou o Racionalismo Cristão depois de sentir bem o estado deplorável a que chegara o caráter humano, e fê-lo sem poupar esforços, certo de poder oferecer ao mundo o grande e único recurso para dirimir os graves males morais que estavam, e ainda estão, assolando.

Ele não quis impor a ninguém uma disciplina que não pudesse executar, e não condensou uma norma de conduta que não fosse a sua; daí a principal razão de haver sempre falado com a autoridade que lhe era peculiar, definidora da convicção que possuem os que sabem que podem dar o exemplo.

É, pois, sob uma norma de conduta bem definida, disciplinada, modelarmente conduzida, que o Racionalista Cristão há de impor-se na luta pela vida, à consideração e ao respeito de todos. Não são as palavras, mas os atos e as atitudes, que assinalam o valor dos princípios que a criatura adota, dizia Luiz de Mattos.

Deve o indivíduo procurar a si mesmo, e em si aprender a confiar, buscar a força de vontade, consciente de serem imensos e inavaliáveis os recursos que possui para levar a bom termo cada existência física. Assim, fica sincronizado com a corrente da evolução, aplainando sua jornada.

O ser encarnado ou desencarnado é sempre um espírito, partícula da Inteligência Universal. Portanto, todos somos Espírito. Enquanto encarnados, estamos sujeitos às limitações de percepção do nosso corpo físico e também das contingências da vida terrena.

Quando o Espírito atua na Matéria, para manifestação da vida biológica, denominou Luiz de Mattos esse espírito de Força, pois o Espírito é muito mais que inteligência. É Força organizadora, é Força pensante, é Força inteligente. A Força só pode agir de acordo com o seu estado evolutivo e em fiel obediência à Lei da Atração. A Matéria, representada pelo corpo físico, sujeita, portanto, às limitações cerebrais, é o elemento passivo.

O Espírito faz sua trajetória neste planeta em condições apropriadas ao seu estado de adiantamento. Dependendo de como passa por tais contingências, pode ir se desviando dos caminhos da evolução para o bem. No corpo fluídico ou períspirito e consequentemente, no inconsciente, ficam gravadas tais formas de enfrentar as situações, que são apresentadas na mente do indivíduo, nas frações de segundo que tem-se, antes de reagir.

Deve-se, portanto, buscar um estado de consciência tal, que permita, através da serenidade e do raciocínio lógico, intuir as melhores soluções e consequentes reações, frente às vicissitudes da vida.

O autor sugere estar sempre sob o efeito de musicalidade suave nas tarefas cotidianas, como forma mais eficiente de se intuir e proceder no dia a dia para que o espírito mantenha-se vibrando o maior tempo possível  nas correntes do bem. Pensando nisto, o Racionalismo Cristão, criou a web rádio A Razão, disponível atualmente pela internet no endereço http://radioarazao.com.br/toca.php.

A correta vibração espiritual e consequente sintonia cerebral, buscando e mantendo os melhores pensamentos, evita as más sugestões e as consequências nefastas à  evolução do espírito.

Caruso Samel (24), autor do Racionalismo Cristão  diz em sua obra  Fundamentos Racionais , sobre as vantagens de se cultivar  o bom humor, gerador de  otimismo e alegria, constituindo fator preponderante para condicionar e predispor nossas mentes ao bem-estar, à serenidade, à tranquilidade e à paz de espírito.

O bom humor abre caminho ao triunfo, já que desarma os pensamentos derrotistas e os receios infundados, afastando o nervosismo. E, assim, proporciona, também, um grande benefício às células de nosso organismo, principalmente, através da ativação das glândulas de secreção interna produtoras de serotonina — o hormônio do bem-estar.

Samel escreve também, que o Racionalismo Cristão nos ensina que, ser justo é ser valoroso, sério e honrado, o que implica, também, sermos tolerantes, moderados e ponderados, para podermos compreender a vida em toda a sua complexidade, dentro de um conteúdo realista, isto é, com o pé no chão, como se costuma dizer.

Enfatiza também a necessidade de se ter equilíbrio mental para assegurar a calma e a serenidade necessárias nas atitudes de moderação e ponderação, aplicando sempre com critério e bom senso as qualidades reveladoras de autodomínio ou autocontrole das emoções, sem o que, o esforço possa perder o sentido e levar ao consequente fracasso.

Finalmente, Samel aconselha a aprimorar esses sentimentos a ponto de se tornarem verdadeiros hábitos salutares. Ser moderado, afinal, é agir com cautela, sem atropelos de espécie alguma, para aumentar significativamente o índice de acerto.

De outro lado, ser ponderado é saber dar o verdadeiro valor àquilo que realmente tem valor para não tomarmos atitudes extremas, já que, diz o ditado, "a virtude está no meio-termo".

Quando a situação abalar e a pessoa sentir-se enfraquecer, o autor recomenda sintonizar uma boa música, também recapitular o livro Racionalismo Cristão ou outra obra do Racionalismo Cristão  e dentro de alguns minutos, circundado de Luz, emanada dos Mundos Evoluídos, visto alterar-se o pensamento e consequente vibração do espírito, permite assim, religar-se ao Astral Superior. Ler, pensar, concentrar e irradiar é atrair e como já foi dito, “A Lei da Atração não Falha!”

Ânimo resoluto para pensar e deliberar é condição que se impõe. Temores e indecisões conduzem ao fracasso. O pensamento racionalmente otimista deve prevalecer, sempre e sempre, porque — quando aliado à ação — se constitui numa Força capaz de demolir os mais sérios obstáculos.

 O hábito de ouvir boa música, afirma o autor, é um poderoso auxiliar para que consigamos manter os pensamentos próximos às frequências da Inteligência Universal pelo tempo necessário ao adequado progresso do ser.

Pensamentos de valor e coragem, de firmeza e decisão, atraem vibrações de outros pensamentos de formação idêntica, produzindo um ambiente de confiança capaz de conduzir ao sucesso.

Todo indivíduo que vive sob os ditames da honra e do dever, que molda os seus hábitos e costumes com a argamassa dos princípios cristalinos da moral cristã e se mantém sob o dinâmico estímulo das vibrações do bem, está permanentemente envolto numa couraça impermeável às arremetidas do mal.

Essa couraça, ainda que invisível, conserva toda a sua rigidez enquanto o ser humano se mantiver equilibrado e vigilante. Um descuido pode pôr tudo a perder e os percalços da vida e as tentações estão aí. Porém os fortes, apoiados no esclarecimento, fazem por não se descuidar, o método de vida preconizado pela Doutrina  Racionalista Cristã, visa precisamente, orientar e esclarecer os fortes para que não se descuidem e os fracos para se tornem fortes, diz Luiz de Mattos.

É imperioso raciocinar para bem viver. Urge proceder com independência, valendo-se, cada qual, dos próprios recursos morais e espirituais de que dispuser. Quem fizer o mal terá que resgatá-lo, inapelavelmente, mais cedo ou mais tarde.

Somente os atos de valor engrandecem a personalidade e enobrecem o caráter.

O caráter é representado pela soma de qualidades morais do indivíduo, em que se destacam as suas virtudes e o conjunto de valores espirituais conquistados de encarnação em encarnação.

Esse valioso atributo expressa o nível de espiritualidade do ser humano, que pode ser aferido pela firmeza e retidão com que procede em seus atos cotidianos.

Mais do que pela honestidade da conduta nas transações comerciais ou no exercício de qualquer função, o caráter se revela pela intransigente repulsa à pusilanimidade, à intriga, à inveja, às atitudes dúbias, à prevaricação, à deslealdade, aos movimentos traiçoeiros, enfim, a todas as ações indignas.

É o caráter um dos mais ricos e preciosos bens do espírito. A sua aquisição, porém, não é nada fácil. Ao contrário, exige prolongados períodos de meditação, ao longo das quais as conclusões vão amadurecendo sob a dura prova da experiência.

Em qualquer setor da atividade – e não apenas nas lides literárias e científicas – pode o ser humano exercitar-se no desenvolvimento da inteligência: nas fábricas, no comércio, na agricultura, na escola, na oficina, no lar.

Qualquer ambiente de trabalho honrado oferece constantes oportunidades para o aprimoramento do caráter, sempre obedecendo a uma progressão normal em que não cabem transformações radicais nem regenerações sumárias. Jamais, entretanto, poderá se operar sem esforço, boa vontade e, acima de tudo, sem a consciência esclarecida, aliada à noção do dever e ao interesse em cumpri-lo.

Os pais e professores que estiverem à altura de transmitir aos filhos e aos discípulos – no tocante à retidão do caráter – a linguagem viva e altissonante do exemplo, exercerão excepcional influência no espírito deles, que se traduzirá em acatamento, obediência e respeito, diz Luiz de Mattos.

Conquistar pelo maior tempo possível um estado de serenidade e bom humor, diz o autor, de cujo cultivo é nossa obrigação, podem ser mais facilmente obtidos, se embalados por boa música. O ser abre caminho ao triunfo. É a “A Lei da Atração” que, conforme Luiz de Mattos, não falha!

Todo indivíduo que vive sob os ditames da honra e do dever, que molda os seus hábitos e costumes com a argamassa dos princípios cristalinos da moral cristã e mantém-se sob o dinâmico estímulo das vibrações do bem, está permanentemente envolto numa couraça impenetrável às arremetidas do mal, finaliza Luiz de Mattos.


SOBRE A INTELECTUALIDADE E ESPIRITUALIDADE

Da obra Racionalista Cristã de Luiz de Souza (9) intitulada Ao Encontro de uma Nova Era, encontramos logo no início, uma bela análise da sociedade; onde  o processo vertiginoso do séc XX teria arrastado as massas humanas para o mais agudo materialismo. As religiões sendo ineficientes para deter tal avalanche contaminante. Surge então a Doutrina Racionalista Cristã, enfatizando o sentido da moral, advertindo-nos.

Uma obra dessa envergadura não pode ser feita de improviso e nem aos pulos. As Forças do Bem são inabaláveis, a grandeza dos seus ideais correspondem aos êxitos alcançados.

O adepto do Racionalismo Cristão é um discípulo permanente que nunca chega a ser diplomado, porque os ensinamentos a adquirir estão além dos limites da nossa imaginação...

O cultivo da inteligência faz-se através do estudo. É preciso estudar muito e sempre, afirma Luiz de Souza. O Racionalismo Cristão oferece a oportunidade de conduzir o discípulo ao estudo, à meditação sobre o que ouve e lê, para gravar o resumo concentrado do conhecimento!

As Vibrações da Inteligência Universal enchem o espaço infinito, atravessam e saturam todos os corpos, conduzindo na sua essência, o amor supremo de que também se constituem. Através do desenvolvimento pelo estudo, raciocínio e prática, da espiritualidade, se estabeleça a sintonização destas vibrações com as das partículas individuais (espíritos), Tanto a inteligência alcança os mais altos refinamentos como o amor desabrocha com suas aprimoradas refulgências.

Este é o caminho da espiritualidade, atingir-se a sintonização e vibrar em sintonia com os seres do Astral Superior e o ambiente sob a ação de música suave facilita muito esta sintonia e manutenção destas vibrações. Este processo inicia-se através das diretrizes adotadas na vida terrena (estudo, raciocínio e ação), em que se amoldam e se revelam as predisposições espirituais.

Da obra já citada de Henrique Carlos Sequeira, intitulada O Meu Depoimento Sobre o Todo, extraímos parte do conteúdo, que deve ser visto na íntegra pelo leitor, onde assim como ele, também consideremos o Cosmo, sendo o Universo tomado como um Sistema, onde se sobrelevam a unidade, ordem, regularidade e a harmonia. Sistema este, bem ordenado e regido por Leis individualizadas tanto no Universo Físico como no Espiritual.

Até bem pouco tempo, diz Sequeira,  o Universo era tido por boa parte das pessoas, como um local sem ordem nem regras, regido pelos caprichos dos deuses ou até pelo acaso. No entanto, Kepler (1571 – 1630), matemático e astrônomo, considerado um dos fundadores da ciência moderna, juntamente com Galileu (1564 – 1642) e Newton (1642 – 1727); escreveu em 1619 uma obra intitulada “Harmonia do Universo”.

O todo passa a ser entendido como a unidade em interação e evolução, portanto, no Cosmo, só há vida interassociada. Deste dinamismo transformador, resultam novas substancialidades ( novas formas e configurações) na existência do Todo.

A Doutrina Racionalista Cristã, tem como tese que, o espírito encarna na Terra ( constituindo um ser humano) em obediência a Leis que regem o Universo Espiritual. Deste modo, pode usufruir do dinamismo transformador, característico do Todo.

A espiritualidade é para o Racionalismo Cristão, o atributo básico, fundamental para a evolução do espírito; ela vincula a associação do espírito com o Todo; uma relação alicerçada na determinação para evoluir, aumentando-se assim o grau de intimidade com o Astral Superior, produzido pelo aprofundamento de tal relação obtido da nova forma de viver que a criatura passa a adotar, uma vez que coloque em prática o método de vida proposto pela Doutrina.

A espiritualidade é o alicerce da lucidez e clarividência, sustentáculo firme, suporte inabalável, duradouro e inequívoco, conferindo-lhe liberdade para o progresso digno. Esta se mostra claramente, na presença valorosa do indivíduo perante si próprio, que se projeta na família, na sociedade, no comportamento validamente ativo perante o semelhante e nas comunidades onde participa.

De outra forma, pode-se também explicar a espiritualidade como sendo a capacidade adquirida pelo ser, de colocar a dignidade pessoal a serviço do Bem, através de uma ação intervencionista do indivíduo, desenvolvida como responsabilidade sua e social, através das inúmeras encarnações sucessivas a que o ser está sujeito.

Deve-se associar a espiritualidade com disciplina e ordem, diz ainda Sequeira, ordem essa traduzida em leis, a que está inerente à disciplina. Pela evidência de sua significação, assim como pelo sentido de lucidez, está associada à moderação, ponderação e justiça.

A espiritualidade exige do indivíduo, ação espiritualmente interativa, desenvolvida como responsabilidade sua e social; solicitada pela consciência como suporte do bem; percebe-se uma necessidade interna no sentido de trazer os que nos são mais caros a fazer parte desta corrente!

A espiritualidade também desperta, ainda que modestamente, a atenção e interesse por parte de setores da sociedade que procuram conhecer a natureza dela, sua caracterização e valor; existem iniciativas que se ocupam do desenvolvimento espiritual na criatura, procurando assim instrumentos capazes para inseri-los logo nos primeiros anos de vida.

O outro pilar básico para a evolução do ser, a intelectualidade, é pela Doutrina Racionalista Cristã entendida, como a capacidade de abrangência universalista do todo, promovida e sustentada pelo grau de espiritualidade nele disponível. Não é, pois, academismo apenas, afirma Sequeira.

Sem espiritualidade, não se pode sequer equacionar a intelectualidade, por maior que seja o academismo ou a erudição do sujeito. Mas também, de acordo com os princípios racionalistas, não deve haver lugar para a ilusão de que, renunciando-se a intelectualidade o ser conquiste a evolução espiritual; pois tal atitude denuncia grande carência de espiritualidade. Só pela conquista dos dois, encontra-se o caminho da evolução espiritual, aberto pelos que, com determinismo, lutem por alcançá-los e a promovê-los decididamente.

A abordagem do todo é, quantas vezes, exercitada apenas com base na intuição, própria do indivíduo equilibrado, valoroso e ativo, do homem de bem, assim portador de significativa espiritualidade.

Quando tal situação ocorre, diz Sequeira, a intuição incita em momentos adequados à reflexão, à investigação que, organizada e dirigida, juntamente com o estudo, conduz a racionalização da abrangência, conseguida na universalidade do todo, antes intuitiva apenas. É por assim dizer, a rota natural da evolução, ou seja, espiritualidade dirigida espontaneamente no sentido da intelectualidade.

O indivíduo torna-se agora, com uma “substantividade”. Torna-se mais lucidamente clarividente perante o Todo, porque reforçou o fundamento da sua correspondente abrangência, com a racionalização adquirida, com a intelectualidade então alcançada. O mesmo farol com um facho mais alto. O espírito, portanto, evoluiu!

É comum, a reflexão lúcida e clarividente sobre os conhecimentos previamente adquiridos, nos mais variados campos, como estimuladores do ser  a abrir-se e dirigir-se para a verdade sobre a vida; podendo mesmo conduzi-lo a alcançar espiritualidade e intelectualidade suficientes à Verdade Absoluta .

A Doutrina Racionalista Cristã coloca que a via da evolução espiritual do indivíduo, tem a intelectualidade adquirida posteriormente, promovida e sustentada pela espiritualidade daquele modo conquistada; tornando-se esta, agora envolvente, luminosa e iluminadora dos referidos conhecimentos, afirma Sequeira.

O resultado disso é uma nova configuração espiritual, geradora e impulsionadora da racionalização dos conhecimentos, antes “amorfos”, elevando-os ao plano da abrangência universalista do Todo, que a espiritualidade, assim adquirida permite. É a evolução do espírito!

A nova “substantividade” com que o sujeito se apresenta, é o resultado do desenvolvimento inato se transformar em deslumbramento esclarecido, que a razão constrói sobre a espiritualidade já conquistada. Estamos assim, perante o caminho da evolução espiritual. Trajeto designado por Henrique Sequeira como sendo “saudade do futuro”. Futuro lido no deslumbramento perene na Natureza, saudade da evolução que nos fugiu e só o futuro nos trará por conquista da espiritualidade e intelectualidade, finaliza Sequeira.


EVOLUÇÃO ESPIRITUAL

          O autor inicia este tópico, entendendo que as transformações a que o Homem vem promovendo na Natureza da Terra emanam de uma espécie de mundo de sentidos internos, ao qual denominamos espiritualidade e intelectualidade bem diferente dos sentidos externos de onde estão vinculados os nossos cinco sentidos (tato, olfato, paladar, visão e audição).

            Passando a entender o Universo como um sistema ordenado, regular e harmônico, regido por Leis distintas tanto no Universo Físico quanto no Universo Espititual; a evolução seria o atributo fundamental e caracterizador deste Todo, embora ocorra de maneira diferenciada em um e outro Universo.

            Henrique Sequeira (2) demonstra na obra  O Meu Depoimento Sobre o Todo, que no Cosmo só há vida, ou seja, a ação da Força sobre a Matéria. Deste dinamismo transformador resultam novas formas e configurações na existência do Todo. Esta é a idéia de evolução no Cosmo.

            O espírito encarna na Terra obedecendo a Leis Espirituais. A evolução do espírito encarnado, já obedece a um ritmo próprio, induzindo-o a um aperfeiçoamento dos atributos latentes, geradores de novas formas de se estar presente, mais translúcidas e sutis daí resultantes, trajetos estes, cada vez mais complexos, diz Sequeira.

            Para isso, deve o ser encarnado determinar-se a cumprir as Leis Espirituais bem como as que regem a sociedade onde está inserido, tendo sua consciência, sintonia perfeita com a Moral Cristã e conduta dentro de um caráter impoluto. Surge daí os referidos estágios de evolução do espírito encarnado.  

A Doutrina Racionalista Cristã propõe que no nosso planeta, estão encarnados espíritos dos primeiros planos sucessivos de adiantamento espiritual; sendo estes planos ou esferas concêntricas em relação ao centro do planeta; faixas vibratórias de uma frequência para cada plano. Por isso, em cada faixa ou plano, residem algumas aproximadamente do mesmo adiantamento espiritual.

Pensar o bem, em conformidade com os preceitos da Doutrina Racionalista Cristã, frequentar esta esfera de pensamento o maior tempo possível em vida, absorver suas emanações, chegar as melhores conclusões e reações é o que se objetiva.

Uma vez que nosso espírito sintonize-se com as correntes do bem, o cérebro  traduz para o corpo as sensações daí advindas, diz o autor, a exemplo de um seletor de frequências de rádio, numa determinada faixa de onda, (FM, OM, OC) e as diversas rádios nelas contidas, aproveitando o que nos deixou Felino Alves de Jesus (17), na obra  Racionalista Cristã Trajetória Evolutiva.

Cabe ao adepto do método proposto pelo Racionalismo Cristão pautar seus estudos, pensamentos e ações dentro do referido código de princípios, contido nas dezenas de obras publicadas até então, para que os infortúnios sejam substituídos por alegrias.

Diz a teoria Racionalista Cristã que o corpo astral, (um dos 3 corpos propostos, já explicitados) é muito mais influenciável que o corpo físico, recebe os traços bem caracterizados de todas as ações boas ou más praticadas no correr da nossa vida.

Os traços de má origem ficam gravados no perispírito ou corpo astral e só desaparecem quando transferidos a um corpo físico, que os absorve como esponja para a devida depuração enquanto vivo na Terra. Estas marcas, consequências das falhas morais, ao se tranferirem para o duplo-etéreo após uma encarnação, revelam-se do mesmo modo que as moléstias em geral, causando certo grau de sofrimento, o que leva o espírito a desejar angustiosamente a reencarnação, para poder se livrar delas. Alguns por ansiedade sujeitam-se às piores condições de vida na Terra.

Enquanto encarnado, cabe ao indivíduo procurar viver positivamente, tendo a noção de que os fatos negativos que o atingirem, eventualmente, tem relação com a sua história passada, presente e futura.

O firme propósito de acertar tem de estar presente sempre; um cochilo pode representar uma oportunidade perdida de redenção. Convém, por isso, ninguém se descuidar. Vale a pena repisar sempre que nossa encarnação deve ser aproveitada ao máximo, com inteligência, raciocínio e esclarecimento.

O autor está convencido sobre a veracidade da máxima racionalista de ser através do estudo, raciocínio e crescimento derivado da luta contra os maus hábitos e as imperfeições, onde encontramos os trilhos da evolução do espírito encarnado que desembocam na espiritualidade e intelectualidade obtidas através do esclarecimento espiritual deste modo alcançado, a curto, médio ou longo prazos.


O CIDADÃO CÓSMICO UNIVERSAL

A evolução do espírito encarnado se dá através do desenvolvimento gradual da espiritualidade e intelectualidade, no decurso de incontáveis encarnações e só através dela, o raciocínio vai sendo desenvolvido.

Este desenvolvimento obedece a um complexo sistema de aptidões, conhecimentos e experiências, que o espírito só obtém encarnando muitas vezes e em diversos lugares.

Embora o espírito numa determinada encarnação  possa avançar mais em um do que em outro parâmetro, sejam eles espiritualidade e intelectualidade, para o Racionalismo Cristão, estas formam uma unidade que não se pode decompor.

Ao se atingir uma determinada fase evolutiva, o espírito sente a necessidade de expandir seus conhecimentos, de alargar os horizontes da inteligência e cada vez mais fortalecer seus valores morais e éticos.

É através do exemplo, das atividades altruístas, pelo serviço prestado à coisa pública, que se aceleram os níveis de paz e progresso, do desenvolvimento material, social e espiritual que se sustentam com autenticidade.

A Doutrina Racionalista Cristã tem por foco, que o ser encarnado consiga através de suas ações, identificar-se socialmente pelo seu caráter valoroso e honra; elevando-se de maneira própria no espaço e no tempo em que pôde colocar seu livre arbítrio a serviço das correntes do  Bem.

Aprendendo e adotando o método proposto por Luiz de Mattos, o ser adquire o comportamento transformador. É a autoconstrução de um novo Ser, é a obtenção aqui na Terra da Cidadania Universal enquanto humanos, nos diz Henrique Sequeira.


CONCLUSÃO

“Nossa origem está no Infinito; de natureza dinâmica; cuja evolução neste mundo, se faz através do reino animal,  da ameba ao homem, para continuar  infalivelmente  em outros mundos.

Há de se continuar necessariamente a evolução do espírito; pois como Força  não se destrói, não se aniquila; existe, subsiste e persiste; vem do Infinito em marcha para o Eterno”.

 Está aí a proposição feita pelo Dr. Pinheiro Guedes (34) através da obra Ciência Espírita em 1900; o ciclo evolutivo da  Força Psíquica.

Através da sensibilidade recebemos as impressões do mundo externo; pela inteligência as compreendemos; pela vontade agimos e reagimos, operamos, produzimos e criamos; pela razão, podemos investigar minuciosamente o Infinito; pela consciência moral nos esclarecemos; pelo livre arbítrio, determinamos nossa trajetória evolutiva.

Embora a mente possa avançar até certo ponto, ela fica sempre sem atingir a meta extrema que se encontra sobre o domínio de valores absolutos. Exemplificamos tal afirmação como se, ao fazer uma viagem à noite de automóvel, viagem esta que pode ser feita de forma segura e prazerosa, dentro apenas dos limites do facho de farol do veículo, que é infinitamente menor que a total distância entre a partida e o destino. É desnecessário, portanto, enchergar “o Todo”, para o sucesso da jornada.

Em síntese, disse Henrique Carlos Sequeira, no qual concordamos; embora conhecidamente limitado, em função da miopia interior a nós inerente, o homem dispõe, contudo, de capacidade de colocar questões sobre “o Todo”.

A humanidade constitui uma única família habitando passageiramente este nosso mundo, com o objetivo de realizar em conjunto, o progresso espiritual de cada um, sendo o espírito um operário individualizado, que deve participar com esforço, inteligência e eficiência, da evolução do Todo.

O autor acredita que o espírito encarnado estagiando legalmente na Terra, age de modo correspondente ao grau evolutivo alcançado, não indo além das suas possibilidades, a não ser quando se determina a evoluir, ampliando assim, qualitativa e quantitativamente nossas capacidades iniciais, quando da encarnação.

A evolução se processa pelo desenvolvimento gradual da intelectualidade e espiritualidade, no decurso do tempo. O livro da vida é volumoso e nele estão escritas por cada autor, as memórias individualizadas das respectivas viagens feitas a este e neste planeta, as lições que careceu e ainda carece, o que já cumpriu e o que há de cumprir do currículun exigido; o que já foi apreendido e incorporado e o que ainda falta...escreveu brilhantemente Sequeira.

Espiritualidade e intelectualidade no entender racionalista, são atributos (do espírito) diferentes, que o ser aprimora através de lutas e conquistas, independentemente, podendo avançar mais em uma que em outra, no curso de cada encarnação. Ambos, porém, são indispensáveis à evolução e terão que ser alcançadas com determinação.

Na Doutrina Racionalista Cristã encontramos um método muito eficiente, minuciosamente descrito para o percurso evolutivo do ser, tantas vezes ignorado, que uma vez compreendido deve ser cultivado.

Tal desenvolvimento obedece a uma complexidade de aptidões, conhecimentos, e experiências normalmente obtidas através de muitas e muitas encarnações, em várias situações e lugares.

O  Racionalismo Cristão tem como certo que, para a evolução do ser é indispensável o desenvolvimento da espiritualidade tanto como o da intelectualidade; estes são os identificadores do grau evolutivo conquistado, identificando a classe correspondente do ser. Ambos constituem a unidade que deve estar em  equilíbrio.

A Doutrina explica que ao se atingir determinada fase evolutiva, o espírito necessita dar expansão aos seus conhecimentos, de alargar seus horizontes intelectuais, fortalecer os valores pelos quais se orienta na rota da existência. Esclarece também que, a encarnação na Terra, onde se encontram espíritos de classes diferentes, justifica-se pelo propósito de, através da convivência, os mais inexperientes aprendam com os mais experientes; pelo propósito nato de evoluírem, espiritualizando-se e intelectualizando-se; aprendendo e adotando, respeitando-se o livre arbítrio de cada um, o comportamento transformador do Bem.

É a autoconstrução em nós, de um novo homem, de Cidadania Universal.

“A obra básica do Racionalismo Cristão, do mesmo nome é um trabalho sério de pesquisa e elucidação, para estudo e consulta constantes, capaz de abrir novos horizontes ao ser com a amplitude da visão panorâmica que coloca diante dos nossos olhos, que podem fornecer uma nova orientação, novos rumos à  vida e fazer com que ela se modifique para melhor. A cada passo alcançado, um sentido na vida mais prático, amplo, profundo, seguro e autêntico”, parafraseando Henrique Sequeira.

Luiz de Mattos, codificador dos princípios do Racionalismo Cristão, elucida-nos que o “mal da humanidade” é não querer estudar.  Para o indivíduo se esclarecer é preciso muito estudo, aprofundar-se em leituras úteis.

O valor do estudo independe de nos tornarmos intelectuais. Este é sim, como um dever do ser; é uma exigência inalienável, decorrente da dignidade espiritual do indivíduo. Esta, conduz à  espiritualidade, que nos dá lucidez para a evolução e também adquirir intelectualidade como valor do espírito, assentado na aquisição da Verdade, decorrente da conquista da evolução, através da prática.

O autor acredita ter trabalhado no sentido de enfatizar os benefícios que o estudo através da leitura das obras Racionalistas Cristãs e outras; a consequente reflexão, as mudanças de pensamento e atitudes nas atividades cotidianas do ser, potencializam o processo da espiritualidade e intelectualidade, otimizando consequentemente nossa jornada rumo a Inteligência Universal.

O autor sugere também, que em vista do poder sugestivo dos meios de comunicação, que seja feita uma seleção prévia da programação a ser vista, procurando enfatizar os documentários, mesas redondas, entrevistas de bom nível, filmes e desenhos educativos.

Sempre que possível, embalar-se nas tarefas cotidianas com musicalidade suave, ou  providas de letras positivas, alegres; esta sim, uma forma sugestão benéfica ao ser em processo de  evolução.

O autor em conformidade com Luiz de Souza (1) acredita que enquanto os habitantes deste planeta não derem início a ação espiritualizadora, terá que reencarnar tantas vezes quantas forem necessárias até resolverem dar este passo. Esta é a advertência de amor mais fraternal que os espíritos do Astral Superior oferecem aos seres encarnados, colocando você leitor, como membro efetivo do Todo, portador da Cidadania Universal.


APÊNDICES

SOBRE O AUTOR

          Flavio Faria, nascido em 13 de dezembro de 1960 na cidade de Santos-SP, é o segundo de três filhos do casal Fernando Faria e Sonia Paronetto Faria.

            Sua formação acadêmica iniciou-se na “Escolinha da Tia Augusta” com aproximadamente cinco anos de idade. Posteriormente, no “Parque Municipal Martin Afonso”, onde ele e seus vizinhos, todos na mesma faixa-etária não se adaptaram, principalmente pelos lanches de qualidade duvidosa aos quais eram obrigados a fazer.

            Aos sete anos, é matriculado no Colégio Marista de Santos, onde permanece até o terceiro ano colegial.

            Submete-se em 1979, ao processo seletivo para o Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva (NPOR) da Infantaria do Exército, onde se escolhem trinta dentre mais de dois mil candidatos.

            Forma-se Aspirante a Oficial de Infantaria do Exército Brasileiro; submete-se ao estágio probatório e é promovido a 2º Tenente da Reserva em 26 de dezembro de 1980.

            Aprovado em 1979 no exame vestibular para o curso de Engenharia Civil na Universidade de Taubaté-SP.

 Percebe grande influência, no seu desempenho escolar, dos estados emocionais advindos dos processos de relacionamentos pessoais; a ponto de convencê-lo a mudar de carreira. Estamos aí no primeiro quinquênio dos anos 80 e o mesmo entra no mercado mobiliário (Bolsa de Valores) por influência de seu primo e também do tio; obtendo significativo sucesso.

Em dado momento, diversificando seus ganhos, entra para o comércio. Analisou cuidadosamente qual ramo lhe proporcionaria o melhor retorno financeiro, facilidade na gestão e ainda, estivesse dentro da legalidade. Optou por adquirir uma Casa de Café Expresso. Junto com um colega de infância e também companheiro de Engenharia; adquiriram a primeira casa, chamada “Café Society”.

Um ano após, adquiriram uma segunda Casa; foi onde o mesmo percebeu que era solicitado sempre pelos frequentadores, pedindo-lhe conselhos, aos quais não sabia como proceder. O questionamento sobre a vida e o viver, advindo do espiritismo, budismo, ocultismo e mesmo do racionalismo cristão, colocavam-no a se questionar do por-quê estar aqui! Apenas para adquirir mercadorias e revendê-las com lucro? Expecular na Bolsa de Valores? Haveria de achar algo mais útil, com maior retorno espiritual.

Foi quando começou a cogitar a possibilidade de fazer Psicologia.

Fez curso pré-vestibular no regime intensivo, para recordar conhecimentos escolares e treinar o convívio harmônico com os futuros colegas de classe dez anos mais jovens em média.

Passou no vestibular para Psicologia na Universidade Católica de Santos e ao dar por si, terminava o mesmo.

É especialista em Terapia Regressiva Vivencial Peres, pelo INTVP. Também especialista em Neurolinguística pela UNAERP, é practittioner e Máster-Practittioner em Programação Neurolinguística, pelo Instituto Holon-SP. Membro da Sociedade Brasileira de Psicologia Transpessoal. Especialista em Gestão Integrada do Trânsito. Aluno do curso de pós-graduação Lato-sensu em Neuropsicologia  na Escola Paulista de Medicina.

Exerce atualmente a função de Psicólogo Perito Examinador de Trânsito, há quatorze anos; credenciado em São Vicente-SP. Presta consultoria na execução de laudos técnicos de Psicologia, em processos de seleção, professor universitário nos cursos de pós-graduação em Psicopedagogia Institucional e Psicopedagogia Clínica, Gestão Escolar I e II. É também psicólogo clínico, dentro da abordagem Transpessoal.

Casado com a Sra. Gilmara Berndt Faria, dois casais de filhos, residindo em Guarujá-SP.

Atualmente está Diretor de Biblioteca da Filial Berço do Racionalismo Cristão, em Santos-SP.


BIOGRAFIAS

Todas as obras que constam nas referências bibliográficas foram estudadas pelo autor. Algumas, porém, com seus respectivos autores, foram especialmente utilizadas, com as devidas citações, ao longo deste trabalho; os quais agradecemos profundamente, pois sem o saberem, foram os viabilizadores deste.

Para que o leitor possa ter uma idéia do gabarito técnico das pessoas as quais foram consultadas, através de suas obras, em todo este trabalho, colocaremos um pouco da história de cada um e, em quais situações deste, foram fundamentais.

           Antonio Cottas viabilizou os escritos sobre “O Surgimento do Racionalismo Cristão”; vamos conhecer um pouco mais sobre este homem:

Antonio do Nascimento Cottas nasceu em Sirvuzelo, Concelho de Monte Alegre, Portugal, a 19 de novembro de 1892, e faleceu no Rio de Janeiro, em 12 de junho de 1983.
Veio para o Brasil a 18 de abril de 1905, com 12 anos de idade, ingressando, desde logo, no comércio, onde prosperou, tornando-se dos mais acatados e respeitados comerciantes. Possuiu várias casas comerciais, como o Armazém Brasil, a Mercearia Brasileira, o Armazém dos Heróis, passando, em 1922, para o atacado, tornando-se a firma que dirigia grande importadora do famoso azeite Sacadura Cabral, de vinhos etc.
No Racionalismo Cristão, realizou uma obra gigantesca. Em 1926, com a desencarnação de Luiz de Mattos, foi nomeado por este, ainda em vida física, seu substituto, assumindo assim a Chefia da Doutrina. Consolidou os grandes alicerces do Racionalismo Cristão, e sob a sua mão tutelar floresceram muitas Casas Racionalistas Cristãs.
Foi o maior discípulo de Luiz de Mattos. Dedicou-se, de corpo e alma à Doutrina que lhe fora confiada. Divulgou os ensinamentos do Racionalismo Cristão através da correspondência e das explanações que fazia durante as Sessões Públicas de Limpeza Psíquica realizadas no Centro Redentor. Assegurou à Doutrina recursos para a sua independência material. Além de doutrinador, foi lutador incansável pelo esclarecimento da humanidade.
Dotado de extraordinário valor moral e de inquebrantável caráter, transbordava nele o entusiasmo, sempre aplicado aos interesses racionalistas, sem jamais falar de si, elogiar os seus trabalhos ou fazer estandarte do seu nome.
Sempre confiante nas horas difíceis, venceu todas as batalhas travadas contra a Doutrina, e as suas iniciativas se encaminhavam ao desejado êxito.
Não havia quem não o respeitasse e venerasse, porque ao afeto de todos se impunha pelo seu trato cavalheiresco, além da bondade, que era inata em seu espírito.
Antonio do Nascimento Cottas, Chefe do Racionalismo Cristão, era um homem extremamente simples. Desprezava as honrarias. Apesar de haver sido agraciado com o título de Comendador, não permitia que assim o chamassem.
Dos títulos com que foi distinguido, o que mais se orgulhava de possuir era o de cidadania brasileira, assinado, em 8 de agosto de 1939, pelo então Ministro da Justiça, Embaixador Francisco Negrão de Lima, em nome do Presidente da República.
Entre outros títulos, destacamos os seguintes:
Cruz de Benemerência — concedido pelo Governo Português, Grau de Comendador, Cidadão do Estado da Guanabara, Cidadão do Estado de Minas Gerais, Cidadão Benemérito do Estado da Guanabara, Grande Benemérito do Real Gabinete Português de Leitura, mais tarde elevado ao honroso cargo de 1.° Vice-Presidente Emérito, Benemérito da Caixa de Socorros D. Pedro V, Conselheiro da Federação das Associações Portuguesas e Luso-Brasileiras, Sócio Benemérito do Clube Ginástico Português, Sócio Benemérito da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência, Fundador e Sócio Proprietário da Associação Atlética Vila Isabel, Sócio Proprietário do Clube de Regatas Vasco da Gama e Sócio da Associação Brasileira de Imprensa, desde a sua fundação.

Antonio do Nascimento Cottas, apesar de ter sido distinguido com títulos e distinções, foi, durante toda a sua longa vida física, um homem simples, isento de vaidades.

Nas palavras sobre “O Surgimento do Racionalismo Cristão”, deste, e também nos capítulos “Sobre a Força e a Matéria”, “O Bem e o Mal”, “A condição de Encarnado”, “Cérebro, o Receptor das Vibrações da Inteligência Universal”, “Praticas   Facilitadoras da Recepção”, “ A importância do Trabalho”, “ Conduta Racional”, “Evolução Espiritual” e “ Conclusão”; percebemos o papel fundamental de Luiz de Mattos. Complementando o que já está lá colocado sobre Luiz, temos sobre o fundador ainda que:

Entre os grandes vultos da humanidade, que deixaram na Terra traços luminosos da sua passagem, a figura imperecível de Luiz de Mattos ocupa uma posição de singular relevo.

Luiz de Mattos trouxe para executar, quando por aqui esteve, uma grandiosa missão destinada a transpor os limites continentais, e viveu o tempo necessário para que o seu idealismo fosse implantado, com segurança. Ele possuía, no mais alto grau, qualidades humanas só cultivadas pelos seres conscientes.
Foi um exemplo de bondade, de firmeza, de honradez e de bravura cristã. 
Como Chefe, soube fazer-se respeitado e amado com a superioridade das suas maneiras pessoais distintas e nobres, de tolerância e de estímulo. Todos os bons, os compreensivos, os que não cultivavam a inveja e a mentira, não escondiam o bem imenso que lhe tributavam.
Luiz de Mattos distribuiu, às mancheias, as dádivas do seu saber e o calor da sua alma forte e generosa, e não conheceu os deslizes depreciadores que se encontram em caracteres vulneráveis que se desmerecem nas posições que ocupam.
Homem de atitudes, de ação e de princípios, soube engrandecer, com o seu nome e o extraordinário valor de que era dotado, a pátria que lhe serviu de túmulo, o Brasil, à qual tudo deu de melhor, numa vida de lutas e glórias, de esperanças e de realizações, de gestos largos e de indimensionável altruísmo.
A vibração amena do seu espírito afetivo perdura sobre os que o conheceram e amaram como um bálsamo tonificador, refletindo a sua imagem como um símbolo na retina mental dos seus discípulos.
Impôs-se pelo poder da sua eloquente e concisa oração, pela sabedoria dos seus conceitos vazados em conhecimentos originais de alta transcendência, e as suas opiniões apresentavam-se de tal modo inspiradas, que serviam de roteiro até mesmo a supremos dirigentes da Nação.
Em todas as suas atividades distinguiu-se, sempre, pela ponderação, pelo critério, pelo acerto das proposições firmadas em segura base e ditadas pelo equilíbrio da sua orientação racional.
As obras que deixou, as suas famosas "Notas", são fontes perenes de inspiração para novas produções e normas de viver que todos devem seguir, além de advertências enérgicas e úteis para os que desejam acertar nas experiências diárias e na marcha pelo torvelinho da vida.
Jornalista emérito, militou na imprensa com disciplina equilibrada, sadia, construtiva e enaltecedora das virtudes humanas. Sua pena vigorosa esteve sempre ao serviço dos oprimidos, com o desejo de vê-los recuperados e integrados no seio da coletividade, de posse das legítimas reivindicações conquistadas. Desprendido de bens materiais, jamais se deixou seduzir por eles, o que importava em poder usar de liberdade plena em todas as suas admoestações.
Revelou-se um educador esmerado em jornalismo, em que deu sempre exemplos de honorabilidade, de envergadura moral e de amor à verdade, com profundo respeito pela opinião dos seus opositores, tanto que, fazendo do seu jornal diário, A RAZÃO, uma tribuna livre, punha-o à disposição destes para a publicação gratuita da contestação que desejassem fazer dos seus escritos.
Espírito profundamente liberal e democrático, o jornalista expunha, com exemplar coragem e, muitas vezes, temerariamente, as suas idéias, sem as impor a ninguém, e era um autêntico paladino do debate, por achá-lo indispensável ao esclarecimento do povo.
Escusado é dizer que por estar permanentemente apoiado na verdade, com a qual fazia a sua trincheira, sempre levou a melhor, em todas as campanhas que empreendeu.
Os opositores, faltos de argumentos, abandonavam o campo de luta, ao cabo das primeiras escaramuças, e o grande público leitor do jornal testemunhava, entusiasmado, as vitórias sobre vitórias do bravo lidador, a quem não regateava o aplauso e o estímulo.
Luiz de Mattos fulgurará, sempre, para os seus discípulos como uma das mais vivas e generosas fontes de inspiração. Seus exemplos de uma vida nobre e luminosa dedicada ao bem da humanidade, jamais serão esquecidos; faleceu em 1926.


          Luiz Alvez Thomaz foi uma figura não menos importante que o codificador Luiz de Mattos, contemporâneo, viabilizador econômico desta doutrina, será melhor conhecido a partir de agora:

Luiz de Mattos talvez não pudesse ter levado a efeito a implantação do Racionalismo Cristão, sem a preciosa ajuda do seu intemerato amigo e companheiro de lutas, Luiz Alves Thomaz.
Enquanto o primeiro codificava e burilava a parte cultural e teórica da Doutrina, facilitando a sua compreensão e aplicação na vida, o segundo desenvolvia uma eficiente ação prática, solidificando as bases materiais para garantir a independência da Doutrina.
A ambos deve-se essa fonte de esclarecimento e saber que se sintetiza na Doutrina Racionalista Cristã, porque os dois se completavam na integração de um só idealismo, de uma única estrutura, de uma perfeita realização.
Luiz de Mattos e Luiz Thomaz simbolizam os heróis da alma lusa, cuja aura sempre recobriu o Brasil na majestosa sequência dos fatos históricos.
Ambos, desde longa data, irmanados nos mesmos propósitos, nunca recuaram diante dos maiores tropeços, na inabalável resolução da cumprir os planos e projetos que haviam traçado espiritualmente.
Luiz Alves Thomaz manteve-se exemplarmente na sua missão, ora predicando com a fortaleza dos seus conhecimentos, ora preparando fundos para a manutenção da grande obra. Soube aplicar, com grande perícia, na vida prática de negócios e na economia privada, as sábias e incomparáveis lições que o Racionalismo Cristão ministra, sempre colhendo, como prova do seu valor, os mais auspiciosos resultados.
Forte, enérgico, operoso, extremamente simples e controlado, desfrutou de plena autoridade moral na corporificação de todos os seus atos, sempre comedidos e seguros, angariando amizades e simpatias através de suas atitudes cativantes.
Renunciando às atrações terrenas, casado, mas sem filhos, voltou-se, abnegadamente, para a sua grande Causa, e por ela lutou estoicamente, dando o máximo de si, num aproveitamento completo das suas energias e atividades.
Partiu deste mundo cinco anos depois do seu companheiro de ideal, Luiz de Mattos, após cumprir a principal incumbência de deixar amparado, financeiramente, o movimento Racionalista Cristão, que já por esta época crescia, em número de adeptos.
É princípio básico da Doutrina que sendo, como é, uma entidade de elevado cunho espiritualista, não se deve formar e manter à custa da migalha do necessitado, da espórtula do desprovido, do sacrifício do sacrificado.
A Doutrina Racionalista Cristã, dirigida por Espíritos do Astral Superior, tem por escopo esclarecer as almas encarnadas, tarefa incomparavelmente maior e mais difícil para aqueles Espíritos do que a mera coletagem de meios materiais.
Para solucionar este aspecto dos trabalhos que iriam desenvolver no Planeta, ao invés de ficarem na dependência de humilhantes peditórios terrenos, como é comum, por falta de esclarecimento espiritual, decidiram de pleno acordo resolver, exatamente a situação financeira desta Doutrina.
Deste modo, a Doutrina Racionalista Cristã  nasceu independente, nunca soube o que foi pedir e nem o deseja saber. Ela se impõe por princípios imutáveis, e estes determinam que, em matéria de dinheiro, os assuntos espirituais com ela não se imiscuam.
Esta ocorrência, sobremaneira significativa, coloca o Racionalismo Cristão numa posição de evidente relevo na interpretação das coisas do espírito. Há na Casa, discípulos de Luiz Alves Thomaz que se inspiraram no seu magnífico exemplo, oferecendo convincentes provas de aproveitamento e prática.
Assim se confirma a ação pioneira de Luiz Alves Thomaz, o insuperável batalhador de uma memorável jornada terrena, em que soube sustentar esse basilar conceito de que uma obra espiritualista se impõe pela elevação moral dos seus princípios norteadores, pairando acima dos interesses materiais pela sua independência em todos os sentidos, e pela demonstração de que os suprimentos chegam, sem ser necessário que os responsáveis pela Causa molestem o seu semelhante, com maneiras submissas de uma refinada e hipócrita mendicância.
Luiz Alves Thomaz foi um exemplo, uma bandeira, uma glória para o Racionalismo Cristão. Estendeu a sua vitória a todos os militantes, porque, acima de tudo, estimulou e concretizou. A sua alta missão foi inteiramente cumprida, e os seus magníficos resultados ecoam, incessantemente, em todo o movimento Racionalista Cristão, como uma vigorosa força impulsionadora que transmite confiança e coragem, perseverança e firmeza.


            Um dos principais mentores espirituais de Luiz de Mattos, no decorrer do processo de codificação desta doutrina, foi Padre Antônio Vieira; dele é importante sabermos que:

Tendo vivido entre  1608 e 1697, sobretudo em Portugal e no Brasil, foi sacerdote jesuíta, pregador da corte de Portugal e conselheiro do rei, embaixador político, missionário e militante anti-escravagista. Vieira, foi um orador eloquente e um escritor esmerado. As suas obras abrangem vinte e cinco volumes, que compreendem cerca de duzentos sermões, mais de quinhentas cartas e numerosos escritos políticos e literários.
Nenhum prosador de língua portuguesa se lhe pôde comparar na exuberância e propriedade de vocabulário utilizado. Vieira foi uma inteligência poderosíssima que desfrutou da oportunidade de se manter em contato com o mundo intelectual da época - nomeadamente durante as suas missões diplomáticas na França, na Holanda e na Itália e no período em que viveu em Roma.
Figura humana excepcional, teve coragem de assumir interpretações pessoais de vários temas teológicos, afastando-se da visão conservadora e fanática da ordem dos jesuítas a que pertencia. Por isso, também foi alvo de perseguições, tendo sido preso durante alguns anos em situação de incomunicabilidade, num lúgubre cubículo de reduzidas dimensões, sem luz, mal arejado, apenas com uma cama, um cântaro, uma mesinha, um banco e um vaso de despejos. Veio a ser condenado à morte na fogueira, sentença que de fato não chegou a ser executada.
Antônio Vieira renunciava ao conforto e às situações de conveniência pessoal, mantendo-se fiel aos princípios do verdadeiro cristianismo. Nada fez para evitar que o prendessem e, uma vez encarcerado, não se deixou abater psicológicamente, mantendo intacta a sua dignidade. Reconhecia-se como Homem Imortal, e as vicissitudes por que passava não alteravam a sua força interior, consciente da inferioridade espiritual dos seus algozes e da duração passageira das injustiças destes.
Certa vez, dada a sua amizade com o rei, empenhava-se com ele em grandes negócios, quando pessoas neles interessadas, cientes da sua influência, lhe mandaram entregar uma bolsa com apreciável quantia em ouro. Para não parecer uma gratificação, sugeriram-lhe que distribuísse essa importância pelos pobres. Vieira, ao aperceber-se das intenções dos negociantes, recusou a oferta com indignação, acrescentando ao portador que, perante tal atrevimento, merecia que o fizesse descer pela janela, em vez de pela porta.
As torturas morais e materiais que lhe infligiram os membros do clero, serviram-lhe para melhor se aperceber do flagrante desvirtuamento do cristianismo, e fizeram crescer nele o desejo de trabalhar no sentido de restabelecer a Verdade nos princípios divulgados por Jesus Cristo e contribuir para uma maior espiritualização da humanidade. Anteviu e defendeu um projeto espiritualista cristão universal, baseado na teoria das reencarnações e no princípio de igualdade do homem - como Força e Matéria - perante as leis naturais e imutáveis que regem o Universo.
Não tendo conseguido essa ação remodeladora nos cerca de noventa anos de vida física, terá decidido trabalhar astralmente nesse sentido. E foi, então,  já depois de liberto da matéria, que coordenou o trabalho  de fundação de uma Doutrina verdadeiramente espiritualizadora, planejando e executando uma longa série de ações que, culminaram com o lançamento do Racionalismo Cristão, em 1910, no Brasil.
Antônio Vieira, com a sua natureza varonil, independente, destemerosa e segura das suas convicções, foi o idealizador e o inspirador principal do Racionalismo Cristão, daí ser considerado o patrono espiritual desta Doutrina.

          Um dos mestres racionalistas cristãos, cujo brilhantismo dos conteúdos consultados pelo autor, foram largamente utilizados neste, Luiz de Souza, será melhor conhecido a seguir. No início da “Reflexão”, nos capítulos “Considerações Sobre a Moral”, “Sabedoria”, “ Sobre a Morte e o Morrer”, “Nas Horas de Lazer”, “Sobre a Intelectualidade e Espiritualidade” e “ Conclusão”. A quantidade de informações sobre Souza, está aquém do que merece, porém:
Nascido em 1896, engenheiro civil de profissão e escritor notável e incomum Residente em vida física na cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro — Brasil, presidiu inúmeras reuniões públicas de limpeza psíquica, realizadas na Filial do Racionalismo Cristão daquela cidade, marcando sua passagem de incomparável doutrinador, ainda relembrado por assistentes que frequentam essa Casa e por militantes que nela trabalham.
A desencarnação de Luiz de Souza ocorreu em 1974

          O autor afirma que, foi através da leitura de uma verdadeira “preciosidade”, escrita por este que vocês terão oportunidade de conhecer agora, que surgiu a idéia deste trabalho. Henrique Carlos Sequeira está presente indiretamente da primeira à ultima linha deste; explicitamente, foram utilizadas suas proposições na “Reflexão” e nos capítulos “ A Raça Humana na Terra”, “A História do Pensamento Humano”, “Considerações Sobre a Moral”, “O Bem e o Mal”, “ Importância do Trabalho”, “Conduta Racional”, “ Sobre a Intelectualidade e a Espiritualidade”, “Evolução Espiritual” e “ O cidadão Cósmico Universal”.

Henrique Carlos Sequeira foi um homem que desenvolveu a sua intelectualidade na área da  Matemática. Professor catedrático na Universidade Internacional de Lisboa, deu aulas para formação de mestrado no Instituto Superior Técnico (IST), foi um dos fundadores do Instituto Nacional de Estatística (INE), diretor do Laboratório Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial, funcionário superior do Estado, membro da Sociedade de Geografia, membro de Investigação Científica.
Marido, pai, avô e bisavô extremoso, homem de porte correto, simples, humilde, de educação exemplar, sempre soube transmitir, externar todo o seu saber, todo o seu pensar, em suas palestras. Trabalhou como professor dos 21 aos 70 anos, em 1998, se aposentou.
Orador por excelência, de grande eloquência, teve ao longo do tempo, designadamente nos eventos das Casas Racionalistas Cristãs em Portugal, e em particular na de Lisboa, intervenções espiritualistas e espiritualizadoras, impregnadas de saber e desenvolvimento dos princípios doutrinários no envolvimento das causas culturais, sociais, morais, cívicas, econômicas etc., que prendiam a atenção de quem o escutava, bebendo suas sábias exposições, que transmitiam, sempre, princípios conducentes à evolução, não raro desafiando a assistência à prestação da sua quota-parte.
Grande incentivador do estudo e prática do Racionalismo Cristão, objetivando a contribuição para a melhoria da sociedade humana em que nos inserimos.
Brilhante colaborador do Jornal A Razão quer no tempo do nosso querido dr. Humberto Machado Rodrigues, quer recentemente, na abordagem sobre a biblioteca de Alexandria  (Dezembro de 2006). Além do que escreveu nessa matéria, Henrique Carlos Sequeira enviou a essa monumental e histórica biblioteca, através da embaixada do Egito em Portugal, dois exemplares do livro Racionalismo Cristão.
Nascido em 1928 com elevada espiritualidade, desenvolveu-se nas ciências e na filosofia, em Luanda, Angola e Portugal, onde Henrique Carlos Sequeira passou a trabalhar com muito afinco, dedicação, estudo contínuo, até o seu último dia de vida física, em 12 de abril de 2008.
Foi no ultimo livro estudado pelo autor, até o encerramento deste, encontrado na página racionalista cristã da internet, “Adorável Jubileu”, que no trecho do discurso de Luiz de Mattos, quando da inauguração da filial berço de Santos-SP, o mesmo diz ter codificado o Racionalismo Cristão a partir das proposituras do famoso fisiologista Claude Bernard, ao invés de kardec e os ocultistas, que procuramos pesquisar sobre esta notável figura. Especificamente, foi utilizado no “O Surgimento do Racionalismo Cristão”. Sobre êle, temos a dizer que:
 Claude Bernard, médico e fisiologista francês nascido em Saint-Julien, França, (1813 – 1878) famoso por seu estudo dos sistemas orgânicos e a criação da fisiologia experimental, que abriu novos caminhos para o conhecimento dos mecanismos que regem o funcionamento dos seres vivos.
            Estudou Medicina em Paris, onde foi assistente e sucessor do fisiologista François Magendie (1783-1855), seu mestre, na cátedra de Medicina no Colége de France, e com quem realizou pesquisas sobre os nervos espinhais. Iniciou seus estudos sobre a Fisiologia (1843), que resultaram em trabalhos sobre a digestão, a circulação e o sistema nervoso, doutorou-se em ciências (1853) e criou e assumiu a cátedra de Fisiologia Geral na Faculdade de Ciências de Sorbonne (1854).

Entrou como membro da Academia Francesa de Ciências (1854) e para o Collège de France, após a morte de Magendie (1855) e morreu em Paris. Considerado um precursor da revolução bioquímica do século XX, desenvolveu também importantes investigações sobre substâncias venenosas. Também entrou para a Academia de Medicina (1868) e escreveu um extraordinário livro: Introduction à la médecine expérimentale (1865).
          Do próximo “colaborador”, o autor terá muita facilidade em escrever, pois conviveu com o mesmo desde o seu primeiro dia de vida, trata-se de Fernando Faria, seu pai. Foram utilizados conceitos extraídos das três obras racionalistas do mesmo. Especificamente nos capítulos  “A Raça Humana na Terra”, “ Interferências” e “Pensamentos e suas Consequências”.
          Fernando Faria nasceu em 15 de outubro de 1930 na cidade de Pires do Rio-GO, ali teve sua infância. Por motivos de ordem profissional, seu pai Mario Orlando Faria, foi transferido para a charqueada do grupo ao qual era funcionário, para a cidade de Uberlândia-MG. Mudaram-se então Pai, mãe, Fernando e o seu irmão gêmio idêntico Ferdinando Faria.
Posteriormente, mudaram-se para São Paulo capital, onde seu pai exerceu os ofícios de barbeiro e posteriormente taxista e chaveiro.
Fernando e Ferdinando começaram aos quatorze anos de idade a trabalhar como ofice-boys no centro da capital paulista para custear seus estudos, no período da noite, uma vez que o ensino ginasial era particular.
Seu sonho era ser um químico, matéria, aliás, que mais gostava, porém pelo fato de tanto Fernando como Ferdinando serem daltônicos, foram aconselhados por um professor a procurar uma carreira diferente, já que os mesmos não conseguiam distinguir as mudanças de cores provenientes das reações químicas. Foram aconselhados a procurar fazer faculdade de elétrotécnica; ambos seguiram o conselho do velho mestre e formaram-se elétrotécnicos, cursaram também inglês e francês, o que lhes proporcionaram fluência nos dois idiomas. Terminando o curso, o pai Sr. Mario, manifestou o desejo de que ambos seguissem sua profissão de taxista, para que em esquema de rodízio, o veículo pudesse trabalhar as 24 horas do dia, otimizando os ganhos da família; o que não foi visto com simpatia tanto por Fernando como por seu irmão Ferdinando.
Surgia a Petrobrás, e as obras da Refinaria Presidente Bernanrdes em Cubatão iriam começar. O governo tinha enorme carência de técnicos com inglês fluente, para fazerem parte das equipes de construção vindas dos Estados Unidos da América do Norte, e pudessem absorver a técnica dos mesmos. Lá foi Fernando enfrentar o processo de seleção e como tinha inglês fluente, foi contratado de imediato, assim como seu irmão gêmeo Ferdinando. Foram colocados junto à engenheiros americanos e sua vida profissional após formado deu-se ali, nos anos cinquenta. Seu pai Mario, não viu com bons olhos tal empreendimento;  em outra cidade, longe dos seus olhos cuidadosos; até que ficou ciente dos salários  a que ambos fariam jus; muito superior ao de taxista. Foi então que a família resolveu mudar-se para Santos junto com os filhos.
Em 1954, numa visita que o então compadre de seu pai, desde os tempos de Pires do Rio-GO, o  caminhoneiro Mario Paronetto Guiotti fazia em sua casa com a filha que vinha passar férias de início de ano, conhece Sonia Paronetto. Deu-se início o namoro, noivado e a mesma já não voltou mais para Pires do Rio após as férias. Casaram-se e desta união nasceram 03 filhos; Sueli, Flavio, quem vos escreve e a caçula Silvia.
Foi na primeira casa que o casal adquiriu após o casamento, no canal 05 em Santos, que fenômenos estranhos aconteciam quando as luzes eram apagadas para que dormissem... Estalos por todo o canto, barulho de madeira e correntes se arrastando, não deixavam que ambos dormissem. O então materialista Fernando, elaborou um dispositivo em que, da sua cama, com um único botão, uma vez acionado, acendiam as luzes da casa toda... para que o mistério pudesse ser mais facilmente desvendado. Qual nada, ao ser acionado tal dispositivo, o lustre caiu por sobre a cama do casal, assustando-os terrivelmente, foi quando Fernando colocou à venda sua residência.
 Um subordinado seu ao ler o anúncio na cantina do canteiro de obras sobre a venda do imóvel, foi ter com o seu chefe a cerca dos motivos que o levavam a se desfazer do imóvel recentemente adquirido ... explicada a real situação, o mesmo anotou o endereço e falou sobre uma reunião espírita que acontecia em um centro de sua irmã, em São Paulo, capital, no sábado próximo e, o mesmo levaria o endereço lá e explicaria o ocorrido. Fernando achou graça, era uma 4ª feira...
Os barulhos continuaram intensamente neste dia, na 5ª, na 6ª feira e no sábado desapareceram.. assim como no domingo! Fernando foi na 2ª feira movido por uma curiosidade enorme, atrás do seu subordinado, para saber o que havia acontecido e o mesmo lhe falou sobre um antigo morador da residência que havia falecido há um bom tempo, porém continuava lá e ficou muito chateado com a presença de estranhos, fazendo tudo para que os mesmos se retirassem de lá.
Fernando achou absurda a explicação, porém os barulhos desapareceram completamente o que o levou a estudar o espiritismo. Iniciou-se pelo Livro dos Espíritos de Allan Kardec.
Para que pudesse alcançar melhores colocações na Petrobrás, no início dos anos setenta, entra na faculdade de administração de empresas Lusíadas, 1ª turma, na cidade de Santos, juntamente com seu fiel companheiro e irmão gêmeo. Formam-se e conseguem a merecida e sonhada promoção através de concursos internos promovidos pela empresa, especializando-se no controle e gestão de estoques informatizados. O sistema por ele desenvolvido foi implantado em todas as refinarias do país e em algumas no exterior. Aposentando-se em 1989, voltou a trabalhar por contrato na mesma Petrobrás, por mais 03 anos para a finalização da informatização nas demais refinarias brasileiras.
Conheceu o Racionalismo Cristão nos anos setenta, continuou suas pesquisas espiritualistas através do ocultismo, umbanda, candomblé, maçonaria, estabelecendo-se definitivamente no Racionalismo Cristão, vindo a tornar-se militante e eternizar-se no Racionalismo Cristão através das três obras racionalistas de sua autoria, disponíveis atualmente tanto na Internet como nas livrarias das Casas Racionalistas Cristãs. Faleceu em 21 de outubro de 1995, vítima de um acidente rodoviário. 
            O próximo colaborador, possa ser que não tenhamos informações biográficas a contento, uma vez que ainda jovem, sequer cogitou na possibilidade de uma autobiografia. Porém, a pertinência dos conteúdos de suas obras sobre o Racionalismo Cristão é primoroso. Foram utilizados conceitos do livro I e III  de sua coleção, citados nas referências bibliográficas, que enriqueceram os capítulos “A História do Pensamento Humano”, “ A Condição de Encarnado”, “Práticas facilitadoras da recepção”, “Interferências”, “Desejos”, “Sobre a Morte e o Morrer” e “Importância do trabalho”. Trata-se de Luiz Hamilton Menossi.

            Este intelectual não racionalista cristão, norteou o início do capítulo “Considerações Sobre a Moral”, onde se fala sobre a Moral. Trata-se de um filósofo contemporâneo espanhol chamado Adolpho Vasquez Sanchez, sobre sua vida e obras, resumidamente temos:

 Adolfo Sanchez Vazquez (nasceu em Andalucia, Espanha em 17 de setembro, 1915) é um espanhol, mexicano filósofo, escritor e professor.
  Depois de estudar filosofia na Universidade de Madrid, ele emigrou para o México em 1939 com muitos outros intelectuais, cientistas e artistas seguindo a derrota da República na Guerra Civil Espanhola. Ele obteve o Doutorado em Filosofia na Universidade Nacional Autônoma do México onde ele é professor.
      
            O próximo colaborador também não pertence a Doutrina Racionalista Cristã, porém é um historiador conceituadíssimo, de onde tiramos informações valiosas sobre as origens do mal. Sua pesquisa sobre as influências do mal, embasaram a primeira parte do capítulo “O Bem e o Mal”, que versa justamente sobre o Bem e o Mal. Trata-se de Jeffrey B. Russell!
Jeffrey Burton Russell (nascido em 1934) é um historiador americano e estudante religioso, que recebeu sua pós-graduação na Universidade da Califórnia, Berkeley em 1955 e seu PhD da Universidade Emory em 1960. Ele é agora Professor Emeritus de História, na Universidade da Califórnia, Santa Bárbara. Ele também ensinou História e Religião em Berkeley, Riverside, Harvard, Universidade do Novo México e Universidade de Notre Dame.
Ele publicou largamente a história medieval da Europa e a história da teologia. Ele é mais escrito por seu quinto-volume histórico no conceito de ‘O Diabo’.
Outros livros incluem Inventando o seu Lugar na Terra (1991). Isso debateu pois no século 19 anti-cristãos inventaram e difundiram a falsa história que educou pessoas na Idade Média que acreditavam que a Terra era o seu lugar, Ele também escrever A história do Céu: O Som do Silêncio (1997), o estudo da história do céu no pensamento do Cristianismo.
            O próximo autor, Racionalista Cristão, forneceu elementos relevantes para a composição dos capítulos “O Bem e o Mal”, “Desejos”, “Pensamento e suas Consequências”, “Sobre a Morte e o Morrer” e “Conduta Racional”; mostrando a visão racionalista do assunto abordado, ora complementando ora corroborando os pesquisadores de fora da filosofia Racionalista Cristã, além de “ensinar” ao autor deste como se estrutura tecnicamente um livro. Trata-se de Caruso Samel. Sobre ele conseguimos levantar:

Caruso Samel, 77, natural de Miracema (RJ) em 1929, RJ, proveniente de família humilde é graduado em engenharia química pela Universidade do Brasil (UB), com registro no CREA e em direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), também com registro na OAB. Especialista nas áreas de engenharia, Engenharia e Construção de Usinas Nucleares; Processamento de Dados para Executivos pela IBM, Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, entre outros.

 Professor em vários cursos de formação universitária, conferencista e palestrante sobre temas filosófico-espiritualistas.

Diretor-Tesoureiro do Centro Redentor Filial de Butantã, na cidade de São Paulo, SP, Brasil, em abril de 2000 passou a colaborar no jornal A Razão, desenvolvendo temas sob o título geral de “Regras de bem viver”.

Escritor, com títulos específicos nas áreas de engenharia, petroquímica e mais recentemente sobre assuntos filosóficos e metafísicos.

Aposentado em 1993, passou a se dedicar, com maior intensidade, ao auto-desenvolvimento intelectual e espiritual. Desde sua juventude teve uma grande inclinação para escrever. Fascinado pelas obras de grandes escritores nacionais e internacionais, com forte inclinação para as obras de Filosofia, Metafísica e Ciência.

Mesmo sabendo que o pensamento é a manifestação mais significativa da Força Inteligente, da alma humana, enfim, do espírito, preocupou-se sempre com o estudo da inteligência emocional e suas manifestações em forma de sentimentos e emoções. Possuindo uma biblioteca de mais de 1500 obras e após muitas pesquisas na Internet, escreveu e editou três livros, a saber:

Em 2001, lançou o livro de sua autoria Reflexões sobre os sentimentos, agora em sua quarta edição, contendo numerosos temas relacionados com a espiritualidade. Nessa obra, de fundo filosófico e humanista, Caruso Samel mostrou a importância de o ser humano manter sempre uma atitude positiva de bem-querer em seus relacionamentos.

Em 2004, lançou o livro Pensamentos para bem viver, entrando agora na sua terceira edição, livro de auto-ajuda que teve enorme repercussão e aceitação por parte de seus leitores. Trata-se de um livro baseado na filosofia do EU POSSO, em que o leitor, através de pensamentos positivos e altruístas, descobre e ensina como enfrentar as vicissitudes da vida com galhardia e sucesso.

 A harmonia universal e a evolução espiritual vêm completar essa trilogia. Autodidata em assuntos de natureza científica e filosófica, além de profundo estudioso do espiritualismo, Caruso Samel, procura nos transmitir os elevados princípios da moral cristã sob a ótica espiritualista.

       Presentemente, um quarto livro acha-se em elaboração, com o título provável de “Reflexões sobre os sentimentos e emoções”, com lançamento previsto para 2009.

A próxima autora tinha especial simpatia da também militante racionalista Sonia Faria, mãe do autor. Escreveu a cerca da luta do bem contra o mal, título de seu livro, e também embasou o capítulo “O Bem e o Mal”. Trata-se de Umbelina M. S. Guimarães. Sobre sua vida, pudemos colher as informações que se seguem:
Umbelina Maria dos Santos Guimarães, natural de Pará de Minas-MG, nasceu em 12 de julho de 1932, casada, mãe de seis filhos, formada no curso de auxiliar de enfermagem da Escola de Saúde Oswaldo Cruz, em Belo Horizonte.
            Exerceu atividades relativas à sua profissão no SOCOR (Socorro do Coração), um dos mais conceituados hospitais de Minas Gerais.
            Filiou-se no Racionalismo Cristão em 14/11/1983 na filial de Belo Horizonte, desempenhando funções como esteio das correntes; presidindo algumas sessões públicas. Liderando atualmente o grupo de racionalistas cristãos do correspondente de Sta. Efigênia, em Belo Horizonte-MG. desde janeiro de 1992.

          Este intelectual é de fora da Doutrina Racionalista Cristã. Esteve em diversas partes do planeta estudando, refletindo, palestrando e escrevendo brilhantes obras para orientadores e professores. Seus conceitos embasaram  parte do capítulo “Sabedoria”. Trata-se de Rubem Alves;  sobre ele:

Rubem Alves nasceu no dia 15 de setembro de 1933, em Boa Esperança, sul de Minas Gerais, naquele tempo chamada de Dores da Boa Esperança. A cidade é conhecida pela serra imortalizada por Lamartine Babo e Francisco Alves na música "Serra da Boa Esperança".
 A família mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1945, onde, apesar de matriculado em bom colégio, sofria com a chacota de seus colegas que não perdoavam seu sotaque mineiro. Buscou refúgio na religião, pois vivia solitário, sem amigos. Teve aulas de piano, mas não teve o mesmo desempenho de seu conterrâneo, Nelson Freire. Foi bem sucedido no estudo de teologia e iniciou sua carreira dentro de sua igreja como pastor em cidade do interior de Minas.
 No período de 1953 a 1957 estudou Teologia no Seminário Presbiteriano de Campinas (SP), tendo se transferido para Lavras (MG), em 1958, onde exerce as funções de pastor naquela comunidade até 1963.
Casou-se em 1959 e teve três filhos: Sérgio (1959), Marcos (1962) e Raquel (1975). Foi ela sua musa inspiradora na feitura de contos infantis.
Em 1963 foi estudar em Nova York, retornando ao Brasil no mês de maio de 1964 com o título de Mestre em Teologia pelo Union Theological Seminary. Denunciado pelas autoridades da Igreja Presbiteriana como subversivo, em 1968, foi perseguido pelo regime militar. Abandonou a igreja presbiteriana e retornou com a família para os Estados Unidos, fugindo das ameaças que recebia. Lá, torna-se Doutor em Filosofia (Ph.D.) pelo Princeton Theological Seminary.
 Sua tese de doutoramento em teologia, “A Theology of Human Hope”, publicada em 1969 pela editora católica Corpus Books é, no seu entendimento, “um dos primeiros brotos daquilo que posteriormente recebeu o nome de “Teoria da Libertação”.
De volta ao Brasil, por indicação do professor Paul Singer, conhecido economista, é contratado para dar aulas de Filosofia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro (SP).

            Em 1971, foi professor-visitante no Union Theological Seminary.
Em 1973, transferiu-se para a Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, como professor-adjunto na Faculdade de Educação.
No ano seguinte, 1974, ocupa o cargo de professor-titular de Filosofia no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), na UNICAMP.
É nomeado professor-titular na Faculdade de Educação da UNICAMP e, em 1979, professor livre-docente no IFCH daquela universidade. Convidado pela "Nobel Fundation" profere conferência intitulada "The Quest for Peace".
No início da década de 80 torna-se psicanalista pela Sociedade Paulista de Psicanálise.
Em 1988, foi professor-visitante na Universidade de Birmingham, Inglaterra. Posteriormente, a convite da "Rockefeller Fundation" fez "residência" no "Bellagio Study Center", Itália.
Na literatura e a poesia encontrou a alegria que o manteve vivo nas horas más por que passou. Tornou-se autor de inúmeros livros, é colaborador em diversos jornais e revistas com crônicas de grande sucesso, em especial entre os vestibulandos.
Afirma que é “psicanalista, embora heterodoxo”, pois nela reside o fato de que acredita que no mais profundo do inconsciente mora a beleza.
O autor é membro da Academia Campinense de Letras, professor-emérito da Unicamp e cidadão-honorário de Campinas, onde recebeu a medalha Carlos Gomes de contribuição à cultura.

          Agora, falaremos de uma pessoa de especial importância para o Racionalismo Cristão. Trata-se do doutor Pinheiro Guedes, cuja obra Ciência Espírita embasou técnicamente boa parte das explicações racionalistas cristãs, codificadas por Luiz de Mattos. No trabalho que se segue, utilizamo-nos dos seus conceitos no capítulo “A Condição de encarnado” e a “Conclusão”. Sobre Pinheiro Guedes podemos dizer que:

Pinheiro Guedes, médico na Corte, oficial do Exército, foi Senador da República, justamente quando se instalou a Assembléia Constituinte de 1890, que elaborou a primeira Constituição Republicana do Brasil.
Era Pinheiro Guedes, nessa ocasião, representante de Mato Grosso, ao lado de Joaquim Murtinho. Da independência de seu caráter e sinceridade de suas convicções, é prova o fato de haver Pinheiro Guedes, com Ângelo Torterolli e outros espiritualistas da época, encabeçado uma comissão que foi à presença de Pedro II oferecer uma coleção de obras espíritas ao magnânimo Imperador do Brasil.
CIÊNCIA ESPÍRITA prova de início, que a Medicina se originou do espiritismo e demonstra a perfeita entrosagem entre o corpo, que o médico trata, e o espírito, que preside a formação desse corpo, desde a sua fase inicial. Daí a extraordinária vantagem do médico que, possuidor da ciência humana, é também conhecedor da ciência espírita. Nesta ordem de idéias, o Dr. Pinheiro Guedes é de uma clareza admirável, e se torna irresistivelmente fascinante quando explica, sob a luz da ciência espírita, os fenômenos comumente designados como histerismo, loucura e outros.

          Quando dos estudos das obras racionalistas, disponíveis na internet, o autor depara-se com um livro de capa verde, intitulado “Trajetória Evolutiva”, não fazia idéia que tudo o que tinha na mente pronto para passar para um dos capítulos deste, já havia sido escrito por este que será o nosso próximo autor a ter um pouco de sua vida conhecida.

A pontinha de inveja sentida, por não ser o precurssor de tal façanha logo se desfez, quando, ao ler sobre a biografia deste,  lágrimas de emoção o alcançaram e, um elevado grau de admiração surgiu.  Também foram colhidos conceitos deste, nos capítulos “Cérebro, o receptor das Vibrações da Inteligência Universal”e “Escalas de Evolução Espiritual”. Trata-se de Felino Alves de Jesus:

Era Felino Alves de Jesus filho de Maria Alves de Jesus e Saturnino Antonio de Jesus, pais humildes, mas honrados, e com algumas carências, transcorreu a sua infância.
Morou em ambiente muito simples e alguns de má vizinhança, a ponto de sua mãe ocupá-lo em atividades na Igreja de Santo Afonso, no bairro do Andaraí (aonde chegou a ser sacristão), a fim de afastá-lo do meio ambiente em que residiam, nas proximidades do Morro do Arrelia, um dos famosos locais perigosos daquela época. Envidados esforços, mudou-se a família para Jacarepaguá e aí tudo começou a se modificar. O menino é matriculado na antiga Escola Bahia, em Jacarepaguá (escola pública de ensino gratuito) e de tal modo se destacava, que sua professora, a sempre lembrada D. Olímpia Bitting Borges, passou a tomar interesse por ele, procurando seus pais para que interrompidos não fossem os estudos do aluno brilhante, que concluído o curso primário não teria possibilidades de prosseguir estudando.
Naquele tempo, apenas existia um colégio de nível ginasial, mantido pelo governo e gratuito, o tradicional Colégio Pedro II, com vagas sempre ocupadas por recomendação.     Era aprimorado o seu ensino e altamente conceituado o seu Corpo Docente composto de grandes mestres.
– Quem recomendaria um menino desconhecido e carente de recursos financeiros?!
D. Olimpia, ciente das dificuldades existentes, empenha-se com um amigo, diretor de um colégio particular, para conseguir uma matrícula gratuita no curso ginasial.
Todavia, não satisfeita com a orientação que o seu ex-aluno vinha recebendo, resolve apelar, através de reportagem no jornal “O Globo”, para que melhor fosse olhado o aluno carente de recursos financeiros e com capacidade intelectual, citando como exemplo o caso do seu aluno querido, impedido de ter acesso às escolas de nível ginasial.
Logo se fizeram sentir os resultados daquele alerta! Foi conseguida matrícula no Colégio Pedro II e Felino recebe aulas dos grandes mestres daquela época. Cursava ele o 4º ano ginasial, quando sua amiga e ex-professora D. Olimpia o alerta para a tomada de uma decisão quanto à carreira a seguir. Na situação dele, com carência de recursos financeiros, deveria ser escolhida uma carreira militar.
Felino escolheu a Marinha. Talvez fosse desnecessário dizer que ele optou pela de mais difícil acesso, quer pelo exame de habilitação, quer pelo critério de seleção na admissão à matrícula em sua escola preparatória de oficiais – a famosa Escola Naval (Villegagnon).
É incentivado por D. Olimpia. Apesar de ainda estar no 4º ano ginasial, arrisca, sem nenhum preparo em curso especializado, o exame de habilitação à Escola Naval, por causa do limite de idade que seria ultrapassado, caso ele esperasse concluir o curso ginasial (na época de 5 anos).
Agradável surpresa: é aprovado em 11º lugar! E, depois?!
Surgem os sérios obstáculos do critério de admissão, rigorosíssimo na seleção dos candidatos, porque para a Escola Naval, naquela época, era selecionada uma espécie de elite da mocidade que desejava uma carreira militar.
Analisados os antecedentes do aluno classificado em 11º lugar, a Diretoria da Escola Naval rejeita a admissão por ser filho de um praça da Polícia Militar do antigo Distrito Federal. Novamente, D. Olimpia se movimenta. Procura seu amigo Almirante Protógenes Guimarães, na época interventor do Estado do Rio de Janeiro, expõe o problema do seu pupilo e ameaça com uma reportagem sobre o critério de discriminação social na Escola Naval. O Almirante Protógenes Guimarães interessa-se pelo assunto e envida esforços junto à direção da Escola Naval e junto ao Ministério da Marinha, alertando para o censurável critério que tanto desmerecia a famosa Marinha Brasileira e o sério problema criado com a exclusão de um aluno classificado dentro do número de vagas e num dos primeiros lugares, após rigoroso exame de habilitação.
Satisfatoriamente, é resolvido o problema, e a partir daquela época começa a se modificar o critério de admissão dos alunos aprovados na Escola Naval.
Novo obstáculo: aquisição do enxoval, bastante custoso, dado o número de fardas e complementos, roupa de cama, calçados etc.
Diante da situação dos pais de Felino, D. Olimpia lembra um ofício endereçado ao Comando da Policia Militar do antigo Distrito Federal, relatando a notícia alvissareira: um filho de praça daquela corporação matriculado na Escola Naval! O ofício é enviado pelo próprio Ministério da Marinha. Recebido o ofício, é imediatamente transcrito na Ordem do Dia da Corporação e por sugestão do Comandante Aragão o enxoval do futuro Oficial da Marinha ia ser fornecido pela Policia Militar. Mas, tal foi o regozijo e tão estimado era o praça Saturnino Antonio de Jesus, que cada praça fez questão de doar um dia de seu soldo para ajudar na aquisição do enxoval!
Em 23 de abril de 1934, Felino ingressa na Escola Naval e inicia sua carreira militar. Destaca-se nos estudos, disciplina, trato social e atitudes patrióticas. Em 30 de dezembro de 1939 sai Guarda-Marinha e classifica-se num dos primeiros lugares. Faz a viagem de instrução no Navio-Escola Almirante Saldanha e, após, recebe o galão de 2º Tenente da Marinha.
Felino queria ser aviador. Todavia, teria que esperar o posto de 1º Tenente para ingressar na Aviação Naval.
É criado o Ministério da Aeronáutica, em janeiro de 1941. Felino pede transferência para a Força Aérea Brasileira (FAB). É matriculado na Escola de Aeronáutica dos Afonsos em 10 de maio de 1941, tendo como companheiros os Aspirantes de Villegagnon (Escola Naval) e os Cadetes de Realengo (Escola de Aviação Militar). É considerado Oficial-aluno. Terminado o Curso de Pilotagem, em 30 de setembro de 1942, tira o Curso de Pára-quedista, na Escola do Aeroclube de S. Paulo, onde surgiu o pára-quedismo no Brasil. Ao término do Curso, em 3 de março de 1943, recebe Menção Honrosa e classifica-se em 1º lugar. Passou a ser o Primeiro Páraquedista da FAB e chegou a executar 31 saltos, alguns do tipo retardado.
O Brasil entra na 2ª Guerra Mundial.
Surge o 1º Grupo de Caça e é aberto o voluntariado. Felino inscreve-se como voluntário para Controlador de Radar. Ocupa uma das 4 vagas existentes e é enviado, em 30 de março de 1944, para uma Base de Treinamento da Força Aérea Americana, no Canal do Panamá. Antes de partir, despede-se do Comando da Escola de Aeronáutica dos Afonsos, e seu Comandante, Brigadeiro Fontenelle, em ofício diz: “Elogio o Tenente Felino pela correta disciplina militar, dedicação e espírito de sacrifício”.
Em agosto de 1944, em companhia de três colegas ruma para a Itália, desembarcando em Nápoles. Permanece agregado à Força Aérea Americana, enquanto aguarda a chegada do 1º Grupo de Caça. Em 7 de outubro de 1944, na Base Aérea próximo a Tarquínia (Itália) recebe o 1º Grupo de Caça e fica incumbido da ligação desse Grupo de Caça com a Força Expedicionária Brasileira (FEB). Diziam seus colegas que ele era tudo: desde mensageiro, até oficial indicado para tratar de assuntos ligados com o Estado-Maior das forças em combate. Por ser de grande iniciativa, merecedor da confiança do Comando do Grupo, só recorria ao Comandante Nero Moura quando se tratava de problema de extrema gravidade. Apesar das funções em terra, não deixou de ser aviador. Realizou onze missões de transporte, pilotando o B-25 do Grupo.
Em 2 de maio de 1945, dia em que terminaram as hostilidades na Itália, ele se desliga do 1º Grupo de Caça recebendo do Comandante Nero Moura o seguinte elogio: “Por ter de regressar ao Brasil, louvo o 1º Tenente Aviador Felino Alves de Jesus pelos bons serviços prestados a este comando com tanta espontaneidade e dedicação.
Afastado do vôo por imposição da função que lhe coube, serviu ao Grupo com o mesmo espírito de sacrifício e patriotismo, trabalhando para a Unidade, em guerra, com interesse e boa vontade. Inicialmente treinado como controlador de vôo, e neste teatro de operações não tendo oportunidade para empregar os conhecimentos adquiridos nos cursos e estágios que realizou no Panamá, Estados Unidos e Itália, destacou-se em outras funções que lhe foram designadas: coordenador da mala do correio, ligação com a FEB e chefia da Seção de Armamento do lº Grupo de Caça. Trabalhador incansável, organizador metódico e oficial disciplinado, o Tenente Felino, pelas suas qualidades e conhecimentos obtidos em operações de guerra, será sem dúvida uma fonte permanente de consultas futuras no âmbito da Forca Aérea Brasileira.
No dia 11 de maio de 1945, Felino volta à Pátria.
Estava havendo no Brasil como que um movimento para o retorno do país à democracia. Vivia-se a fase da ditadura de Vargas. Liderava um movimento, em prol de um regime democrata, o inconfundível Brigadeiro Eduardo Gomes. Felino, recém-chegado dos campos de batalha, procura o Brigadeiro e apresenta-se: “Brigadeiro, vim de lutar por um mundo melhor, quero ao seu lado lutar por um Brasil melhor”.
A partir desse encontro, começa a participar ativamente da campanha pela redemocratização do país, sem temer consequências. Estava no serviço ativo da Força Aérea Brasileira. Em serviço, era o militar disciplinado. Fora do serviço era o lutador incansável, idealista, colaborador dedicado e leal, grande incentivador da Campanha liderada pelo Brigadeiro Eduardo Gomes que tinha por lema: “O preço da Liberdade é a eterna Vigilância”.
Era indicado para viagens aéreas com a responsabilidade de conduzir autoridades civis, militares e eclesiásticas. Apesar de seus superiores hierárquicos conhecerem suas convicções e ideais espiritualistas, era frequentemente indicado para conduzir padres e bispos a Congressos, e numa dessas viagens teve a responsabilidade de conduzir o Cardeal D. Jaime Câmara que havia solicitado à Diretoria de Rotas Aéreas um piloto competente para conduzi-lo à sagração de Bispos, no Norte do país. Naquela época, a aviação brasileira como que engatinhava; suas rotas recém-criadas, falta de radiocomunicações em alguns campos de pouso; não havia os recursos e a segurança de hoje. Era uma aventura sobrevoar o rio Tocantins, atravessar o Amazonas, alcançar Fernando Noronha, no Oceano Atlântico, e aterrar com aparelhos de maior porte em pequenos campos de pouso. Daí a indicação dos pilotos da FAB para missões de major responsabilidade. Em todos os lugares onde pousava, Felino fazia amigos, recebia presentes (pássaros, corcinhas, micos, tartarugas, jabutis) e até uma coleção de arco e flechas ganhou do cacique de uma tribo, quando pela primeira vez o cacique viu pousar um avião do Correio Aéreo Nacional, em Xavantina, próximo à tribo. Os padres e missionários protestantes eram seus admiradores, pela boa vontade com que o piloto Felino, às vezes até infringindo o regulamento, mas tentando salvar vidas, conduzia enfermos para as localidades aonde pudessem ser prestados socorros imediatos. Quantas vidas ajudou a salvar e crianças a nascer! . . . Mas tal era a sua noção de disciplina, que chegado ao final de viagem, em seus relatórios sempre citava “as indisciplinas" cometidas.
Resolveu cursar Engenharia. Desejava tirar o Curso de Engenheiro em Radiocomunicações. Concorre ao exame de seleção à antiga Escola Técnica do Exército, hoje Instituto Militar de Engenharia (IME) e é aprovado em 1º lugar! Inicia o curso em março de 1945 e chega até a metade do 2º ano, quando faleceu. Apesar do pouco tempo de convivência, a figura do colega Felino foi tão marcante que a rapaziada de então, até hoje, recorda-o pelo seu coleguismo, capacidade intelectual, sua liderança.
Nas homenagens póstumas prestadas por ocasião da Formatura de Engenheiros do ITA de 1951, foi lembrado, citado, como que o símbolo de união das Forças Armadas – iniciara sua carreira militar na Marinha, prosseguira na Aeronáutica e quando de seu falecimento estava agregado à Escola Técnica do Exército. “Para eles foi o líder a ser seguido” (palavras do orador da Turma 1951, Engenheiro Antonio Carlos Junqueira de Moraes).
Concluído o Curso da Escola Naval, quando já possuía uma remuneração, resolveu, como que em agradecimento a tudo que havia obtido, ajudar “alguém que quisesse ser alguém”. Custeou os estudos de um afilhado de seus pais, filho de mãe viúva enfrentando dificuldades. Matriculou-o num dos melhores colégios do Rio de Janeiro, e até as despesas com material escolar pagava. Mesmo quando ausente do país, durante a guerra, nada faltou ao afilhado de seus pais. Encaminhou o rapaz, terminado o ginásio, para a Escola de Aeronáutica dos Afonsos, não tendo ali concluído o curso, por motivo de saúde. Depois, já em espírito, Felino deve ter tido a satisfação de ver seu pupilo formado em Engenharia Civil, na antiga Escola Politécnica, a melhor da época, do Rio de Janeiro.
Felino era afável, comunicativo, discreto, despido de vaidades, convivia com humildes, como com grandes personalidades, sabia estar em ambientes simples, como em ambientes de requinte, apenas se transformava quando envergava sua farda, e em serviço era rigoroso na disciplina e no cumprimento do dever.
Apesar das dificuldades e obstáculos “o menino sem recursos financeiros” estudou. Pelo seu esforço e interesse, recebeu ajuda, teve uma carreira e destacou-se sempre. Nunca alimentou sentimentos de inveja, recalques ou despeito. Foi sempre amigo de ajudar e nunca aninhou em seu espírito sentimentos de revolta pelas adversidades que enfrentou. Dizia ele, recordando o passado, que tudo parecia como que um sonho e era para ele como que a valorização do que havia alcançado.
Felino nasceu em 9 de maio de 1918. Realizou seu último vôo, comandando um avião do 2º Grupo de Transporte, em serviço na rota de Fernando Noronha, em 11 de junho de 1949. Faleceu em 12 de julho de 1949. Apenas 31 anos de vida física. Deixou exemplos a serem seguidos e que enchem de orgulho aqueles que lhe pertenceram.


Agora conheceremos a Dra. Glaci R. da Silva. Vamos ter o prazer de entrar em contato com um pouco da sua bela história. Os conceitos por ela desenvolvidos foram valiosos na confecção do capítulo “Pensamento e suas Consequências”, deste trabalho.

 Nascida em 1931, na capital do Estado de São Paulo, em berço racionalista cristão,  foi também criada dentro dos ensinamentos dessa Doutrina.
Glaci, nos anos 80, começou a desenvolver mediunidade e foi instrumento mediúnico do Racionalismo Cristão nos Filiados de Ribeirão Preto (SP), Campinas (SP) e Porto Alegre (RS).
Médica, graduada em 1957 pela Escola Paulista de Medicina (EPM). Seus primeiros contatos com o mundo científico foram feitos durante os anos em que trabalhou voluntariamente na EPM como Instrutora de Bioquímica. Isso a entusiasmou tanto que resolveu seguir a carreira universitária pois as pesquisas científicas são feitas principalmente no âmbito universitário.
Nessa época, quem quisesse fazer Ciência no Brasil encontrava muitas dificuldades, pois ainda não existiam aqui os cursos de pós-graduação. Uma das alternativas mais usadas para resolver esse problema era fazer uma especialização no exterior, estagiando em uma universidade. Assim, pouco depois de formada, foi para os Estados Unidos onde permaneceu durante três anos fazendo estágios em Farmacologia em duas universidades americanas: a Yale University e a Tulane University.
Foi durante esse período que publicou seus primeiros trabalhos científicos.
Ao retornar ao Brasil, foi convidada para trabalhar no campus que a Universidade de S. Paulo (USP) acabara de implantar em Ribeirão Preto onde o objetivo específico era fazer ciência e formar cientistas. Fez ali seu doutoramento em Farmacologia Médica e, posteriormente, com uma bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) passou dois anos na Itália fazendo seu pós-doutoramento na Università Degli Studi di Roma.
 Retornando ao Brasil e sentindo que, como médica, era importante ter uma vivência clínica, pediu transferência para o Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da USP onde permaneceu durante seis anos.
 Essa experiência na clínica foi um aprendizado válido, porém afastou-a completamente das pesquisas, pois nunca concordou em fazê-las usando para isso o ser humano como cobaia.
Em 1983 conseguiu sua transferência da USP para a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) onde voltou a fazer Ciência Experimental por cerca de mais dezessete anos.
Oficialmente aposentou-se em 1996, porém continuou ligada à UNICAMP como Professora Convidada até o ano 2000.

Este foi um dos maiores intelectuais de nossos tempos, seus escritos, palestras e entrevistas, influenciaram positivamente a vida do autor e de outros tantos habitantes deste planeta. Trata-se de J. Krishnamurti; filósofo contemporâneo reconhecido internacionalmente. Utilizamos seus conceitos nos capítulos “Desejos” e “Sofrimentos”, deste. Sobre ele temos:

Jiddu Krishnamurti nasceu na Índia em 1895. Com a idade de 13 anos passou a ser educado pela Sociedade Teosófica, que o considerava um dos grandes Mestres do mundo. Krishnamurti em breve viria a emergir como um Mestre extraordinário e inteiramente descomprometido. As suas palestras e escritos não se ligam a nenhuma religião específica nem pertencem ao Oriente ou ao Ocidente, mas sim ao mundo na sua globalidade:
Durante o resto da sua existência, foi rejeitando insistentemente o estatuto de guia espiritual que alguns tentaram atribuir-lhe. Continuou a atrair grandes audiências por todo o mundo, mas recusando qualquer autoridade, não aceitando discípulos e falando sempre como se fosse de pessoa a pessoa. O cerne do seu ensinamento consiste na afirmação de que a necessária e urgente mudança fundamental da sociedade só pode acontecer através da transformação da consciência individual. A necessidade do autoconhecimento e da compreensão das influências restritivas e separativas das religiões organizadas, dos nacionalismos e de outros condicionamentos, foram por ele constantemente realçadas. K. chamou sempre a atenção para a necessidade urgente de um aprofundamento da consciência, para esse "vasto espaço que existe no cérebro onde há inimaginável energia". Essa energia parece ter sido a origem da sua própria criatividade e também a chave para o seu impacto catalítico numa tão grande e variada quantidade de pessoas.
A Educação foi sempre uma das preocupações de Krishnamurti. Fundou várias Escolas em diferentes partes do mundo onde crianças, jovens e adultos podem aprender juntos a viver um quotidiano de compreensão da sua relação com o mundo e com os outros seres humanos, de descondicionamento e de florescimento interior.
Durante sua vida, K. viajou por todo o mundo falando às pessoas, tendo falecido em 1986, com a idade 90 anos. As suas palestras e diálogos, diários e outros escritos estão reunidos em mais de 60 livros.

            Amigos de K., reconhecendo a importância dos seus ensinamentos, estabeleceram Fundações, na Europa, nos Estados Unidos, na América Latina e na Índia, assim como Centros de Informação, em muitos países do mundo, onde se podem colher informações sobre Krishnamurti e a sua obra. As Fundações têm caráter exclusivamente administrativo e destinam-se não só a difundir a obra de K., mas também a ajudar a financiar as escolas experimentais por ele fundadas.
"... Falamos da vida -- e não de idéias, de teorias, de práticas ou de técnicas. Falamos para que olhe esta vida total, que é também a sua vida, para que lhe dê atenção. Isso significa que não pode desperdiçá-la. Tem pouquíssimo tempo para viver, talvez dez, talvez cinquenta anos. Não perca esse tempo. Olhe a sua vida, dê tudo para a compreender." (Krishnamurti)

            O próximo colaborador, forneceu elementos para elaboração do capítulo “Desejos”. Trata-se do guru indiano contemporâneo Sathya Sai babá.

Sathya Sai Baba nasceu em 23 de novembro de 1926, numa pequena vila no sul da Índia, chamada Puttaparthi, no estado de Andhra Pradesh. Ele reside lá ainda hoje, recebendo milhares de visitantes do mundo inteiro em sua comunidade espiritual (ashram), chamada Prasanthi Nilayam, que significa "Morada da Paz Suprema" (shanti=paz, pra=suprema, nilayam=morada).

Apesar de muitos se aproximarem por curiosidade, o ashram, onde vive Sai Baba, não é um lugar turístico, e sim um local onde um grupo de pessoas está voltado para um objetivo comum, que é a obtenção da Paz Interior através de íntima comunhão com o sagrado, com o Divino. Visando a alcançar tal objetivo, busca-se colocar em prática as orientações de Sai Baba, tais como: silêncio, meditação, serviço altruísta, canto de nomes sagrados, autoquestionamento e amor incondicional.
A seguir, o autor fala de um colaborador, cujos dados biográficos não foram possíveis de se obter, o que não desmerece de forma nenhuma a importância dos conceitos utilizados a partir do artigo publicado na Internet, de sua autoria, no portal do espírito, utilizado no capítulo 14- “ Os Desejos”. Trata-se de Enéas Martins Canhadas, psicólogo contemporâneo, espírita, autor de diversos artigos publicados e livros, a disposição na Internet, no endereço www.portaldoespirito.org.br
A próxima autora tem fundamental importância no capítulo “Sobre a Morte e o Morrer”, em que se trata sobre a morte e o morrer. Esta foi a cientista que talvez mais tenha caminhado no sentido de desvelar os efeitos na mente e no corpo, relativas à esta situação. Trata-se de Elizabeth kübler Ross cuja vida teremos a satisfação de conhecer mais agora:
            Elisabeth Kübler-Ross, nascida em Zurich Suíça,(08/07/1926 – 24/08/2004) médica psiquiatra, com 33 anos mudou-se para os E.U.A (1959), onde continuou seus estudos; contam-se dezoito títulos de doutorado em psiquiatria; é a mulher que mudou a maneira como o mundo pensava sobre a morte e o morrer. Através de seus vários livros e muitos anos de trabalho com crianças, pacientes de AIDS e idosos portadores de doenças fatais, Kübler-Ross trouxe consolo e compreensão para milhões de pessoas que tentavam lidar com a própria morte ou com a de entes queridos. Ao enfrentar a perspectiva da morte (aos setenta e um anos), essa médica internacionalmente famosa conta a história de sua vida,  aprofunda sua verdade final dizendo que “a morte não existe”.
            Escrita com franqueza e entusiasmo, a autobiografia de Kübler-Ross reconstitui o desenvolvimento intelectual e espiritual de um destino. As convicções que enfrentaram dogmas, preconceitos e críticas, já estavam presentes na menina suíça, quando a jovem Elisabeth se viu pela primeira vez diante das injustiças do mundo e jurou acabar com elas.
            Do seu trabalho na Polônia devastada pela guerra à sua forma pioneira de aconselhamento terapêutico aos doentes terminais, a seus já lendários seminários sobre a morte e o processo de morrer na Universidade de Chicago, às suas surpreendentes conversas com os que reviveram depois da morte, cada experiência proporcionou a Kübler-Ross uma peça do quebra-cabeça. Em uma cultura determinada a varrer a morte para debaixo do tapete e escondê-la ali, Kübler-Ross desafiou o senso comum ao trazer e expor essa etapa final da existência para que não tivéssemos mais medo dela.
            Sua história é uma aventura do coração, vigorosa, controvertida, inspiradora, um legado à altura de uma vida extraordinária.
            “As pessoas sempre me perguntam como é a morte. Digo-lhes que é sublime. É a coisa mais fácil que terão que fazer. A vida é dura. A vida é luta. Viver é como ir à escola. Dão a você muitas lições a estudar. Quanto mais você aprende, mais difíceis ficam as lições. Quando aprendemos as lições, a dor se vai.”
           “Sei muito pouco sobre a filosofia da reencarnação. Não foi o tipo de educação que recebi. Mas sei agora que existem mistérios da mente, da psiquê, do espírito, que não podem ser examinados em microscópios ou testados com reações químicas. Com o tempo, saberei mais. Com o tempo, vou compreender.”
          O próximo autor é um monge budista. Sua visão interessante e pertinente sobre a morte e o morrer complementou os conceitos de Elizabeth no capítulo “Sobre a Morte e o Morrer” deste. Sobre o Mestre Thich Nhat Hanh, saibam que:
THICH NHAT HANH, chamado carinhosamente por todos de Thây, nasceu no Vietnã do Centro em 1926. Aos 16 anos iniciou sua vida religiosa na tradição zen budista Thien Lam-Te, ou Rinzai (no Japão), que surgiu no sec. III no Vietnam. Poeta e ativista pela paz, trabalhou em sua juventude para que o budismo vivesse em harmonia, reconciliação e fraternidade com a sociedade vietnamita.
            Durante a guerra no Vietnam renunciou ao isolamento monástico para ajudar ativamente o seu povo e, desde então, tem sempre dado a prática religiosa um empenho social e político pela paz.
            Mestre Zen, é monge há mais de 40 anos. Fundou no Vietnã a School of Youth for Social Service, uma organização para reconstruir os lugarejos destruídos e para reinstalar as milhares de pessoas que fugiram da guerra.
Também fundou a Van Hanh Buddhist University, a La Boi Press e a Tiep Hien Order of lnterbeing.
No ano de 1964, de retorno de uma viagem de estudo aos Estados Unidos onde durante dois anos fez um curso de Religiões Comparadas na Universidade de Princeton, participou no Vietnam da criação de um dos mais significativos movimentos de resistência sem-violência do século XX. Participou junto com um grupo de professores e estudantes universitários vietnamitas da fundação da Escola de Jovens para Serviço Social (réplica do modelo americano do "Pequeno Corpo de Paz"): grupo de leigos e religiosos que se empenharam na campanha de criar escolas, hospitais e, mais tarde, na reconstrução das aldeias bombardeadas, sofrendo ataques de ambos contendores: comunistas (Vietnam do Norte) e não-comunistas (Vietnam do Sul). Fundou também durante a guerra, em 1964, na Universidade Budista Van Hanh, a Ordem Tiep Hien, (Ordem Interser), que deriva da Escola Zen Budista de Lin Chi, e está na 42ª geração dessa escola. Devido ao seu empenho em terminar com a violência que afligia seu povo, Thich Nhat Hanh foi impedido de retornar ao seu país pelos contendores.
            Em 1966, Thich Nhat Hanh desembarcou nos Estados Unidos para fazer um ciclo de palestras como porta voz do povo vietnamita aos líderes militares americanos, advogados, líderes religiosos e ativistas sociais. No ano de l967, devido ao seu imenso esforço e pregação sem violência, pela reconciliação entre o Vietnam do Norte e o do Sul, ele foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz por Martin Luther King, Jr.
Em 1969, Thich Nhat Hanh chefiou a Delegação Budista Vietnamita da Paz na Conferência de Paz em Paris e permaneceu na França até que os acordos fossem assinados em 1973. Após a Assinatura do Acordo de Paz, quando tentou retornar ao país, não mais foi permitido seu ingresso no Vietnam, e até hoje ele vive em exílio na França, onde continua a servir a seu povo através da organização de esforço de salvação dos povos dos barcos no Golfo do Sião (Tailândia). Os governos da Tailândia e de Singapura logo impediram este corajoso projeto.
Em 1982, tendo como colaboradora a monja Chân Không, sua colega de muitos anos, fundou Plum Village, uma comunidade budista para monges e monjas, situada próxima a cidade de Bordeaux, no sudeste da França, onde ensina a "Arte de Viver em Plena Consciência". Em seus retiros participam a cada ano milhares de pessoas, procedentes de todas as partes do mundo. Plum Village não é somente um refúgio para aqueles que buscam paz interior através de práticas de plena consciência; é também um "um lar fora de seu lar" para muitos expatriados vietnamitas, onde eles podem visitar e experimentar muitos elementos de sua tradicional cultura. Ainda hoje Thich Nhat Hanh continua a escrever, ensinar e fazer palestras. É autor de inúmeros livros sobre meditação, cura e transformação, e também inúmeros poemas. Ele dirige retiros em vários lugares do mundo, e também workshops de cura para veteranos da guerra do Vietnam. Thay, como seus estudantes carinhosamente o chamam, viaja regularmente para os E.U.A.,  onde continua ensinar budismo engajado, responsabilidade social e dissolução da violência através da prática do viver consciente.
Em 1987 veio ao Brasil, visitando as cidades do Rio de Janeiro e Belo Horizonte onde conduziu retiros e pronunciou palestras, originando o livro editado pelo Instituto Solaris, Respirando e Sorrindo.
            Em 1997 foram estabelecidos em Vermont (E.U.A.) o Maple Forest Monastery e o Green Mountain Dharma Center como centros dessa tradição na América. Mais recentemente foi criado também na Califórnia o Deer Park Monastery.
Embora a luta pela reconciliação no Vietnam tenha significado para ele ter que renunciar a sua pátria, ele conquistou inúmeras honrarias ao redor do mundo.
Thich Nhat Hanh tem transmitido o budismo tanto a noviços quanto a leigos, não só no Vietnã, seu país, e no seu exílio na França, como também nos diferentes países em que, como figura de proa, é chamado a comparecer nas conferências de paz.
É autor de numerosas obras (75 livros), todas vazadas em estilo simples e profundamente perceptivo, características fundamentais de um mestre zen.
Procura mostrar o que é a meditação dirigida à compreensão. Para ele, compreender não é obra do pensamento que reflete, e sim da contemplação consciente que percebe e intui. Com seu estilo simples, profundo e compassivo, Nhat Hanh utiliza elementos da psicologia budista, da epistemologia e da fisica contemporânea, servindo-se de muitas historietas para acompanhar o leitor em sua Jornada da atenção consciente para a iluminação.

O próximo autor a ser melhor conhecido por nós é Pompeu Cantarelli. O Racionalismo Cristão deve muito a este senhor, que dedicou muitos anos de sua vida à esta causa. Seus escritos foram fundamentais para a elaboração dos capítulos “Desejos” e “Importância do trabalho” deste livro. Uma brilhante e merecida biografia poderá ser percebida pelo leitor a seguir:

Às vinte e três horas do dia 31 de agosto de 1904, no sítio Santa Maria, que dista apenas um quilômetro da cidade de Parnamirim, na época denominada Leopoldina, Estado de Pernambuco, nascia uma criança a quem deram o nome de Pompeu, em homenagem ao avô paterno, que se chamava Pompeu Cantarelli, sendo os pais do menino Antônio Lustosa Cantarelli e Ascendina Aquino. Desde garoto encarava a vida com seriedade e sensatez, motivo por que era chamado de menino-homem. Ainda bem jovem tornou-se livre-pensador, amigo da verdade, da justiça e da razão.1
Eis aí, em rápidas palavras, um retrato significativo da meninice e da juventude de Pompeu Cantarelli.
Em 1920, transferiu-se para a vizinha cidade de Cabrobó e, em 1924, com vinte anos de idade, estava residindo no Recife. Aí viveu quatro anos trabalhando na Drogaria e Farmácia Conceição e, depois, na Farmácia dos Pobres. À noite, estudava, após o expediente de trabalho, que se estendia até as vinte horas.
Em sua estada na capital pernambucana, frequentava a casa do ex-governador do Estado, Dr. Manuel Pereira Borba, e a do então deputado federal Dr. Agamenom Magalhães, que posteriormente viria a ser também governador. Nesse período, travou conhecimento, ainda, com vários chefes políticos do sertão.
Desejando conhecer as plagas mais ao sul do país, chegou, em janeiro de 1929, a São Paulo. Dois meses depois, ingressava na Farmácia do Hospital Militar da Força Pública do Estado (hoje Polícia Militar), como civil contratado. Em janeiro de 1930, tirou o título de oficial de farmácia, mediante exames de habilitação, sendo, dois anos depois, militarizado com a graduação de sargento-ajudante. Tendo servido essa instituição durante vinte e cinco anos, passou, em 1954, para a reserva, no posto de capitão.
Já em 1929, ano de sua chegada a São Paulo, Pompeu Cantarelli passou a frequentar a teosofia, tornando-se também vegetariano, por indução dessa sociedade espiritualista e filosófica.
Casou-se em 1934 com dona Alzira de Vecchia. Desse consórcio nasceram três filhas: Guiomar, Ascendina (ambas falecidas) e Amália, casada com o Dr. Lecy Ribas Camargo.
Em 1937, conheceu o Racionalismo Cristão, desligando-se, consequentemente, da Sociedade Teosófica e passando a frequentar as sessões públicas de limpeza psíquica da Casa Racionalista Cristã de São Paulo, que na época funcionava na Rua Francisca Júlia, Alto de Santana. Em 1954, aposentado na Polícia Militar, pôde inscrever-se como militante da Doutrina, na Filial de São Paulo.
O ano de 1955 também marcou a vida do autor. Foi quando conheceu o Presidente Perpétuo do Racionalismo Cristão, Antonio do Nascimento Cottas, de quem se tornou amigo e pessoa de sua confiança.
Conhecedor do Racionalismo Cristão há quase sessenta anos e militante há mais de quarenta, Pompeu Cantarelli integrou-se de corpo e alma nessa Doutrina. Uma vez inscrito na militância do Racionalismo Cristão, distinguiu-se sempre pela constância e pela assiduidade, comparecendo às sessões públicas de limpeza psíquica e às sessões particulares.
A partir de l962 passou a ocupar o cargo de Diretor-Tesoureiro da Filial de São Paulo, por indicação de Antonio Cottas e de acordo com os saudosos amigos Antônio de Ornellas Flor e Humberto Romanelli, então Presidente e Diretor-Secretário, respectivamente.
Caracterizou-se, no desempenho desse cargo, por sua austeridade e rigor na administração das finanças e do patrimônio do Racionalismo Cristão.
Com a desencarnação imprevista do inesquecível amigo Humberto Romanelli, em 1982, assumiu as funções de Diretor-Secretário, também por indicação de Antonio Cottas. Quando ainda Diretor-Tesoureiro, chegou a acumular as atividades de Diretor-Procurador e Encarregado de Salão, nas sessões públicas de limpeza psíquica. Acrescente-se que, desde a época em que conheceu Antonio Cottas, este passou a convidar Pompeu Cantarelli para auxiliá-lo nas inaugurações de Casas Racionalistas Cristãs em várias partes do Brasil, nomeando-o também repórter e representante do jornal A Razão nessas solenidades inaugurativas.
Como jornalista, tornou-se assíduo colaborador desse órgão de comunicação da Doutrina, constituindo muitas das colaborações boa parte do conteúdo deste livro.
Pompeu Cantarelli e Humberto Romanelli foram dois dos diretores da Filial de São Paulo de mais destacada atuação com que pôde contar o Presidente Antônio Flor, principalmente na construção da monumental sede própria do Racionalismo Cristão em São Paulo. Foi, como se sabe, uma etapa de grandes lutas e sofrimento. Mas que, afinal, valeram a pena, pois culminaram com o pleno sucesso do empreendimento, concretizado na inesquecível festa da inauguração do edifício, em 25 de novembro de 1973, presidida por Antonio Cottas.
Em sua vida relacionada com a Doutrina, uma das maiores alegrias de Pompeu Cantarelli, segundo ele, foi ter merecido a inteira confiança e a amizade de Antonio Cottas, e disso o Presidente Perpétuo deu provas cabais durante a construção do novo edifício-sede do Racionalismo Cristão no bairro de Santana da capital paulista. O autor lembra com saudade as inaugurações de Casas Racionalistas Cristãs. Antonio Cottas lhe escrevia, então, dizendo:
Você está convocado, em nome da Casa Chefe, para ir a tal lugar, a fim de fazer a reportagem para o jornal A Razão e organizar a cerimônia inaugurativa.
Tenho em meu arquivo inúmeras cartas que me enviou o Presidente Cottas, e as guardo como num relicário do grande homem que consolidou o Racionalismo Cristão, confidencia Pompeu Cantarelli.
É também com saudade que o autor evoca as figuras de Antônio Flor e Humberto Romanelli, pela grande amizade e o ótimo relacionamento que sempre houve entre eles. Antônio Flor costumava dizer que Humberto e Pompeu eram os seus braços na Filial de São Paulo. Mas nunca falava quem era o braço direito...
Na qualidade de amigos de Pompeu Cantarelli, os companheiros das Filiais de Santana e do Butantã, na capital paulista, tomaram a iniciativa de reunir neste livro sua produção literária esparsa em artigos no jornal A Razão e, mais recentemente, na revista A Razão, de Portugal. Sua produção não se limita apenas ao jornalismo. Há diversos trabalhos do autor fazendo parte de livros editados pelo Racionalismo Cristão. Além do mais, Pompeu Cantarelli, como é do conhecimento de muitos, é também poeta de generosa inspiração.
Tendo em conta a excelência dos seus escritos, versando variados assuntos, de cunho moral, educativo e cultural, achamos que deveríamos dar a esses trabalhos uma difusão mais ampla, com a publicação da presente obra, consignando nesta iniciativa a homenagem afetiva e sincera dos seus amigos e admiradores.
Homem de cultura e brilhantes dotes de inteligência, teve o nosso Pompeu Cantarelli a ventura de privar da amizade do “Príncipe dos Poetas Brasileiros”, Guilherme de Almeida,
Foi no convívio com esse imortal da Academia Brasileira de Letras que Pompeu
Cantarelli recebeu valiosas lições na arte de versejar, em que, aliás, se tornou exímio, como se verifica pela leitura de suas castigadas e fluentes estrofes.
            Pompeu Cantarelli faleceu em 13 de agosto de 2007 com 103 anos de idade.


CITAÇÕES

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2-) SEQUEIRA, Henrique C., O Meu Depoimento Sobre o Todo, biblioteca Virtual do racionalismo Cristão, Rio de Janeiro, 2007.

3-)RODRIGUES, Humberto, Adorável Jubileu, biblioteca virtual do Racionalismo Cristão, Rio de Janeiro, 2007.

4-) SABBATINI, R.M.E., Ferramentas de Trabalho. Disponível em: http://wikipédia.org.br/claudebernard   . Acesso em 15 de outubro de 2008.

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6-) FARIA, Fernando, A Chave da Sabedoria, biblioteca virtual do racionalismo Cristão, Rio de Janeiro 2006.

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